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Entre Teoremas e Chocolates: 2009

quinta-feira, julho 16, 2009

O epitáfio do blogue?

Trago boas e más notícias. Comecemos pela parte boa: a actividade neste blogue está suspensa por tempo indeterminado. Ficam assim livres dos aborrecidos pensamentos que partilhava com vocês neste espaço e das tentativas frustradas de criar textos com humor. Não sei se isto é um adeus ou um até já. Sei que, neste momento, não faz sentido escrever aqui. Porquê? Essa questão leva-me às más notícias: mesmo que este post se venha a tornar o epitáfio do "Entre Teoremas e Chocolates", este não será o meu adeus à blogosfera porque tenho outros blogues aos quais passarei a dedicar mais tempo. A minha actividade de bloguista continua, nomeadamente aqui:

http://you-thought-of-me.blogspot.com/

Tomei consciência que é um disparate ter um blogue onde falo de quase tudo e ter outro onde falo apenas da minha fé e da minha relação com Deus, como se essa fosse uma parte isolada da minha vida que não se pudesse misturar com o resto. Parece-me que quando criei o outro blogue, havia em mim uma ideia absurda de que misturar as minhas ideias relativas a Deus, com os comentários que faço às coisas do dia-a-dia, ao desporto, à política, etc fosse uma espécie de heresia. Talvez esta ideia absurda tenha raízes na hipocrisia da nossa sociedade, da qual todos somos vítimas e culpados. Nós, os cristãos, temos tendência para isolar o divino numa espécie de redoma que não pode ser contaminada pelas coisas da vida. Criamos dentro de nós um compartimento inacessível e arrumamos lá cuidadosamente tudo aquilo que diz respeito à nossa fé, não dando conta que esse compartimento, criado com tanto pudor, se torna também inacessível a nós próprios. Tentamos aceder a esse compartimento criando uma auto-imagem melhorada daquilo que somos na realidade. Fingimos uma santidade que não temos, fingimo-nos incorruptíveis e esquecemos que, agindo assim, estamos a enganar nós próprios. O que se passa é que nós também somos seres contaminados pelas coisas da vida e a nossa hipocrisia leva-nos a uma atitude que impede que a nossa fé seja algo transversal à nossa vida, inerente a tudo aquilo que fazemos e pensamos. O David que acredita na Bíblia e que procura relacionar-se com Deus através de Jesus e da Sua mensagem, é o mesmo que é adepto do Benfica, é o mesmo que gosta de acompanhar de longe a vida política e de criar piadas sobre a incompetência dos políticas, é o mesmo que gosta de Jamiroquai e Norah Jones, é o mesmo que gosta de uma cerveja fresca numa esplanada sob o entardecer de um dia de verão, é o mesmo que às vezes se ri quando Os Contemporâneos fazem humor envolvendo histórias da Bíblia, é o mesmo que tem períodos de desalento que o levam a questionar até mesmo aquilo que é inquestionável, é o mesmo que por vezes é atormentado pela dúvida sobre o certo e o errado, é o mesmo que, ainda que pretendendo servir os outros e viver uma vida altruísta, é levado com frequência a atitudes egocêntricas...

Não faz sentido separar as águas. A minha vida é um rio cuja corrente é fortemente influenciada pela minha fé, mas há milhares de outros factores que interferem nessa corrente, uns a favor, outros contra. Não quer isto dizer que todos os factores tenham a mesma importância. Nas várias etapas da vida uns factores assumem mais relevância do que outros, sobrepõem-se, lutam entre si, interagem, uns fortalecem-se, outros desaparecem. O resultado, sou eu! E, no meio de todos esses factores, lá está a fé! Como parte integrante daquilo que sou e como fonte da qual desejo beber para ser mais como desejo ser, embora nem sempre o consiga fazer. Ainda assim, sei que a fé é o mais valioso dos factores e luto para que ela esteja sempre a sobrepor-se... Above All!

Podia simplesmente continuar a escrever aqui, incluindo textos sobre a minha fé, e ignorar o outro blogue. Mas creio que nesta fase da minha vida o outro blogue tem mais a ver com quem eu sou. Desconfio que este blogue corresponde a uma fase que já passou. Já deu o que tinha a dar e, enquanto durou, foi bom! Diverti-me, agucei o meu gosto pela escrita e espero que, ocasionalmente, os meus textos, as minhas ideias e opiniões vos tenham sido úteis. Agradeço a todos os que por aqui passaram, os que leram e os que contribuíram.

Entre a demonstração de um teorema e o saborear de um chocolate, o mesmo David que aqui escrevia continuará a presentear-vos com os seus textos no Above All. Convido-vos a passar por lá!

terça-feira, julho 07, 2009

segunda-feira, julho 06, 2009

Os Cornos do Manuel




Este fim de semana realizaram-se as festas do Colete Encarnado em Vila Franca de Xira. Em muitos aspectos, são festas que contrariam a teoria da evolução de Darwin, uma vez que, tendo em conta as figuras tristes que vejo as pessoas a fazer, só posso concluir que a espécie humana está em decadência e não em evolução.

Ainda em relação a estas festas, eu estou convencido que elas estão relacionadas com a razão que levou o Manuel Pinho a fazer o gesto dos cornos. Para quem não sabe, Vila Franca é famosa pelos touros e as largadas de touros são parte indispensável da tradição. Eu penso que o Manuel Pinho estava a tentar combinar com o Bernardino Soares que se iriam encontrar em Vila Franca. A legenda correcta no momento em que ele faz o famoso gesto, seria algo do género: "O Bernardino, vemo-nos no Colete pah!".

Para azar do homem, foi mal interpretado. Ainda assim, não percebo o zelo excessivo que levou à demissão do ministro. No parlamento eles já passam o tempo a faltar ao respeito uns aos outros e se agora começassem a desrespeitar-se também através de gestos ordinários, isso só contribuiria para tornar o parlamento um local mais divertido. Deixaria de ser um circo soporífero para se tornar um circo animado, um local onde as crianças podiam ir ver um tipo diferente de palhaços.

quarta-feira, julho 01, 2009

Fotos de Itália


No meu álbum Picasa, ali do lado direito, já podem encontrar (só) 400 e tal fotos que tirei em Scalea e em Roma. Não estou com pachorra para seleccionar as melhores e publica-las aqui com a devida descrição, tal como vocês, provavelmente, não estarão com pachorra para as ver. Mas esta foto merece destaque: em pleno coliseu encontrei o busto do Scolari! Os gajos dizem que este era o Vespasiano, um antigo imperador romano, mas eu estou convencido que é mesmo o Scolari, o sargentão brazuca que a partir de agora vai ser imperador no Uzbequistão (uau!).

quinta-feira, junho 25, 2009

Scalea - Grand Hotel de Rose



De modos que esta é a vista que temos logo que saímos da sala onde está a decorrer a conferência de Algebraic Analysis and Deformation-Quantization.

terça-feira, junho 23, 2009

O verão italiano é uma farsa


De modos que tenho uma praia banhada pelas águas quentes do mediterrâneo a dois passos, mas o clima está completamente marado. Tempestades assolam a Itália e os trovões tornam-se a banda sonora oficial desta conferência. Com tanta chuva, um gajo vê-se obrigado a recolher numa esplanada protegida enquanto observa o mar revoltado, saboreia um gelado italiano (muito bom) e trabalha um bocado! Deixo as considerações mais profundas para outra ocasião. Por agora digo apenas que o hotel é muito bom, estamos num sítio brutal, mas este clima torna os dias muito cinzentos, literalmente!

terça-feira, junho 16, 2009

Soltas


No post anterior esqueci-me de referir que a minha ausência na blogosfera também se deve a um período de reflexão profunda acerca das regras do universo e daquilo que devo ou não considerar como os invariantes da vida. Sim, porque o Nadal perdeu em Roland Garros e isso é um fenómeno que contraria as leis básicas do universo. O Galileu deve andar às voltas debaixo da terra, perturbadíssimo com este acontecimento. Um Roland Garros sem vitória final do Nadal é como a lua sair da sua órbita, é como 1+1=3 e é como eu ser capaz de provar um teorema! Tudo isto são acontecimentos que devem deixar a humanidade igualmente atónita.

Assim como aquilo que se passa em Teerão! Estou perplexo com a dimensão dos protestos dos iranianos. É um sinal de que aquela gente deseja realmente uma mudança e um novo país. Um sinal de esperança para o médio oriente? O tempo o dirá... Pelo menos estes protestos contrariam a tese segundo a qual os povos árabes têm uma tendência inata para o terrorismo bárbaro. O terrorismo apenas encontra terreno fértil onde há miséria e ausência de esperança e é fortemente promovido por líderes fanáticos e psicóticos e não pelo cidadão comum. Quando estes países derem um lugar de primazia à educação e à liberdade de expressão, os cidadãos comuns vão descobrir que foram, em grande parte, enganados pelos seus líderes e vão afastar-se das posições extremistas.

Entretanto vamos ter eleições no SLB. Eu não sou sócio e é provável que nunca o venha a ser, porque a minha preferência pelo Benfica, apesar de clara, não é suficientemente apaixonada para me sentir bem a contribuir com o meu dinheiro para o clube. Mas como adepto, espero que o Luis Filipe Vieira não ganhe as eleições. Nesta momento qualquer alternativa é bem vinda! Acho piada quando ouço os benfiquistas a dizer: vou votar no Vieira a não ser que apareça uma alternativa credível. Mas que credibilidade tem o Vieira? O homem instalou um regime ditatorial, fortemente despesista e repleto de medidas que lesam os interesses do Benfica. Correu com treinadores, comprou jogadores às paletes e não obteve resultados a nível desportivo condizentes com o investimento feito. Queremos mesmo mais 3 anos disto?

segunda-feira, junho 15, 2009

Facebook

Agora tenho facebook e de modo que aquilo ocupa algum tempo e até é divertido, pelo menos enquanto não me cansar! Não há muito tempo para escrever aqui... há muito trabalhinho para fazer, quer a nível de trabalho matemático, quer a nível de milhentas pequenas coisinhas que consomem o tempo quase sem darmos conta! Esta semana vou estar no IST a assistir às palestras sobre "C*-algebras: Hilbert Modules, Index Theory, K-Homology". Coisas que estão na moda e têm alguns pontos de contacto com a minha área, embora não sejam temas que eu domine. E entretanto tenho que fazer as malinhas e preparar-me para 10 dias em Itália! Buona Sera!

quarta-feira, junho 03, 2009

Eu não diria melhor

«Temos vivido naquilo a que posso chamar de validação democrática da ditadura partidária.»

Eduardo Correia*, no manifesto Mudar Portugal


*Eduardo Correia é um especialista em Gestão e Marketing e faz neste manifesto uma leitura abrangente da situação do país, expondo os principais problemas em áreas como a justiça, as finanças públicas e a educação e apresentando soluções viáveis. Entretanto fundou o Movimento Mérito e Sociedade, um partido político assente num movimento de cidadãos independentes e que partilham a visão de Eduardo Correia. Tem propostas muito interessantes, mas também me parece ter uma visão elitista da sociedade e demasiado centrada numa visão do capitalismo como meio de obtenção de prosperidade à custa do trabalho e do mérito. Julgo que Eduardo Correia esquece ou omite em parte as dificuldades sociais que o nosso país (e a civilização ocidental, em geral) atravessam. Apesar de concordar que muitas das medidas propostas são benéficas e, algumas, até essenciais para evitar a falência das finanças públicas, parece-me que, por outro lado, Eduardo Correia põe um pouco a carroça à frente dos bois ao não dar prioridade às áreas da Educação e da Saúde (ou, pelo menos, não dá prioridade no sentido em que eu julgo que devia dar). Creio que um plano de governação do país que tivesse como principal guião o manifesto de Eduardo Correia só poderia resultar a médio prazo, depois de, numa fase inicial, se adoptarem medidas que visem uma reforma social. Continuo muito inclinado para votar no MEP e até mesmo para o apoiar. Vou dedicar-me mais ao estudo dos projectos do movimento e apresentarei aqui a minha opinião relativamente a esses projectos, quando tiver matéria para o fazer.

segunda-feira, junho 01, 2009

quarta-feira, maio 27, 2009

É oficial


Cheguei à conclusão que não posso estar ligado à net enquanto trabalho durante as semanas em que estão a ser jogados torneios de ténis importantes, sobretudo torneios do grand-slam e sobretudo o Roland Garros...

Hoje estou completamente desconcentrado porque tenho estado a acompanhar o jogo da Michelle Larcher de Brito, a menina-prodígio do ténis português (ou será que devo escrever americano?) que aos 16 anos passou à terceira ronda de um grand-slam eliminando a 15ª jogadora do ranking WTA. É um resultado histórico para o ténis português e terá até alguma projecção internacional... julgo que não é nada vulgar uma tenista de 16 anos numa terceira ronda de um dos torneios mais importantes.

A Michelle é ainda uma tenista muito incompleta sobretudo no aspecto da consistência do seu jogo. Tão depressa ganha brilhantemente um set, como perde outro por 6-0. Tão depressa ganha um ponto com o serviço, como faz uma dupla falta. No entanto, tem ainda tempo para ultrapassar essas falhas de concentração, com treino e com o acumular da experiência. E entretanto vai compensando essas falhas com uma tenacidade espectacular para uma miuda de 16 anos. É uma lutadora e acredita sempre que pode vencer, mesmo depois de levar um 6-0 num set. Está no bom caminho. E joga um ténis que lhe permite alguns pontos espectaculares e isso também poderá, a curto prazo, ajudá-la a conquistar adeptos nos courts do circuito WTA... Já é uma jogadora relativamente conhecida devido aos gritos que produz quase sempre que bate uma bola. Há quem lhe chame "scream machine" ou até sirene. Mas esse tipo de características também ajudam a tornar a Michelle conhecida como uma personagem muito particular do mundo do ténis. O futuro dirá até que ponto ela poderá ser uma tenista de top. Para já, os feitos dela são brilhantes! Se conseguir ultrapassar a adversária da terceira ronda, defrontará na quarta ronda a Dinara Safina, a actual número 1 do mundo. Não vai ser fácil, mas era bom para o ténis português e para a Michelle se ela conseguisse chegar a esse confronto frente à Dinara.

É oficial: adoro a Michelle!!

quinta-feira, maio 21, 2009

Rafael Nadal

Uma excelente reportagem da ESPN sobre o Rafael Nadal. Gosto principalmente desta passagem:

«He has a savant's ability to distill a problem into its purest elements.»

Se isto é verdade, se calhar o Nadal devia considerar a hipótese de fazer carreira na matemática, depois de bater o record de grand-slams do Pete Sampras e o record de vitórias em torneios ATP do Jimmy Connors...

domingo, maio 17, 2009

Como ganhar o festival da canção

Palpita-me que Portugal só terá hipótese de ganhar o festival no dia em que muitas das regiões do nosso país se tornarem estados independentes. O parlamento podia aprovar um plano nesse sentido. Desencadear uma revolução sangrenta cujo resultado final fosse um país, chamado Portugal, cuja área se limitasse a um pequeno círculo com 50 Km de raio e com centro em Lisboa. Assim, teríamos 12 pontos garantidos pela Madeira, pelos Açores, pelo Algarve, pelas Beiras, etc e tal...

É tão bonito ver a Bósnia, a Croácia, Montenegro, etc a trocar votos entre si... E o mesmo acontece com os estados resultantes da desintegração da União Soviética. Para compor ainda mais a coisa, só faltava o Kosovo participar e obter os 12 pontos da Sérvia. É tão bonita a amizade entres os povos... O que é mais engraçado é que é suposto ser um festival que premeia uma boa música, mas eu aposto que 90% dos europeus que se dão ao trabalho de votar, não ligam patavina à música que escolheram. Votam nos vizinhos. Por isso, Portugal nunca terá hipótese de vencer este concurso (aliás, nem a Sara Tavares venceu, ela que tem a melhor voz da Europa).

Podem dizer-me "ah e tal a Noruega ganhou e a Noruega só faz fronteira com a Suécia e a Finlândia". Pois. Mas faz parte da escandinávia, que engloba ainda a Islândia e a Dinamarca e existe uma certa afinidade entre os países escandinavos e os países a sul do báltico. São logo uma porrada de votos garantidos.

sábado, maio 16, 2009

Ele há coisas lindas


Descobri que padeço de uma patologia nova... ainda não tem nome e os sintomas são os seguintes:

- escrita compulsiva;
- uma dor de garganta que parece um início de gripe alfa (que é uma variante especial da gripe A que só afecta matemáticos);
- extrema dificuldade em perceber se está frio ou calor; acho que o frio e o calor estão a distribuir-se aleatoriamente pelo meu corpo e o resultado final é uma sensação de desconforto aumentada pela dor de garganta que referi no ponto anterior;
- uma pessoa deixa de viver sobre a esfera terrestre e passa a viver num mundo paralelo com a forma de uma banda de Mobius de tal maneira que, se a pessoa começar a reflectir muito, fica completamente desorientada.

Nota: a imagem deste post é a mais bonita que já passou por este blogue, só acompanhada de perto pelo diagrama de Schlegel que uma vez aqui vos mostrei.

terça-feira, maio 12, 2009

Vem aí o verão com tudo o que isso implica

Parece-me que a minha próxima paragem vai ser aqui. Uma conferência onde vão estar todos os génios da minha área e onde me vou sentir muitíssimo burro. Mas ir conhecer um pouco de Itália talvez compense esse sentimento. I hope so...

Depois há uma escola de verão no IST, com mini-cursos que me parecem interessantes.

E depois começa a aproximar-se Agosto... e este Agosto promete muito!!

O próximo treinador do Benfica

Entre o actual treinador do Sporting de Braga, um tal de Jorge Jesus e o ex-seleccionador nacional, um gajo que tem como principal adjunto a Caravaggio, eu, se fosse dirigente do Benfica, faria uma escolha com toda a tranquilidade...

Paulo Bento.

sábado, maio 09, 2009

Acima da lei

Ele há coisas engraçadas. Vivemos num regime democrático que tem como consequência uma interminável resma de leis, regulamentos e burocracias que o cidadão tem que cumprir para zelar pelo bem comum, algumas delas completamente estapafúrdias. As autoridades apressam-se a assegurar que um cidadão normal não falha nenhuma das regrazinhas. É por isso que coisas como a ASAE e a EMEL dão tanto nas vistas. No entanto, neste regime supostamente democrático baseado no princípio da igualdade de direitos, há dois grupos que vivem acima da lei. Um é a classe dominante, políticos e gente influente que podem corromper e ser corrompidos sem vergonha e sem receio de punição, porque, no fundo, sabem que a justiça está manietada pela classe à qual pertencem. O outro é o grupo do crime organizado. Estes também se julgam acima da lei. Refugiam-se atrás de gangues ou dentro de guetos que, naturalmente, amedrontam uma polícia mal armada e que trabalha sob o fantasma da não utilização de força extrema, fantasma esse criado por uma comunidade de pseudo-intelectuais que habitam vivendas de Sintra e Cascais. O que se tem passado em Setubal e, frequentemente, em bairros da capital, é gravíssimo. E era bom ouvir gente com cargos de responsabilidade a exigir uma intervenção forte das autoridades. Em primeiro lugar, o responsável máximo pela segurança, o ministro da Administração Interna. Afinal, pôr cobro a estas situações devia ser a primeira função da polícia, muito mais do que andar na caça à multa.
Por muito que os cépticos o neguem, a violência que ciclicamente atinge os arredores de Paris pode um dia reproduzir-se em Portugal. Estamos a pôr-nos a jeito.

BGT 2009

Tenho seguido pelo Youtube a edição de 2009 do programa Britain's Got Talent. Os vídeos da Susan Boyle andam pela blogosfera e a senhora tornou-se famosa num ápice. Mas sinceramente a mim não me encantou por aí além. De todas as audições que já vi, estas quatro que aqui refiro foram as que mais me entusiasmaram. Duas crianças a cantar e dois grupos de dança com um talento arrepiante. Escolher o melhor dos quatro é uma tarefa dificílima. A miuda bailarina deixou-me literalmente de boca aberta. O rapaz tem uma voz que me agrada e que encaixa muito bem no estilo de música que interpretou. O grupo Flawless parece excelente a nível técnico e o grupo Diversitiy tem uma coreografia brutal... Há muito talento por aí escondido!

quinta-feira, maio 07, 2009

Futebol Espectáculo

No Atrium Saldanha, o golo que permitiu ao Barça apurar-se para a final da Liga dos Campeões foi festejado como se se tratasse de um golo de uma equipa portuguesa. No período de descontos de um jogo com muita polémica pelo meio, com mau futebol e com o Chelsea a ter azar, o Barça conseguiu um golo decisivo e houve festa no Atrium Saldanha. Há um apoio mais-ou-menos generalizado a esta equipa do Barcelona. Muitos "comentadeiros" dizem tratar-se da melhor equipa que já viram. Hoje não apresentaram o futebol sedutor que tem sido habitual esta época. Mas mesmo assim havia muita gente a apoiar o Barça, sinal de que ainda há muita gente que sabe reconhcer o que é o futebol-espectáculo.

Não me importo que o Barça ganhe a final. Mas a verdade é que torço ligeiramente pelo Manchester United. Mesmo tendo um futebol um pouco mais físico e menos artístico, eu adoro o futebol dos red devils. E têm sido eles o clube pelo qual tenho torcido nos últimos anos, à falta de Benfica...

quarta-feira, abril 29, 2009

Abençoado Youtube

Quem me dera ter conhecido este tipo... nem que fosse para me aperceber o quão longe estes génios estão de nós, comuns mortais!




terça-feira, abril 28, 2009

Actualização de posts antigos

Em relação àquilo que escrevi aqui, já tenho o diagnóstico:

Ligeiro aumento da espessura e hipoecogenecidade dos tendões que compõem a pata de ganso na região posterior interna do joelho direito a traduzir critérios de tendinopatia inflamatória discreta.

Não faço ideia o que isto quer dizer, nem sabia que eu tinha uma pata de ganso algures em mim... Isto só vem tirar crédito ao Darwin e fortalecer a tese palerma, mas divertida, do Lamarck. Ainda não fui à médica mostrar a ecografia, por isso não sei se devo tomar algum tipo de precauções. Só sei que nos últimos 8 dias tive 3 jogatanas de futebol e ainda uma manhã de jogging à beira do Tejo. E soube bem.

Quanto àquilo que escrevi aqui, também há novidades. Finalmente achei que o artigo estava menos mau e capaz de passar para as mãos dos meus orientadores. Agora é corrigir alguns detalhes e, assim espero, o meu primeiro trabalho original ficará pronto. Só que tenho que reconhecer que aquilo de original tem muito pouco e está longe de ser um trabalho brilhante. Eu usaria mais depressa a palavra torturante para descrever o meu trabalho. Sobretudo do ponto de vista de quem o fez. Melhores dias virão.

domingo, abril 26, 2009

Eu sei lá o que estou práki a escrever

O que há em mim é sobretudo cansaço. E uma dor de cabeça, vulgo enxaqueca. Hoje estive com duas pessoas que moram com uma quarta pessoa que chegou recentemente do México. Se eu começar a espirrar, fujam.

Quando o cansaço nos atinge com toda a sua força, quando nos esgota, nos espreme e nos tortura sem piedade e sem razão aparente, há sempre um escape. Uma cerveja fresca e uma conversa embriagada com quem estiver por perto é uma ideia. Outro escape infalível é a música. Já dizia o Jamie Cullum:

If there's music in the night,
And it's really, really right,
It's the only thing I need.
it intoxicates your mind
All your troubles left behind
So come on and take my lead.
it's not just me who feels it
music plays a mind trick

Hoje intoxiquei-me com uma das minhas recentes compras, o dvd do Stevie Wonder, Live At Last, gravado em Londres em 2008. Aqui fica uma amostra da qualidade musical que acompanhou o Stevie. Faz bem ver e ouvir isto, mesmo que o cansaço inebrie os sentidos e os sons se misturem com as imagens, resultando numa experiência sinestésica e sonolenta.




sábado, abril 25, 2009

Movimento Esperança Portugal

Hoje ao jantar formulei a minha mais recente piada política: nas eleições para o parlamento europeu que aí vêm, vou votar no Bloco de Esquerda. Porquê? Porque quanto mais bloquistas forem lá para fora, menos ficam cá a chatear o pessoal!

Claro que nunca votaria no Bloco, porque ainda preservo algumas tendências de direita das quais não abro mão, apesar de me sentir profundamente desiludido com a política. Até há bem pouco tempo, interessava-me por política. Quem acompanha o blogue sabe-o. Mas a pessoa torna-se mais madura, começa a ver as coisas de outro ângulo, começa a aperceber-se da história recente do país e do mundo e a perceber que foram os políticas os causadores de muito daquilo que de mau se fez. Cada vez acredito menos neste regime de pseudo-democracia em que vivemos. E, apesar de até aqui ter exercido o meu direito de voto em todas as eleições, a abstenção começa a parecer-me uma consequência natural da minha visão da política.

No entanto, talvez já tenha descoberto em quem vou votar nas europeias. Uma amiga já me tinha falado no MEP e agora, alertado por uma notícia num blogue, acabei por ir parar à página deles e por gastar meia hora a percorrer os estatutos e as ideias deste jovem partido. Talvez a solução para que exista uma democracia ao serviço das pessoas seja a substituição gradual da classe política pelos movimentos de cidadania. Bem sei que essa substituição parece, hoje, utópica. Mas é nos períodos em que a crise social e económica se agudiza que a história pode mudar num ápice e converter as utopias em realidades.

Gostei de conhecer um pouco do MEP e hei-de voltar a ler a página deles com mais cuidado de modo a fortalecer a minha presente inclinação para lhes conceder o meu voto.

sexta-feira, abril 24, 2009

A Conjectura de Poincaré


Ando a ler isto. É excelente! Não é apenas mais um livro de divulgação matemática, eu diria que é um livro sobre a história da topologia, o ramo da matemática que mais me fascinou enquanto estudante de licenciatura. Foi a topologia que despoletou em mim uma paixão renovada pela matemática avançada. E a abordagem que o autor do livro faz à topologia e à sua história é brilhante. É um livro repleto de curiosidades e de histórias hilariantes acerca das mais geniais mentes que estiveram na origem da conjectura e da sua resolução. A parte matemática é tratada de um modo informal e intuitivo e tem-me ajudado a olhar para a topologia de um modo diferente, mais rico e mais belo.

terça-feira, abril 21, 2009

Lindo

Vi este vídeo aqui. Num blogue cuja leitura me é indispensável, provavelmente o melhor dos blogues que acompanho e que não raras vezes brinda os visitantes com estas pequenas pérolas. Aconteceu numa estação em Antuérpia e é espectacular! Vejam! Fez-me lembrar parte da letra de uma música do Luís Represas:

Queremos tambores e guitarras
Voando nas ruas
Com a alegria da vida
Que não devia ter fim

A amazon é porreira

Estou a planear uma viagem à Madeira durante as férias de Agosto e no outro dia passei pela FNAC para ver se havia algum guia da Madeira interessante. Só havia um e custava 10€. Achei o preço exagerado e decidi procurar noutro sítio... Fui à amazon e encontrei o mesmo guia. Encomendei-o pelo preço de 5€ e tal com transporte incluído!!

segunda-feira, abril 20, 2009

Da bola

Olha, o Benfica ganhou... E ganhou sem espinhas! Mas é capaz de ser um bocado tarde não? Entretanto temos esta notícia que só pode ser uma piada. O Bruno Alves até pode sonhar abrir uma academia de futebol lá na aldeia, mas o mais provável é que aquilo acabe por resultar numa academia de Kung Fu. Aliás, o Bruno Alves é um rapaz muito sonhador. Ele ainda sonha ser jogador de futebol, coisa que, por mais jogos que faça, nunca será. Se jogar futebol é apenas dar uns pontapés numa bola e numas canelas, então até a minha irmã é jogadora. Mas jogar futebol é muito mais do que isso e, aqui entre nós que ninguém nos ouve, até eu, que não passo de um amador, sou muito mais jogador do que o Bruno Alves. Ontem fui jogar... futebol de 5 em relvado sintético, num campo descoberto, entre as 21 hrs e as (quase) 23 hrs. Foi, como sempre, uma sensação espectacular. Há poucas coisas melhores na vida!!

quinta-feira, abril 16, 2009

Guitarristas e isso

Um dia vou tocar guitarra assim... ou se calhar não. Os anos 80 devem ter sido engraçados. Qualquer gajo com cara de banana, com uns óculos horrorosos e com um ar de empregado de escritório atadinho, podia fazer parte de uma banda de jazz/funk o que era extremamente incoerente com a sua imagem. Chamo a atenção para o baterista Vinnie Colaiuta que, segundo os meus amigos bateristas, é o número 1 nesta coisa de bateristas de jazz. Gosto deste guitarrista. O Lee Ritenour, apesar de não ser um exibicionista famoso tipo Satriani, tem umas coisas jeitosas no youtube.

quarta-feira, abril 15, 2009

Patriotismo


Nas competições europeias torço sempre pelos portugueses! Grande golo do Ronaldo! Na minha terra, aquilo chama-se uma bela bujarda =)

quinta-feira, abril 09, 2009

eureka?!

Não sei se isto é inspiração resultante de ter visto os primeiros 45 minutos de jogo que o Barça fez ontem (c'um caneco, vocês viram aquilo? aquilo é um nível de futebol que ultrapassa a definição de desporto; senhores e senhoras aquilo é arte!) ou se é da constipação fulminante que me atingiu nos últimos dias: após uma sessão de dúvidas e de disparates com a minha orientadora estou com esperança de que os problemas matemáticos que me atormentaram nas últimas semanas estejam muito perto de estar resolvidos. Com umas dicas dela e com muita transpiração, é possível que só falte limar umas arestas. Será que este é mesmo o momento da eureka?!?! Não percam o desenvolvimento da coisa durante os próximos dias.

Lesão?

Ontem fui fazer uma ecografia à perna esquerda. Nunca tinha feito uma ecografia e nunca tinha posto gel na perna... ontem a minha perna ficou com um look todo punk. Ando já há uns meses com uma dor daquelas persistentes, daquelas que incomodam bastante, mesmo não atrapalhando as coisas do dia-a-dia. Aliás, o que é mais estranho é que até consigo jogar futebol normalmente, porque, depois de aquecer durante uns minutos, a dor evapora-se. A médica achou que o mais provável é que seja um início de rotura muscular e o meu receio é que ela me receite mais repouso e menos futebol. Espero que se a lesão exigir um período de recuperação, ao menos me seja concedida a oportunidade de usar muletas, que é uma coisa capaz de atrair a atenção e o carinho das moças. O que é pena é que esta lesão, a confirmar-se, vem em má altura. Tenho a forte convicção de que eu estava prestes a ser convocado pelo Queirós para representar a selecção de todos nós. Ultimamente nas listas de convocados aparece gente da qual nunca ouvi falar e é com expectativa que eu aguardo as próximas convocatórias, com esperança de encontrar por lá o meu nome...

Piadas via e-mail



Numa reunião com o Presidente da Suiça, o primeiro-ministro português apresentou-lhe os seus ministros:

-Este é o ministro da Saúde, este é o ministro dos Negócios Estrangeiros, esta é a ministra da Educação, este é o ministro da Justiça, este é o ministro das Finanças ...
Chegou a vez do Presidente da Suiça:
- Este é o Ministro da Saúde, este é o Ministro dos Desportos, este é o da Educação, este o da Marinha ...
Nessa altura, com ar emproado, José Sócrates começou a rir:
- Ha! Ha! Ha!.... Para que é que vocês têm um Ministro da Marinha, se o vosso País não tem mar?
O Presidente da Suiça faz um ar digno e respondeu:
- Não seja inconveniente. Quando você apresentou os seus ministros da Educação, da Justiça e da Saúde, eu também não me ri ...

quinta-feira, abril 02, 2009

John Grisham


Durante a última semana li este livro. É daqueles livros que, num certo sentido, são leves por serem essencialmente de acção e suspense e, por isso, raramente exigem que a leitura seja acompanhada de reflexão. Nem todos os livros do género são bons livros. De tão leves que são, podem tornar-se vazios, desinteressantes. Não é o caso de O Advogado. A acção gira em torno do problema dos sem-abrigo de Washington e os personagens principais são advogados de uma grande firma e advogados que defendem a causa dos sem-abrigo. E mais não conto. Para quem gosta de literatura policial, vale a pena ler. Eu não sou um fanático desse género literário, mas gostei deste livro e pretendo explorar mais as obras de John Grisham.

O Clima

Brrr... (arrepio a subir pela espinha) Quando não se tem nada para dizer, fala-se do tempo. Porque é que me incomoda muito mais o frio que se fez sentir nos últimos dias em Lisboa do que os dias consecutivos de temperaturas negativas que passei em Paris? Será que é porque, de algum modo, o frio que aqui sinto não é só exterior, mas parece atingir a alma?

domingo, março 29, 2009

Duas notas desportivas


Bom, parece que tenho que começar a mentalizar-me que em 2010 vou ter que torcer pela Argentina. Já que não vamos estar no mundial, vou torcer pelos alvi-celestes. Porque adorei a Argentina, os argentinos, a sua história e a sua forma descontraída de encarar a vida. E porque têm um futebol do mais sedutor que por aí se vê a nível de selecções, só igualado pela Holanda.

No ténis, destaque para o bom momento do português Frederico Gil que já é o melhor tenista português de sempre, ocupando a posição 74 do ranking mundial, posição essa que será significativamente melhorada após a actualização dos rankings que se seguirá ao torneio de Miami, a disputar-se actualmente. Como prémio, o tenista português terá a oportunidade inédita de defrontar o número 1 Rafael Nadal, na 3ª ronda do torneio de Miami. A derrota do português é um acontecimento quase certo, mas será pelo menos uma oportunidade para desfrutar e aprender com um dos melhores tenistas de sempre.

sexta-feira, março 27, 2009

Uma partida lendária

Aconteceu há menos de um ano, mas já podemos dizer que é um jogo lendário. É mesmo tido por muitos especialistas como o melhor jogo da história do ténis. Se não o foi, andou lá perto. A qualidade de jogo foi elevada a uma dimensão inacreditável. Foi a mais longa final de Wimbledon após 4h48m de jogo, interrompidos duas vezes por causa da chuva. O jogo terminou quando a luz solar já começava a ser escassa, aumentando assim a magia de todo o ambiente que envolveu a partida. Antes da final, o favoritismo estava repartido. Por um lado, Wimbledon era a casa de Fereder, o palco do seu melhor ténis. Por outro lado, era visível o progresso de Rafael Nadal em relva. No ano anterior já tinha obrigado Federer a uma final renhida, jogada a 5 sets. E tinha vencido o torneio de Queens duas semanas antes (Federer não jogou esse torneio), conquistando o seu primeiro título ATP em relva. Havia uma expectativa altíssima e muito elevada em torno da final. Mas ninguém podia ter previsto o nível a que o jogo chegou. Nadal e Federer naquela tarde em Wimbledon levaram o ténis para um nível de espectáculo e de emoção que talvez nunca se tivesse visto antes. E quem viu o jogo, não viu apenas mais um grande jogo de ténis. Viu a história do ténis a desenrolar-se, a mudar diante dos seus olhos. O Nadal venceu e passado poucas semanas tornou-se número 1 do ranking ATP, ao mesmo tempo que conquistava a medalha de Ouro nos JO de Pequim. O tenista que mais tempo tinha sido número 1 do ranking foi destronado por aquele que mais tempo foi o número 2 do ranking. É difícil imaginar como seria o ténis actual sem Fereder ou sem Nadal. Provavelmente qualquer um deles sem o outro estenderia o seu domínio no ténis a um nível inédito. Mas para felicidade de quem gosta de desporto, surgiram estes dois jogadores estratosféricos na mesma época. Nadal tem menos 4 anos que Fererer e continua a evoluir, ganhando torneios em todas as superfícies. Os próximos anos servirão para responder à questão: qual dos dois é, em termos absolutos, o melhor jogador? Quem lê o blog já conhece a minha preferência pelo espanhol, mas reconheço que merecem ambos um lugar de igual destaque na restrita categoria das lendas do desporto. Deixo-vos com alguns vídeos com imagens e comentários acerca da final de Wimbledon 2008.








P.S. Sim, eu devia estar a trabalhar em vez de andar a passear no youtube, perdendo tempo com futilidades... mas, como explica o post aqui em baixo, a vontade de trabalhar não é muita.

Desabafo

Este mês a matemática deu-me mais dores de cabeça e irritações do que alegrias. Ao ponto de nos últimos dias não me apetecer trabalhar por ter receio que, mais uma vez, o trabalho esbarre num muro inultrapassável. Passar dias seguidos de volta dos mesmos detalhes, sem conseguir nenhum progresso significativo, é muito desagradável. Acordo de manhã pronto para trabalhar, com esperança que seja o dia da "eureka", mas esse dia tarda em chegar e a esperança vai dando lugar à desmotivação. É o lado negro da matemática... Há que continuar a tentar.

quarta-feira, março 25, 2009

Grandes Obras Russas

Os meus livros preferidos, pela forma como me marcaram, são livros de carácter cristão. Além disso, adoro biografias e, se tentasse fazer uma lista dos meus livros favoritos, é provável que nos primeiros lugares aparecessem os tais livros de carácter cristão e algumas biografias de autores pouco conhecidos, mas acerca de gente conhecida como Martin Luther King, Winston Churchill ou Paul Rusesabagina. Mas se quiser elaborar essa lista restringindo-me às obras seculares e excluíndo as biografias, lembro-me de imediato dos livros de Ernest Hemingway, Pearl S. Buck, Herman Hesse ou Victor Hugo. E, para dar honra também a alguns portugueses, lembro-me de A Saga, de Sofia de Mello Breyner, Um Homem Não Chora e Felizmente Há Luar, de Luis de Sttau Monteiro e muita coisa de Fernando Pessoa. No entanto, tenho a sensação de que se tivesse tempo para ler tudo o que interessa ler, iria concluir que essa lista seria encabeçada pelas grandes obras que vieram da Russia entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, através de nomes como Tolstoi, Dostoievsky e Pasternak, por exemplo. De todos estes, ainda só li Tolstoi. Li uma versão juvenil do Guerra e Paz e quero, um dia, ler a obra completa. Por enquanto, estou a deliciar-me com Anna Karénina, um romance absolutamente genial. É enorme, mas sinto que cada linha do livro é bem gasta, vale a pena, acrescenta alguma coisa. É uma sensação muito diferente daquela que tive ao ler Eça de Queirós. O Eça foi um escritor contemporâneo do Tolstoi e, em termos meramente estilísticos, talvez se possam encontrar algumas semelhanças, embora eu não saiba se podemos enquadrar o Tolstoi na corrente do realismo. Mas, talvez por ter explorado os livros do Eça demasiado novo, não gostei e fiquei com a sensação que são livros que, depois de espremidos, têm muito pouco conteúdo. Principalmente Os Maias. Com Tolstoi passa-se o contrário. Anna Karénina é uma obra que não se resume a uma história de cá-rá-cá-cá. Consegue ser ao mesmo tempo uma série de coisas: um romance intemporal; uma descrição da alta sociedade russa do século XIX; uma exposição das várias correntes de pensamento que coabitavam dentro da Russia, dando uma panorâmica da história da própria Russia e das tensões que deram origem à revolução agrícola e à ascensão do socialismo; uma narrativa da relação entre a alta sociedade russa e os camponeses, conhecidos como os mujiques; um tratado de filosofia sobre o propósito da vida, feito através dos discursos, atitudes e pensamentos das personagens; uma descrição, que me parece também intemporal, das relações e dos problemas familiares e do papel da mulher na família. E tudo isto é entrançado com mestria por Tolstoi, dando origem a uma obra que não se limita a ser a soma destes aspectos que referi. É uma obra complexa e bonita, para ser saboreada com calma. De Pasternak conheço o Doutor Jivago através da mini-série que por vezes passa na RTP. É do melhor que já vi... tristíssimo, até cruel, mas genial. Anseio por ler a obra original de Pasternak. De Dostoievski não conheço nada, mas tenho expectativas muito elevadas em relação à obra Os Irmãos Karamazov. A Russia é um país imenso, que tem tanto de fascinante como de assustador. Pelo pouco que conheço dos autores russos que referi, julgo que as suas obras têm o condão inigualável de conseguir despertar nos leitores essa mistura entre fascínio e terror. É por isso que estes autores têm, com todo o mérito, um lugar na história dos grandes nomes da literatura.

terça-feira, março 24, 2009

Carlsberg Cup

Já não há pachorra para tanta polémica à volta da final da taça da liga. O árbitro tomou uma decisão absurda, comparável a muitas decisões absurdas que são tomadas todas as semanas nos relvados deste país e não só. O Benfica beneficiou dessa decisão e pode dizer-se, extrapolando muito a coisa, que o Benfica ganhou a taça por causa do árbitro. Isso tem dado origem a um chorrilho de disparates e de exageros saídos da boca de toda a gente: representantes da Liga de clubes, dirigentes e jogadores do Sporting, dirigentes e jogadores do Benfica, jornalistas, árbitros, etc...

Para mim esta taça vale tanto como o Torneio do Guadiana... ou seja, não vale nada. O formato da competição foi de uma estupidez atroz. Foi adoptado com o propósito de garantir que os 3 grandes tivessem o caminho facilitado até às meias-finais. E isso aconteceu. E 2 dos 3 grandes chegaram à final... algo que deve ter agradado imenso à organização, mas que não traz nada de bom ao futebol português. Não percebo para que serve uma competição destas, qual o benefício que o futebol português, que se encontra num estado moribundo permanente, ganha com isto. Foi uma competição com demasiadas polémicas e marcada por um clima de non-sense contínuo, que teve a sua apoteose durante e após a final. Foi uma espécie de bebedeira colectiva, talvez para honrar o patrocinador principal da prova.

Sinceramente trocava a vitória nesta taça da treta pela vitória do Benfica num jogo do campeonato em que tenha sido derrotado. E se eu mandasse no Benfica, como sinal de que a luta pela verdade desportiva é uma luta honesta e não uma hipocrisia, entregava simbolicamente a taça ao Sporting. E assim talvez os gajos se calassem, porque já não os posso ouvir. Parecem aquelas crianças mimadas depois de verem um pedido negado pelos papás. Entregava a taça ao Sporting, mas não ao presidente do Sporting, porque esse não passa de um ébrio cujo verdadeiro clube equipa de azul e branco. Mas podia entregar a taça ao Paulo Bento ou ao João Moutinho que, por acaso, até são benfiquistas. Até ficava tudo em família.

sexta-feira, março 13, 2009

25

Hoje cruzo uma barreira que tem o seu quê de perturbadora... Completo a minha vigésima quinta translação em torno do Sol. Vejo a casa dos 30 subitamente aproximar-se por aproximação às dezenas, enquanto os anos de teenager parecem mais longíquos. É engraçado olhar para trás e perceber que eu sou um tipo cheio de contradições e muito pouco definido. Parece que, em certas áreas da minha vida, a indefinição é a minha melhor definição. Se eu pudesse ter determinado há uns anos atrás aquilo que eu queria ser, fazer, viver aos 25 anos, tenho a certeza que teria escolhido uma vida muito diferente daquela que tenho hoje. E mais, essa escolha podia ter divergido daquilo que sou hoje em diversos sentidos, consoante a época em que fosse feita. É difícil olhar para trás e reconhecer-me no meu passado... Encontro retalhos de mim espalhados pelas várias idades, talvez com maior frequência entre os 15 e os 16 anos e, sobretudo, por altura dos meus 18 anos. É nessa fase que eu mais me encontro e que eu mais me reconcilio com o meu passado. Aos 18 anos sonhei ser alguém que nunca fui e que talvez nunca chegue a ser... Mas o que é giro é que depois disso andei durante muito tempo esquecido desse sonho, sonhando outras coisas que, mesmo que não fossem diametralmente opostas ao meu sonho dos 18 anos, eram, no mínimo, incompatíveis. E hoje olho para trás e reparo que, seguindo um caminho muito sinuoso e pouco ortodoxo, chego a uma fase da minha vida em que sonho exactamente aquilo que sonhava quando tinha 18 anos e estou, pela primeira vez desde então, mais perto de o realizar. É como se tivesse começado a percorrer um caminho, trocando várias vezes de destino, acreditanto que ía chegar a qualquer lado, e, de repente, dou por mim no ponto de partida e tendo como objectivo o destino original. Se calhar devia entrar em depressão por sentir que desperdicei uma parte da minha juventude a sonhar os sonhos errados. Mas por outro lado, se não tivesse sonhado os sonhos errados, não tinha voltado a sonhar os sonhos certos com tanta convicção de que eles são mesmo os certos... E a verdade é que, para rematar este post antes que isto se torne demasiado pessoal e ponha a nu todas as minhas psicoses, ao completar um quarto de século sou um gajo feliz. Dou-me bem comigo próprio (o que nem sempre aconteceu ao longo dos últimos anos) e estou feliz (às vezes até ligeiramente orgulhoso - será que tem mal?) por ser quem sou, embora algumas das minhas características e erros me entristeçam ciclicamente.

Posto isto, tenho a pedir-vos que sejam originais e não respondam a este post com o clássico «muitos parabéns» na caixa de comentários! Em vez disso, podem contribuir para realizar algum dos meus desejos de aniversário:
  • que o Benfica comece a jogar futebol
  • que a Norah Jones venha cá cantar-me os parabéns
  • que nasça uma verruga ao José Socrates na ponta do nariz, dando-lhe o ar de Pinóquio (já não há pachorra para o gajo)
  • que eu, por inspiração súbita, comece a tocar guitarra como o Eric Clapton
  • que eu consiga demonstrar os detalhes nos quais estou preso há duas semanas e que são necessários para o artigo ficar praticamente pronto
  • uma mesa rodeada de amigos, um bom vinho, muita saúde e muito riso

quarta-feira, março 11, 2009

Norah Jones

Digam lá se não é impossível uma pessoa não sentir uma grande afeição por esta rapariga? Aliás, parece-me até bastante natural que um gajo sinta uma espécie de paixoneta platónica pela Norah, mesmo já tendo passado há muito a idade dessas coisas... Trata o piano e a guitarra por tu, tem uma voz que roça a perfeição, é linda e tem uma simplicidade encantadora. Se eu mandasse alguma coisa neste mundo, se este mundo fosse justo, ela seria minha vizinha e amiga, tocariamos juntos umas coisas, jogavamos snooker juntos... Digam lá se esse não seria um mundo mais bonito?



terça-feira, março 10, 2009

Este post é uma salada

Pois é, desde que voltei para Portugal ainda não escrevi aqui nada. Tenho estado a preparar alguns textos para os meus outros blogs e tenho ouvido algumas notícias que gostava de ter comentado aqui, mas não tem calhado. Tenho jogado muito futebol e sinto o corpo todo escavacado, porque voltar a jogar depois de dois meses sem desporto é muito agressivo. Tenho lido muito Hemingway e Tolstoi, dois autores que estou a gostar imenso de descobrir e dos quais falarei aqui oportunamente. Tenho também dedicado tempo à matemática, mas parece que o regresso a Portugal provocou em mim uma espécie de descompressão que origina desconcentração frequente.

Relativamente à política, gostava de ter aqui escrito acerca da forma arrogante como o PS tem tratado o poeta Manuel Alegre. O Manuel Alegre, com o seu charme de poeta, parece às vezes viver numa realidade paralela, num mundo mais cor-de-rosa. Por isso, acho que ele não tem perfil para ser um grande líder político, para ser um ministro que tome decisões. Mas talvez tenha perfil para a Presidência da República, que é um cargo mais... teatral. O facto do PS não ter apoiado a sua candidatura, preferindo "desenterrar" politicamente o Mário Soares, foi, na minha opinião, vergonhoso para o partido. E os resultados dessas eleições foram prova disso. Desde então, temos assistido a diversos braços-de-ferro entre Manuel Alegre e o seu partido e a razão tem estado, em geral, do lado de Manuel Alegre.

Relativamente ao futebol, dizer que o Benfica não merece ganhar o campeonato. É claro que eu ficarei feliz se isso acontecer, mas a verdade é que não o merece. Uma equipa que, durante meses a fio, não consegue vencer um único jogo sem espinhas, não deve ganhar troféus. Eu sou um defensor de que o futebol é, em primeiro lugar, um espectáculo, uma forma de arte. Ganhar a qualquer custo, não tem qualquer valor. Na minha opinião, em teoria, é melhor uma equipa que perde alguns jogos, mas que ganha a maioria de forma convincente, do que uma equipa que ganha todos os jogos com vitórias caídas do céu. Nesta perspectiva, o Braga actual é muito melhor equipa que o Benfica... É triste.

Termino com os assuntos mais sérios deste post. Duas notícias recentes, deram conta de duas histórias muito tristes. O suposto desenvolvimento da sociedade actual é, no fundo, uma grande treta (e isto é muito fácil de constatar, nem sequer seria preciso ir buscar estas histórias, basta olhar à nossa volta). Uma das histórias é esta. E um dia destes vou deixar-vos aqui um conto que aborda também um roubo de um pão, mas com um desfecho diferente... A outra história é esta. É uma aberração do princípio ao fim. É uma coisa tão triste que por um lado eu até preferia esquecer a história e não a abordar aqui no blog. Por outro lado, há que denunciar a estupidez... que neste caso atinge contornos de crueldade. Concordo inteiramente com Lula da Silva, quando ele diz que a Igreja não devia ter tomado nenhuma posição publica neste caso. E, a ser tomada uma posição publica, teria sempre que ser uma posição de compreensão para a menina e a sua mãe e de condenação do padrasto. Eu considero-me conservador em muitos assuntos, mas a posição do arcebispo neste caso nem sequer se pode chamar de conservadora. É uma posição própria de gente cruel e desumana, uma posição que não tem nada a ver com cristianismo. Nos evangelhos não encontramos Jesus a condenar as pessoas, mas a amá-las apesar dos seus defeitos e das suas dificuldades em serem íntegras. Em conversa com amigos cristãos, a propósito desta história, lembra-mo-nos da seguinte passagem da Bíblia. O contraste entre a posição de Jesus e a posição do arcebispo é óbvio:

1 Depois todos foram para casa, mas Jesus foi para o monte das Oliveiras.

2 De madrugada ele voltou ao pátio do Templo, e o povo se reuniu em volta dele. Jesus estava sentado, ensinando a todos.

3 Aí alguns mestres da Lei e fariseus levaram a Jesus uma mulher que tinha sido apanhada em adultério e a obrigaram a ficar de pé no meio de todos.

4 Eles disseram: — Mestre, esta mulher foi apanhada no ato de adultério.

5 De acordo com a Lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlteras devem ser mortas a pedradas. Mas o senhor, o que é que diz sobre isso?

6 Eles fizeram essa pergunta para conseguir uma prova contra Jesus, pois queriam acusá-lo. Mas ele se abaixou e começou a escrever no chão com o dedo.

7 Como eles continuaram a fazer a mesma pergunta, Jesus endireitou o corpo e disse a eles: — Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!

8 Depois abaixou-se outra vez e continuou a escrever no chão.

9 Quando ouviram isso, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, e ela continuou ali, de pé.

10 Então Jesus endireitou o corpo e disse: —Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para condenar você?

11 — Ninguém, senhor! — respondeu ela. Jesus disse: — Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais!


Nas várias confissões cristãs, há muita gente que se diz cristã, mas que tem uma ideia muito distorcida da mensagem central dos evangelhos, do caminho que Jesus nos veio mostrar e que, enquanto cristãos, devemos procurar seguir.

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Nunca mais é sábado

Esta minha semana vem dar um novo significado à frase que expressa o maior lamento quotidiano dos portugueses: "nunca mais é sábado". No sábado regresso a Portugal e agora que o regresso está próximo é que as saudades parecem apertar e a ansiedade aumenta. A expectativa das coisas que tenho para fazer em Portugal dificulta a minha concentração e, por estes dias, já nem me apetece trabalhar. Mas estou a fazer um esforço para aproveitar os dias que ainda tenho em Paris.

Entretanto esta semana está de volta a champions. O palco do melhor futebol europeu (e, portanto, mundial). Ontem tivémos direito a um Inter-Man Utd, com uma grande exibição do Cristiano Ronaldo que, só à conta dele, podia ter resolvido a eliminatória. Infelizmente o jogo terminou sem que o Man Utd conseguisse marcar o golo que merecia. Sendo assim está tudo em aberto para a segunda mão e temo que o Mourinho consiga montar uma estratégia para vencer, mesmo jogando mal. De qualquer forma ontem ficou dada a prova de que este Man Utd ainda é a melhor equipa da Europa. Ao ponto de ir a casa do primeiro classificado do Calcio dominar o jogo.

Hoje há um Real Madrid-Liverpool. Dois grandes clubes, dois monstros da história do futebol europeu. É um jogo a não perder e eu vou ficar colado ao pc a ver o jogo num streaming (tudo muito legal, como podem reparar). Não sei por quem vou torcer, mas provavelmente pelo Real Madrid, apesar de também ter uma grande admiração pelo Liverpool, a sua história, os seus adeptos (os melhores do mundo) e o Steven Gerrard, um jogador do caraças.

E é isto.

domingo, fevereiro 22, 2009

Num blog perto de si

Capítulo II - Chegada a Bayeux. Aqui.

(desculpem lá insistir, mas podem estar distraídos e eu não quero que os meus leitores percam a oportunidade de ler estes textos, caso estejam interessados)

sábado, fevereiro 21, 2009

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E é assim o Benfica. Não há meio de fazer uma época que se diga "sim senhora, os gajos jogam que se farta e merecem ganhar coisinhas". Desde 93/94 que não vejo o meu Benfica a ser o meu Benfica durante uma época inteira... aquele Benfica dos 3-6 em Alvalade e dos 4-4 em Leverkusen. Mas o clube do nosso coração é algo que não dá para trocar. Deixar de ser do Benfica ou, pelo menos, tentar desligar-me dele, seria como amputar um braço. E assim lá vou indo de época em época, sempra com a mesma sina, a mesma ilusão que acaba por dar origem à desilusão nas alturas em que se decidem as competições.

A frase que melhor resume o jogo de hoje, retirada do blog Mágicoslb.

«Quando um Rochemback consegue controlar o meio campo está tudo dito sobre a exibição do Benfica. »

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Num blog perto de si

Capítulo I - Embalado Pelo Comboio. Aqui.

Encruzilhadas matematicas


Esta semana esta a ser particularmente penosa no que diz respeito aos meus avancos matematicos. Queria provar um teorema seguindo um caminho que, as tantas, ficou bloqueado. E andei a semana toda a a tentar desbloquear o caminho. Mas, apos conversa com o meu orientador, percebi que nao ha maneira de desbloquear o caminho. Por isso, das duas uma: ou encontro outro caminho que me leve ao teorema que procuro - caminho esse que serà decerto muito mais sinuoso do que aquele que tentei seguir - ou desisto de provar o teorema, pelo menos por enquanto. E assim a investigacao em matematica. As vezes pode ser frustrante. Como diz o outro, sao 99 por cento de transpiracao e 1 por cento de inspiracao. Por isso e que o estado devia comparticipar a compra de desodorizantes para matematicos. 

Mas mesmo assim posso considerar-me sortudo, porque no meio da trapalhada que foi a semana talvez tenha ganho um outro teorema para incluir num futuro artigo. Estou aqui a ganhar coragem para escrever uma demonstracao limpa da coisa, enquanto como um iogurte (em franca as vacas devem ser especiais; nao so dao queijos deliciosos, como iogurtes muito bons e variados) e barras de chocolate kinder (isto è coisa para me dar a volta à barriga). Mas como tenho receio de encontrar um erro no meu raciocineo, acho que vou antes dar uma volta a Ile-de-la-Cite e deixo a demonstracao para amanha!

P.S. Teclado frances, ou la o que e isto. Estes franceses tem um complexo de inferioridade qualquer e tem sempre que meter o dedo em tudo quanto vem do Reino Unido ou dos EUA. So para serem diferentes. E horrivel ouvi-los a pronunciar nomes com sotaque frances. Por exemplo, Franklin Roosevelt por estas bandas soa qualquer coisa como  Franquelan Ruzevelte e Mariah Carey soa como Marraia Carre. A acrescentar a isto, ha o facto de poucos franceses usarem chapeu de chuva quando chove. Sera que e porque o chapeu de chuva e um acessoria tipico dos ingleses? 

terça-feira, fevereiro 17, 2009

The Finest Hour

Vou começar pelo fim. Depois de um dia dedicado a visitar locais históricos da segunda guerra mundial e a conhecer mais histórias acerca do dia D, perguntei ao guia se ele não temia que um dia as pessoas se esqueçam do que os soldados aliados fizeram na Normandia. Ele respondeu que sim, que também tem esse medo, mas que faz a parte dele para que os feitos heróicos dos soldados aliados (e não só!) não caiam no esquecimento. Eu gostei da resposta dele e decidi também eu contribuir, ainda que de um modo bastante humilde, para impedir ou retardar esse esquecimento. Por isso decidi criar este blog, onde procurarei expor aquilo que senti ao visitar a Normandia. À medida do tempo que tiver disponível e da minha inspiração, vou contar-vos como foi a minha (primeira) viagem à Normandia. Provavelmente vou dispersar muitas vezes do tema central do blogue. A escrita vai fugir-me para pequenos apartes e para observações que podem não ter muito a ver com a Normandia. Mas é assim que gosto de escrever, é o meu cunho pessoal, talvez levemente egocêntrico. Provavelmente não vou ter o rigor histórico de uma enciclopédia, até porque vou escrever muita coisa baseado apenas na minha fraca memória. O que pretendo é dar um testemunho daquilo que senti ao cumprir o sonho de visitar a Normandia. E desse modo contribuir para que continue a ser dada honra aos soldados anónimos, muitos deles miudos mais novos do que eu, que deram os melhores anos das suas vidas (dezenas de milhares deram mesmo a própria vida) para libertar a Europa da opressão nazi. The Finest Hour é o título atribuído a um dos mais célebres discursos de Winston Churchill. Esse discurso foi feito depois de uma derrotam que os alemães infligiram aos britânicos. Essa derrota obrigou à retirada do Corpo Expedicionário Britânico da Europa e quase provocou a aniquilação das forças britânicas em Dunquerque. Daquilo que li acerca do assunto, foi um milagre que essa tragédia não tenha adquirido contornos mais negros. Talvez tenha sido esse o momento em que o Hitler esteve mais perto de ganhar a guerra. Depois da retirada, a Grã-Bretanha viu-se sozinha na guerra, contra uma Alemanha que dominava toda a Europa e que estava, por enquanto, em paz com a Russia de Estaline. Nessa altura os Estados Unidos ainda não tinham entrado em guerra, algo que só viria a acontecer um ano e meio depois, como consequência do ataque a Pearl Harbour. Foi nesse contexto que Churchill usou a expressão The Finest Hour. É uma expressão de dificil tradução. Em português, eu usaria a expressão O Melhor Momento. O que Churchill quis foi incentivar o país dizendo-lhes que um dia os seus descendentes iriam olhar para trás e iriam reconhecer a época que a Grã-Bretanha estava a viver como O Melhor Momento do Império Britânico. Mas julgo que a expressão de Churchill também ilustra bem a fase final da segunda guerra mundial, ao dia D e ao pós-dia D, englobando não só a Grã-Bretanha, mas todos os aliados.

Fotos


Para quem tiver interesse em ver 200 e tal fotos da Normandia, é ir ali ao lado direito, clicar no link para o meu álbum Picasa. Brevemente, passarão por aqui algumas delas com a devida explicação.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Cansaço

Estou de volta a Paris, mas uma parte de mim ficou na Normandia. Nos próximos dias, em tendo tempo, deixarei aqui o link para as fotos e começarei uma série de crónicas acerca desta minha pequena aventura... Aviso já que vão ser crónicas detalhadas e que ninguém vai ter paciência para as ler. Tenho 5 folhas escritas à mão com apontamentos e tópicos.

Mas antes de entrar no tema Normandia, até porque hoje já é tarde e eu estou cansadíssimo, quero apenas deixar duas notas.

O Miguel enviou-me esta foto tirada na casa do Benfica de San Jose, California. A curiosidade é que o galhardete ali da direita é da minha terra, Vila Franca de Xira. E eu, como benfiquista, claro que fico contente por ver a minha terra associada ao nome do Benfica, lá nesse longíquo país.

O comentário que isto me suscita é que os benfiquistas são como os chineses: em qualquer canto do mundo encontras um!

Uma outra nota para dizer que Raul Gonzalez, que é um dos meus futebolistas preferidos de sempre, se tornou ontem melhor marcador da história do Real Madrid ultrapassando a lenda Alfredo di Stefano. Raul que já era também o melhor marcador de sempre da Liga dos Campeões e da selecção espanhola. São números impressionantes! Na carreira de Raul ficará sempre uma página por escrever, porque ele devia ter sido campeão europeu pela Espanha... Mas pode ser que para se "vingar", ele ainda consiga ganhar a quarta (!!!) liga dos campeões da sua carreira.

P.S. Para os mais apressados, aqueles que estão em pulgas para ver fotos, se têm acesso ao meu hi5, vão até lá porque já me dei ao trabalho de pôr algumas.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Se perguntarem por mim...

Três curtas

1. O lado direito do meu cérebro deve andar todo baralhado. Quanto mais tento falar o francês, pior falo o inglês. Neste momento acho que não falo língua nenhuma. I just mèlange tudo.

2. À atenção do Sr. Bush: o hálito de certas pessoas devia ser considerado uma arma de destruição maciça.

3. Bom, está na hora de ir buscar um cafezinho e de voltar ali para o meu canto, tentando completar em segurança a convolução de kerneis no contexto de D-modulos, em condições laboratoriais plenamente controladas.

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Vai defender o menino para a tua terra

E é com este título aparentemente xenófobo que eu começo um post dedicado ao Luis Filipe Scolari. Afinal eu tinha razão ao escrever isto. O homem não percebe de futebol. É preciso que se diga o seguinte com todas as letras: o Chelsea tem, provavelmente, o melhor plantel do mundo. Tem uma dupla de centrais do melhor que há, John Terry e Ricardo Carvalho. O Ricardo, se não é o melhor central do mundo, já andou lá perto. Na minha opinião a melhor dupla de centrais é a do Manchester, mas a do Chelsea vem logo a seguir. Tem dois laterais do melhor que há por aí, Bosingwa e Ashley Cole, que talvez só encontrem rivais nos laterais do Barcelona. Tem um dos melhores guarda-redes da actualidade, Cech, que na minha opinião só fica atrás de Casillas e Buffon. Tem 3 dos melhores médios-centro do mundo: Deco, Lampard e Ballack (este último é um tipo detestável, mas é bom jogador quando quer). Tem um excelente avançado chamado Drogba. E a somar a isto tem diversas soluções para o ataque. Com este plantel, o Scolari conseguiu a proeza de colocar a equipa em 4º lugar. É mau. O Chelsea começou a época muito forte, talvez como consequência do final de época passada, também muito forte. Mas o efeito Caravaggio não durou muito e o Scolari conseguiu estragar a dinâmica vencedora da equipa. Os resultados recentes já apontavam para este desfecho. Uma última nota para o seguinte facto: o Chelsea de Scolari não venceu nenhuma das equipas grandes que defrontou. Para a Liga dos Campeões defrontou duas vezes a Roma e não conseguiu vencer nenhum dos jogos. Na Premier League não conseguiu vencer o Liverpool, o Manchester United, nem o Arsenal. Repetiu assim um dos defeitos que mais lhe apontámos enquanto esteve à frente da selecção: a incapacidade para ganhar os jogos grandes, os mais difíceis, os que mais contam. A história encarregar-se-à de explicar se os bons resultados da era Scolari aconteceram por causa dele ou apesar dele. Eu inclino-me para a segunda opção.

sábado, fevereiro 07, 2009

É este o fenómeno que o Darwin designava de adaptação?

Agora já sobrevivo às baixas temperaturas de Paris apenas com uma t-shirt, mais uma sweat e o meu kispo com forro polar, que, nas palavras da minha orientadora, é um "cobertor que deve tornar impossível ter frio". Já me esqueço do cachecol em casa, expondo o pescoço e, por transitividade, os brônquios, ao arzinho gélido. E deixo as luvas dentro da mochila (ainda hei-de explicar a mim próprio qual é a utilidade de andar com um par de luvas dentro da mochila...) que é como andar à caça de frieiras. E não uso gorro, porque o meu cabelo está numa fase desgrenhada, desmazelada, comprida e, segundo os meus pais e irmã, está feio. Resumindo, está exactamente como eu gosto! Usar gorro deixa o cabelo com um aspecto de penteadinho parvo. Retira todo o meu charme de matemático sem-abrigo. Se a minha barba fosse qualquer coisa mais do que uns pelos semeados em dias de vento, era boa altura para deixá-la crescer. Mas, coitada, por mais que eu a deixe crescer, ela nunca parece passar de uma coisa rala e ridícula. O que me leva a concluir que tenho uma deficiência genética: os meus genes da barba são pigmeus. Tudo isto para dizer que não uso luvas, cachecol, nem gorro, mas, para azar da sociedade, sobrevivo! E, sendo assim, continuo a azucrinar a paciência daqueles que estão à minha volta. Eu azucrino, tu azucrinas, ele azucrina... Que belo verbo! Quem já não deve ter paciência para mim são os meus orientadores. Tenho dito mais disparates por unidade de tempo, do que o Bush. Dizia o Erdos que um matemático é uma máquina de transformar cafés em teoremas. Eu, não querendo de modo algum diminuir o papel que a cafeína desempenha na actividade matemática (até porque no meu caso não é só na actividade matemática que o café é fundamental, mas sim em todas as actividades, desde o momento em que abro as pestanas, até à altura em que as fecho), atrevo-me a contrariar o grande Erdos, cuja biografia O Homem Que Só Gostava de Números é um dos melhores livros de divulgação da matemática que já li, e digo que um matemático é uma máquina de transformar dúvidas disparatadas em teoremas. Epah, esta última frase deve ter ficado esquisita. Hoje estou num daqueles dias em que começo a escrever e nunca mais páro. É como se tivesse aqui dentro de mim um bichinho que me empurra os dedos para as teclas... É um bichinho genético (a minha mãe também o tem e uma vez ela até escreveu um livro de poesia). É um bichinho com o qual vivo em perfeita simbiose. E o que tem o Darwin a dizer sobre o meu bichinho? Onde é que ele entra na sua teoria? Em que reino, filo, classe, espécie e o caneco é que mora o meu bichinho? A propósito, já alguma vez vos disse que não vou muito à bola com o Darwin (se bem que eu normalmente vou sempre à bola com a mesma pessoa, é sempre com o mesmo amigo que vou à Luz ver o Benfica perder)? Desde as aulas de biologia do 12º ano que lhe tenho um pó do caraças...

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Crash


Ainda não o tinha visto e decidi ocupar o serão de ontem a fazê-lo. É um filme muito bom. Com momentos perturbantes. Explora a vulnerabilidade do homem à corrupção, tendo como pano de fundo uma cidade extremamente racista. Corrupção no sentido de crime e também no sentido de corrupção da personalidade e do carácter. É um filme em que a mediocridade da nossa sociedade se sobrepõe à vontade que o homem tem em fazer o bem. O palco é L.A. mas podiam ser muitas outras metrópoles. Não é um filme bonito. É um filme realista que contém um ou outro momento em que o lado bom dos homens sobressai. No global, o filme tanto pode ser encarado como uma mensagem de esperança, como de desespero. A questão que fica por responder é: será inevitável que a corrupção nos toque a todos? A resposta a esta questão parece variar ao longo das cenas do filme e acaba por ficar indefinida. Foram quase duas horas bem empregues e fica explicado porque é que o filme tem 8.1 de pontuação no Imdb.

P.S. Devia estar a trabalhar em vez de estar a escrever posts, mas hoje estou claramente num dia não! Só me apetece pôr a mochila às costas e ir para as avenidas passear, enquanto levo com a neve no focinho para ver se acordo!

sábado, janeiro 31, 2009

A alegria ao serviço do futebol

Quando o Benfica marca um golo, a minha reacção normal é qualquer coisa entre o ficar impávido e sereno, porque o Benfica marcar golos é o mais normal que pode haver, ou gritar, festejar e passar-me, porque já estava a entrar em desespero. Quando o Mantorras marca um golo, a minha reacção é gritar, festejar e passar-me, como se o Benfica tivesse marcado 3 ou 4 golos de uma vez só! E não é só comigo que isto acontece. É uma reacção comum à grande maioria dos benfiquistas. Porquê? Porque o homem é a simplicidade em pessoa, um miudo que gosta de jogar à bola e que disfruta dos jogos com a alegria de uma criança. E também porque todos vimos que se as lesões graves não lhe tivessem lixado o joelho, ele teria sido um jogador do caneco. No último campeonato que ganhamos, o Mantorras foi uma espécie de talismã. Hoje voltou a sê-lo... Será que a história se repete?

Vamos Rafa!!

Hoje durante a manhã e o início da tarde (sim, porque o jogo durou 5 horas e 14 minutos, tornando-se o mais longo de sempre do Australian Open) o meu trabalho foi ciclicamente interrompido para visitas ao site da Eurosport e ao site oficial do Australian Open para acompanhar o score do duelo espanhol entre Rafael Nadal, o número 1 do mundo, e Fernando Verdasco, que sendo «apenas» o número 14 do mundo fez um torneio sensacional e está no melhor momento da sua carreira. Tendo em conta todos os comentários que fui lendo, deu para perceber que este foi um daqueles jogos épicos, jogado num nível estratosférico por ambos os tenistas, com pontos incríveis. É por causa destes jogos que gosto de ténis, mas infelizmente desta vez não deu para seguir em directo. Aqui fica uma amostra do que eu perdi!! Para domingo está agendada uma final entre Rafa e Raja, Rafael Nadal e Roger Federer. É um confronto que ameaça tornar-se o maior clássico de sempre do ténis. No passado outros tenistas proporcionaram rivalidades do mesmo género, mas agora na era da mediatização é normal que esta rivalidade (bastante saudável, diga-se) ganhe maiores contornos. Vamos ver como o Nadal recupera fisicamente. O Federer é favorito, porque foi sempre o mais forte dos dois nos pisos sintéticos e porque teve umas meias-finais tranquilas, resolvidas a 3 sets, e ainda por cima com direito a mais um dia de descanso. Mas o Nadal vai ter uma palavra a dizer... É curioso que o Federer é tido para muitos amantes da modalidade como o melhor tenista de sempre, mas tem um frente-a-frente negativo com o Nadal: apenas lhe ganhou 6 vezes, tendo perdido por 12 vezes (a maior parte em terra batida). Na minha opinião o Federer é um tenista do caraças, mas ver o Nadal jogar é muito mais empolgante. Talvez o Federer seja o melhor tenista de todos os tempos, mas teve o azar de aparecer na mesma época o melhor tenista em terra batida de todos os tempos. E acho que o espanhol ainda vai bem a tempo de "roubar" ao suiço o lugar mais alto da história do ténis. Tem apenas 22 anos, já conta com 5 torneios do grand-slam no seu palmarés, e continua a evoluir, melhorando os aspectos menos bons do seu jogo, tendo actualmente condições para bater qualquer adversário em qualquer superfície.

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Uma Aventura na Normandia


Ora no dia 14 de Fevereiro de manhã vou apanhar um comboio na Gare de St. Lazare que me levará até à vila de Bayeux na Normandia, uma vila que tem todo o ar de ser pitoresca. Vou aproveitar o dia 14 para passear em Bayeux, passo a noite neste hotel e no dia 15 vou fazer este Tour. Espero que a minha máquina fotográfica compreenda a importância do momento e que não me falhe nestes dias. O mês de Fevereiro promete... Será que quando os sonhos se realizam com muita força, podem aleijar-nos?

terça-feira, janeiro 27, 2009

Não há 2 sem 3

Tenho um novo blog. Desta vez numa parceria que me deixa muito contente. Uma parceria entre duas pessoas que um dia decidiram ser freaks revolucionários desregulados. Ainda está numa fase muito inicial e vão perceber qual é o propósito do blog, à medida que os posts forem aparecendo. Aproveito para dizer que ainda não desisti do meu segundo blog.

I could get used to this life

Há coisas no meu quotidiano aqui em Paris que estariam tão bem incluídas no meu quotidiano em Lisboa... Infelizmente não é possível transportar para Lisboa o Institute de Mathemàtiques de Jussieu. Trabalhar neste instituto ou trabalhar na minha sala da FCUL é tão, mas tão diferente. Lembro-me de alguns professores aconselharem vivamente o doutoramento no estrangeiro. Optei por uma co-orientação que me tem permitido até agora ficar a maior parte do tempo em Portugal, mas agora que aqui estou percebo o que esses professores quiseram dizer. Aqui há uma outra maneira de fazer matemática. Muito mais dinâmica, muito mais... científica. Também não sou daqueles que dizem que tudo no estrangeiro é uma maravilha e tudo em Portugal é mau. Acredito que existam por essa europa fora muitas universidades e centros de investigação bem piores que os nossos. Mas comparando as realidades que conheço, Paris e Lisboa, tenho que dizer que Paris é um outro mundo.

Hoje em conversa com o meu orientador percebi algo que já suspeitava. Os artigos científicos estão repletos de afirmações que os autores não verificaram. O que me parece é que muitas vezes eles já sabem à partida onde querem chegar e sabem que a conclusão é verdadeira porque tem que ser verdadeira e para lá chegar usam argumentos cujos detalhes nem sempre são verificados. E à pala disto, acredito que andam por aí muitos artigos cujos resultados principais estão certos, mas com detalhes errados.

No meu caso, preciso de construir um morfismo entre duas estruturas e provar que é um isomorfismo. Para tal é suficiente provar que obtemos um isomorfismo quando fazemos uma espécie de restrição do domínio (very roughly speaking). A ideia é que esse isomorfismo que resulta da restrição do domínio já é uma coisa conhecida, já foi construído por outros autores e eu posso usar esse facto desde que eu torne explícito que a restrição do meu morfismo dá precisamente o morfismo que esses autores estudaram. O problema é que a construção mais fácil é em abstracto: provo que existe o morfismo entre as estruturas que quero, mas não exibo nenhuma expressão para esse morfismo. Portanto torna-se impossível garantir que ao fazer a restrição vou obter o morfismo tratado pelos outros autores. O que o meu orientador me disse foi para eu simplesmente afirmar isso e arrumar o assunto...

Se algum dia derem de caras com um artigo escrito por mim, não se fiem...

sábado, janeiro 24, 2009

Impressionantes

Os números que o Barcelona tem na Liga Espanhola este ano. Com 20 jogos feitos, um a mais do que os adversários, leva 15 pontos de avanço e tem 63 (!!!) golos marcados! Futebol espectáculo cujo principal interprete dá pelo nome de Lionel Messi, mas que conta também com o Henry, um dos meus preferidos de sempre, e com o Samuel Eto'o, melhor marcador do campeonato. É uma equipa com muita juventude, que joga um futebol alegre, às vezes quase mágico. O treinador Guardiola é jovem, motivado e conhece bem os cantos à casa, porque enquanto jogador fez também a sua carreira no Barcelona (e foi um dos melhores médios dos anos 90). A equipa espanhola pela qual me habituei a torcer é o Real Madrid. Habituei-me a vê-los com grandes planteis, recheados de estrelas e habituei-me a vê-los ganhar competições, como quem muda de camisola. Vi o Raul e companhia erguerem 3 taças dos campeões e a espalhar espectáculo pelos relvados europeus. Além disso, de certo modo pode dizer-se que o Real Madrid é o equivalente espanhol do Benfica. Por tudo isto, tornei-me simpatizante do Real. Mas é impossível não gostar deste Barcelona. E agora dou por mim a torcer para que eles ganhem a Liga dos Campeões. E acho que ganhar essa competição seria um prémio justo para a brilhante carreira do Henry.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Séries que se vêem por aqui

(Bem sei que segundo o acordo ortográfico o título deste post contém um erro. Mas, ao contrário de alguma imprensa portuguesa, por exemplo o jornal Record, este blog não é, nem deseja ser, pioneiro na implementação desse acordo patético. Pelo contrário, este blog recusa-se a seguir esse acordo.)

Actualmente o meu pc é o meu ursinho de peluche. Levo-o comigo para a cama, sento-o ao meu lado e vejo séries descarregadas da net antes de adormecer (vá processem-me lá!). Ver séries é uma coisa que substitui a leitura quando estamos cansados. É menos exigente. Actualmente vejo quatro séries, por ordem de preferência: 24, Criminal Minds, Bones, Cold Case. Nunca tinha visto o Lost e aqui há umas semanas tentei começar a ver desde o início, mas não gostei. O 24 é o 24. Está aí a 7ª temporada e começou em grande. O Criminal Minds é de longe a melhor série policial. Mas de longe mesmo. A série Bones vejo-a porque acho-a divertida, mais do que pela parte policial ou científica. A série Cold Case comecei a vê-la quando não havia episódios novos das outras 3. É uma série policial muito simples, mas entretém.