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Entre Teoremas e Chocolates: 2008

quarta-feira, dezembro 31, 2008

We're all in this thing together

Feliz 2009 para todos e, para começar bem o ano, em vez de comerem as 12 passas, calculem a factorização de 2009 em números primos... 2009 não é um ano primo e eu não sei se isso é bom ou mau sinal. Deixo essa reflexão entregue aos supersticiosos. Não vos desejo boas entradas porque nunca percebi bem o significado dessa frase que as pessoas dizem umas às outras de ânimo leve. Além disso é preciso cautela, não vão o Binya e o Bruno Alves ler este post e interpretem mal a palavra "entradas". Entretanto, para mais um ano, para viver tristezas e alegrias, para passar pela crise ou fugir dela, para rir ou para chorar, "we're all in this thing together!" Nesta coisa chamada vida.

domingo, dezembro 28, 2008

Caminhos de Portugal

Rio Douro - perto de Freixo de Espada à Cinta
Castelo Rodrigo

Miranda do Douro

Paisagem Transmontana



Rio de Onor



Bragança

Nordeste Português

Ainda com a garganta a doer-me, mas já sem febre, decidimos pôr-nos a caminho de Trás-Os-Montes. Nunca tinha estado nessa região do país, só a conhecia dos livros da primária. Bragança é uma cidade simpática onde se comem boas alheiras (Mirandela está ali a dois passos) e que às vezes acorda vestida de branco. Percorremos em três dias mais de 1000 Km, passando por várias localidades das quais ouvimos falar, mas nem sabemos ao certo onde se situam. À ida passamos por Lamego e depois apanhamos um nevoeiro medonho ali para os lados de Mirandela. Perto de Bragança visitamos a aldeia de Rio de Onor, uma aldeia comunitária dividida entre Portugal e Espanha, com as tradicionais casas de xisto, muitas delas reconstruídas, dando à aldeia um aspecto bem catita. À vinda passámos por Miranda do Douro, Mougadouro, Freixo de Espada à Cinta, Barca D'Alva, Figueira de Castelo Rodrigo e Pinhel, para além de terreolas com nomes bem estúpidos, como Caçarelhos, Escalhão, Variz, Vale de Porco... O cúmulo é uma terra que fica também para aqueles lados chamada Campo de Víboras. Mas apesar dos nomes das terras, o nordeste do país tem sítios muito bonitos que vale a pena conhecer. "Pelos caminhos de Portugal eu vi tanta coisa linda, vi um mundo sem igual..."

sábado, dezembro 20, 2008

É Natal, é Natal

Estou doente. Com uma febrita engraçada e com uma expectoração verdusca e raiada de sangue que, na minha opinião, devia constituir um case study para os médicos e cientistas. Estar doente irrita-me. Um gajo fica na cama ou no sofá durante horas, sem pachorra para fazer qualquer coisa produtiva, usando o comando para fazer zapping, enquanto os olhos pesam por causa da febre e enquanto se aguenta uma dor de garganta que vai desde a epiglote até aos alvéolos. São horas, dias, completamente perdidos. E isso irrita-me. Ao ponto de ainda não ter decidido se é da febre que vou morrer ou se é do tédio que ela provoca. E havia tanto para ser feito nestes dias, quer em termos de trabalho quer em termos de programas extremamente interessantes... Ainda tentei aproveitar o tempo para conhecer a Anna Karénina (que, não nos esqueçamos, é russa). Mas o livro é pesado (nos dois sentidos da palavra) e a minha cabeça não aguenta tanto peso. Algo de produtivo que fiz ontem foi rever o filme Orgulho e Preconceito (a propósito, agora é que é boa altura para eu ler o livro da Jane Austen, porque vou ficar a imaginar que a Lizzy é a Keira Knightley o que, convenhamos, abona muito a favor da Lizzy). Tenho a dizer que o filme Orgulho e Preconceito é das melhores coisinhas que já se fizeram em termos de cinema romântico. É claro que há quem possa preferir aqueles romances de pacote, tipo o Chocolate ou O Diário da Nossa Paixão. Mas eu é que percebo disto (e não se contraria um homem com febre) e volto a dizer que Orgulho e Preconceito é um filmezorro. E agora se me dão licença vou ali tossir com força e ver o que sái... E é tudo. Feliz Natal. Uma música de natal.


terça-feira, dezembro 16, 2008

Miss Mundo

A miss mundo é russa. E desta vez é bem engraçada, a moça! O que só vem fortalecer a minha teoria de que as russas são bonitas, principalmente no Verão.

Corações Periféricos

Da colaboração entre Rui Veloso e Carlos Tê têm surgido os melhores poemas cantados da música portuguesa nas últimas duas décadas. Um excelente exemplo é a música Corações Periféricos, a número 12 do álbum Avenidas. Como não encontrei maneira de vos deixar aqui a música, deixo-vos pelo menos o poema do Carlos Tê.
Na cidade dormitório
Onde o sol se põe cinzento
E o bel-canto da cigarra
Jaz mudo sob o cinzento
Quando a noite cai sombria
Com seus ténues lampadários
Luzindo na simetria
Dos novos bairros operários
O meu coração vadia como um lobo solitário
Na tristeza de um subúrbio
Pinto apelos em murais
Esfumo a noite em olheiras
Deslizo na hora do lobo
Sigo o rastro das padeiras
Afio as minhas armas brancas
Nas esquinas de metal
Cravo-as bem fundo nas ancas
Da cintura industrial
O meu coração vadia como um lobo solitário
Na tristeza de um subúrbio
Silva a hora do comboio
Treme na erva o orvalho
Corações da outra banda
Apressam-se para o trabalho
Com olhos mal acordados
Brilho vestido ao contrário
Como peixes alucinados
Às voltas no seu aquário
O meu coração vadia como um lobo solitário
Na tristeza de um subúrbio

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Excelente Entrevista

Quando tiverem uns minutos, ouçam esta conversa com Medina Carreira, ex-ministro das finanças. Vale mesmo o tempo!!! Um homem que chama os bois pelos nomes, põe os pontos nos i's e torna reais mais alguns eufemismos do mesmo género. Concordo com o tom do discurso dele e com grande parte do conteúdo, sobretudo quando ele fala da educação em Portugal. Não sou especialista em economia, por isso não posso avaliar a opinião dele acerca da crise portuguesa e do estado da nossa economia. Mas as conclusões às quais ele chega, eu também cheguei por vias diferentes: o sistema político em Portugal é uma palhaçada, o país está no mau caminho não só a nível económico, mas também a nível social. Não conheço a prestação dele enquanto ministro, mas a julgar pelo discurso, completamente diferente daquilo a que estamos habituados a ouvir, o homem dava um bom governante.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Anderson Luis de Souza

Entretanto está encontrado o golo da época, apesar de ainda só estarmos em Dezembro. Marcado por um jogador cujo valor reconheço, mas que não me enche as medidas como outros (para a mesma posição prefiro, por exemplo, o Steven Gerrard do Liverpool), que joga numa equipa da qual não gosto (só gostei do Chelsea nos anos 90, quando lá jogava o genial Gianfranco Zola), com a agravante de ser uma equipa treinada por um treinador com o qual embirro cada vez mais, o Sargento Scolari. Mas apesar de tudo isto, a qualidade do golo é tal que eu sou obrigado a render-me às evidências: é um golo do caraças. Verdadeira poesia! 

Há muita maneira de fazer poesia

Poema Em Linha Recta I - Álvaro de Campos


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Álvaro de Campos 


Poema em Linha Recta II - Manchester United



quinta-feira, dezembro 04, 2008

Chazinho

Quero descansar os leitores habituais do blog dizendo que estou bem de saúde. E não, não estou retido em Banguecoque (o que se calhar não seria mau de todo). Estou neste momento no meu renovado quarto (agora tenho uma secretária enorme, que, há falta de mais uma assoalhada, e como o chão está frio, já dá para acomodar uma ou duas visitas) a decidir se vou trabalhar um pouco ou se vou ao Youtube distrair-me a ver sketches dos Monty Python. Tenho o aquecedor ligado e dois pares de meias calçados (ontem tinha três). E não tenho sono. Acabei de beber um chazinho (os chás são bebidas sazonais que aparecem em força na minha casa por altura do Inverno; no Verão migram para paragens mais fresquinhas) e de comer uns biscoitos. Julgo que estes dados são suficientes para o caso do caro leitor querer traçar o meu perfil homeostático. O que se passa é que não tenho escrito porque, basicamente, não me tem apetecido. Tenho ocupado o tempo livre a ver algum futebol (ainda ontem vi um jogo do caraças, um Man Utd vs Blackburn Rovers que terminou com 5-3 para os red devils) (abro aqui outro parêntesis para dizer que, até à próxima vitória, não conheço nenhum clube chamado Benfica), a ver séries como Mentes Criminosas ou Ossos, a tocar guitarra, por exemplo. E é tudo. Deixo-vos com a piada mais engraçada do mundo.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Matemática Ecológica


O meu orientador deu-me um problema para tentar resolver que, nas palavras dele, talvez seja "demasiado fácil". Quando eles usam expressões deste género é mau sinal. É mais do que motivo para eu me assustar. 

Ontem passei a tarde a delinear uma teoria bonita (e realmente fácil) que resolveria o problema num piscar de olhos. Só que o que fiz ontem foi apenas listar um conjunto de pequenos passos que teria que dar até chegar ao teorema essencial. Sem demonstrações. E esperar que uma teoria sem demonstrações se torne uma resolução real de um problema é mais ou menos a mesma coisa do que esperar que um esqueleto se torne um ser humano, ou que um caderno cheio de pautas vazias se torne a 5ª sinfonia de Beethoven ou que uma tela em branco se torne um Renoir.

De modos que hoje passei a tarde a atirar para o lixo parte daquilo que tinha delineado ontem e a reciclar a outra parte. Um matemático é por definição um tipo que passa o tempo a Reduzir, Reutilizar e Reciclar o trabalho que ele ou os outros matemáticos fizeram no passado. 

(Na imagem, o quadro Ao Piano de Pierre-Auguste Renoir, um quadro fofo (não sei se é este o termo técnico adequado) que tive o prazer de ver no Musée de l'Orangerie.)

segunda-feira, novembro 24, 2008

Os Miseráveis

Ah já agora deixem-me dizer algo: a obra Os Miseráveis de Victor Hugo é dos melhores clássicos da literatura. Talvez ao nível de um Guerra e Paz ou coisa que o valha. Li uma versão francesa feita especialmente para jovens (sem palavras complicadas e com passagens abreviadas) e o próximo passo será ler a obra completa em português.

Apenas uma nota directamente da redação

Respondi a alguns comentários feitos já há alguns dias, excepto os do tal post. Mas espero ter tempo para o fazer  durante esta semana. O tempo não tem abundado por aqui e o pouco que tenho tido disponível tem sido utilizado para fazer aquilo que me apetece e aquilo que me apetece não tem passado por escrever no blog.

Entretanto, como estou sem assunto, falemos do clima. Diz que vem aí uma onda de frio. Finalmente! É que estou farto de não acertar na roupa que devo vestir e de ter calor durante a noite. Além disso tenho que começar a preparar o corpo para o inverno parisiense e nada melhor do que umas temperaturas abaixo da dezena para o fazer.

O Brasil-Portugal visto pelo Zé Carlos

O Brasil ganhou e goleou com toda a naturalidade. Aliás, outro resultado não seria de esperar quando duas equipas se defrontam num jogo de futebol tão incaracterístico: uma das selecções jogou com 9, a outra com 13!

domingo, novembro 23, 2008

Muito Bom

O Câmara Clara da RTP2, que estou neste momento a ver, com a participação do Nuno Crato, com as suas opiniões sempre super lúcidas. Um do génios do mundo matemático, quando se trata de divulgar a «nossa» ciência. Não sei se o programa estará disponível on-line, ou só parte dele. Podem tentar aqui

segunda-feira, novembro 17, 2008

Viste o Zé Carlos?

Este post é especial para a Xana, a Patrícia e todas as outras pessoas que não perdem tempo a visualizar programas fúteis, nomeadamente o Zé Carlos e Os Contemporâneos. O programa desta semana teve como momento alto os sketches envolvendo os problemas da educação. 







(Se definirmos como momentos altos do programa aqueles que provocam riso, então podemos considerar o Tumba desta semana como um momento alto. Mas na verdade aquilo foi tão decadente que não sei se provoca mais riso ou choro.)

sábado, novembro 15, 2008

Quem diz a verdade não merece castigo

Eu não me quero gabar, mas isto tem que ser dito para que o mundo o saiba: estou a jogar à bola como nunca! Mourinho, põe os olhos em mim homem. Isto de ver um Benfica com gajos que sabem jogar à bola como o Aimar, o Reyes e o Suazo, tem efeitos altamente positivos na minha performance. 

Se tudo correr dentro da normalidade, se a bola não for caprichosa, se o Bynia ficar no banco, se o Rochemback não voltar a enterrar o Sporting, se 1+1 for igual a 2, então amanhã o Benfica vai tornar-se líder do campeonato! Não sentem o país mais feliz? Este ano o Natal pode ser parco em prendas, por culpa da crise, mas vai ser um Natal bonito! A malta toda com bom humor e com um sorriso a iluminar o rosto enquanto recorda os grandes lances de futebol que o Benfica tem protagonizado. Este é o verdadeiro espírito natalício.

Nota: também sou um excelente guarda-redes, principalmente quando não há remates.

Actualização: o Leixões anda teimoso e ainda não vai ser este fim-de-semana que o Benfica chega a líder do campeonato, mas é uma questão de tempo (não sei se já repararam mas eu tenho a vitória no campeonato como um dado adquirido. Aliás, este ano sinto que podia fazer como o Mourinho: convoco uma conferência de imprensa na qual afirmo com todas as letras que o Benfica vai ser campeão. Vamos lá ver se este assomo de arrogância não me vai fazer engolir uns sapos).

sexta-feira, novembro 14, 2008

Para os mais distraídos

Este meu post abrutalhado, deu origem a uma discussão (discussão no bom sentido da palavra: uma troca de opiniões civilizada) da qual estou a gostar. Se quiserem participem. Não se acanhem, que eu não me importo de servir de saco de pancada! E se alguém partilha da minha opinião, então que me ajude a defendê-la, antes que eles me comam vivo ! =P


quinta-feira, novembro 13, 2008

Coisas da malta que segue a bola

É só uma brincadeira criada pelo pessoal do blog O Banco da Mexicana, um dos blogs de desporto que frequento regularmente. E está bem catita

quarta-feira, novembro 12, 2008

Da Madeira vem o exemplo

Ainda, e mais uma vez, a guerra Professores vs ME. Apesar de os motivos não serem os mais nobres (podia ser, sei lá, por protesto) o governo regional da Madeira decidiu atribuir a todos os professores que lecionam no arquipélago a classificação "Bom". Epá, as comissões de avaliação do continente e dos Açores que peguem neste exemplo e que atribuam "Bom" a toda a gente. Assim não há problemas com as quotas e evitam-se chatices. Era um protesto original e muito mais ecológico do que andar a atirar ovos ao carro da ministra.

Mudando de assunto, parece que o reitor da Universidade de Lisboa se demitiu para se recandidatar. Também neste caso foi da Madeira que veio o exemplo, já que ele se deve ter inspirado na bonita carreira política do Alberto João Jardim. Não percebo o que é que ele ganha com isto, para além de, provavelmente, ganhar mais despesas já que será dado início a um período eleitoral e tudo isso custa dinheiro. Mas a verdade é que o homem até é capaz de ter razão para estar descontente. Vai-se ouvindo, nos corredores da FCUL, que a situação é tão grave que é provável que um destes meses não haja dinheiro para pagar os ordenados aos funcionários.

Ainda o caso "Professores vs ME"

Nesta reportagem os professores dão, no global, uma opinião calma, lúcida e ponderada acerca do da avaliação dos docentes. Vejam o vídeo (o link para o vídeo aparece do lado esquerdo, acompanhado do texto a negrito "professores exigem esclarecimentos). 

Vírus

Estou com um vírus no computador cá de casa. Ao que parece anda aí um Trojan a atacar computadores com Windows XP (nunca pensei dizer isto, mas ainda bem que no portátil tenho o Vista). O computador fica a reiniciar infinitamente, sem nunca entrar realmente no Windows. Nem em modo de segurança se consegue entrar. Levo o computador à loja? Ou invento qualquer coisa? Já andei a pesquisar e aparecem sugestões para tentar resolver o problema em alguns fóruns. Para ser honesto, não percebo patavina de computadores, mas, nem sei bem como, costumo dar-lhes a volta. E desta vez dar-lhe a volta significa resolver o problema sem que seja necessário formatá-lo. É que isso significaria uma quantidade industrial de fotos irremediavelmente perdidas e todos os trabalhos, livros e documentos relativos ao curso da minha irmã =S

Actualização: dei um salto à loja para pedir umas dicas sobre o assunto e disseram-me algo que confirma alguns rumores que ouvi. O que aconteceu, pelo menos no meu caso, foi uma falha no sistema de actualização da versão gratuita do anti-vírus AVG. Parece que só afecta Windows XP e a resolução não é complicada. Basta usar o cd do Windows e mexer nas "partições" (o que quer que isso seja). Como não tenho os cds do Windows, mais logo o computador vai direitinho para a loja, que é como quem diz, vai para o hospital.

Professores vs ME

Ao contrário de muitas outras guerras ao longo dos anos, a actual guerra que os professores declararam ao Ministério da Educação (daqui em diante designado apenas por ME, for the sake of simplicity), faz todo o sentido. Aliás, as medidas que o ME tem tomado são tão absurdas que até se pode concluir que foi o ME a declarar guerra aos professores e não o contrário. Os senhores teóricos do ME não fazem a mais pálida ideia do que é uma escola e do que significa ser professor actualmente. Os senhores teóricos do ME só querem brincar às estatísticas e, baseados em senhores teóricos que estudam lá as sociologias e as psicologias e que pouco ou nada acrescentam de útil à sociedade, inventam estatutos dos alunos, avaliações de professores, programas e métodos de avaliação que visam o aproveitamento escolar a todo o custo, hierarquias dentro das escolas que só servem para perder tempo em reuniões inúteis. E esquecem-se que a pergunta que devia ser feita, a única pergunta que realmente interessa, é se os alunos estão ou não a aprender. E a resposta, ao contrário do que devia ser normal, não pode passar pelas notas, já que essas são claramente falaciosas. Agora até já implementam quotas para o número de chumbos que pode haver numa escola.  

aqui o escrevi, mas não é demais repetir: os grandes culpados dos problemas do ensino em Portugal não são os professores, são os pais. A desresponsabilização dos pais, a demissão do seu papel de educadores e de autoridades na vida dos filhos terá (já tem) um impacto muito negativo na sociedade e nos jovens que estamos a formar. Durante muitos anos amei a escola por acreditar que era ela a fábrica do futuro, que era lá que se formavam os pensadores e os sonhadores que iriam contribuir para melhorar a sociedade. Vejo a escola como um palco onde podíamos vislumbrar, por entre as cenas que se desenrolavam, um pouco do amanhã. Mas esta minha comparação está incompleta. Como em qualquer fábrica, a escola precisa de matéria prima com qualidade para que o "produto acabado" tenha também qualidade. O problema do ensino não está na escola, mas na qualidade da matéria prima que lhe é fornecida. E quem controla essa matéria prima, quem tem sobre ela influência, são as famílias. Daí que, aprofundando a minha analogia, a conclusão é que a sociedade do amanhã é o reflexo das famílias de hoje. O sistema de ensino também tem a sua quota parte de responsabilidade, mas se a matéria-prima que lhe é fornecida não é boa, a escola não tem nem a obrigação, nem os meios, de fabricar com ela produtos de qualidade. 

Estou apaixonado


Não é linda, a minha nova gaja? Chama-se Fender.

terça-feira, novembro 04, 2008

Aberração

Há uns minutos atrás, no telejornal da RTP, apresentaram uma reportagem acerca de uma operação de mudança de sexo que está a ocorrer, por esta altura, no hospital de Santa Maria. Esta é uma notícia que obviamente interessa a todos os portugueses e é relevante o suficiente para ter a honra de ser referida num telejornal da estação pública. É quase tão interessante como a história da evolução do preço do amendoim na Papua Nova-Guiné. Todos os dias são realizadas dezenas de operações complicadas nos hospitais portugueses, mas a qual é que interessa mesmo dar tempo de antena? A uma mudança de sexo! O que mais me chocou foi algo que ouvi na reportagem e que prova que já não há vergonha nenhuma e que quem governa este país não tem um pingo de bom-senso: as cirurgias para mudança de sexo são 100% comparticipadas pelo estado. Não, isto não é uma brincadeira, isto é a realidade em que vivemos. Um tipo qualquer anda frustrado porque gostava de ter um par de totós em vez de barba, e decide mudar de sexo. E quem é que paga? Nós, os contribuintes.
 

Há por aí muita gente a quem faltou um bom par de estalos em criança.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Extremismo

É capaz de ser uma associação lógica falaciosa, mas ainda assim deixo aqui o meu primeiro pensamento quando li esta notícia chocante: ainda há quem defenda, como é o caso do cheché Mário Soares e mais alguns ilustres da esquerda do caviar, que os governos dos países ocidentais devem combater o terrorismo tentando sentar-se à mesa com esta gente, para com eles negociar. 

Medo, muito medo

Pensem nisto por um bocado: imaginem que o McCain ganha as eleições e que, por ser de idade avançada, dá-lhe um badagaio (esta é das palavras mais belas da língua portuguesa) e que há a necessidade da vice-presidente Sarah Palin assumir a presidência. Isto seria um pesadelo, tal o feitio surreal da personagem. Potencialmente, seria pior do que um terceiro mandato do George W. Bush (que agora vai ter mais tempo livre para se dedicar ao seu desporto favorito, o levantamento de copos; mas a julgar por algumas conferências de imprensa dos últimos 8 anos, ele não abdicou totalmente da modalidade durante o tempo em que foi presidente). Potencialmente, seria quase tão mau como a Hillary Clinton. A verdade é que já não se fazem Margaretes Thatcheres como antigamente. Nós por cá temos uma, mas está velha.

Posto isto, peço desculpa por vos ter levado a pensar num cenário tão negro. Vão lá levantar um ou dois copos para esquecerem este post e estejam descansados porque amanhã o Obama vai tornar-se o quadragésimo quarto presidente dos EUA.

BPN, o exemplo de que o crime compensa

A propósito da nacionalização do BPN ainda não ouvi uma posição mais sábia e contundente do que a do meu pai:

«O que estes gajos estão a fazer agora é apenas lavar roupa suja. Os administradores, por terem andado  a brincar com o dinheiro das pessoas, deviam era ir presos.»

Mas infelizmente a realidade é bem diferente e hoje, ao ver a Sic Notícias, ouvi que até é possível, dependendo do acordo que o estado faça, que os administradores venham a ser indemnizados por ficarem sem as suas acções. Ou seja, vivemos num país onde uns poucos andam a chular os outros (desculpem o vocabulário, mas é este o vocabulário que o caso exige) e depois ainda recebem por isso. 

Vamos dar luta ao Leixões

O primeiro golo do Benfica é uma obra-prima que merece ser vista e revista! É um poema em forma de futebol! Reparem na deliciosa maneira como Aimar lança a corrida de Suazo... soube-me muito melhor do que o delicioso capuccino que estava a beber enquanto via o início do jogo. Mais adiante, reparem na entrada criminosa de um jogador do Vitória sobre o Suazo. O árbitro nem assinalou falta. Para certos árbitros, em certos jogos, tudo é permitido, até arrancar cabeças aos adversários. Quinta feira vou à Luz, algo que já não acontece desde o Benfica 0 - Shaktar 1, há cerca de um ano. Vai ser um jogo difícil, mas cada vez acredito mais neste novo Benfica de Quique Flores. O Leixões até pode estar muito forte este ano, mas não vai ganhar o campeonato sem que tenha muita luta do Benfica.


sexta-feira, outubro 31, 2008

Tesourinhos Deprimentes

Leiam e façam um favor a vós mesmos: vejam o vídeo para terem um bom momento de humor!

Gripenet

Já há um par de anos que participo neste projecto que considero importante e que visa monotorizar a evolução do vírus da gripe em território português. A Patrícia deu-me a conhecer o projecto numa altura em que havia uma ameaça de pânico generalizado por causa da gripe das aves. Face a essas ameaças, este tipo de projectos faz todo o sentido. Qualquer pessoa pode participar e ocupa apenas um par de minutos por semana, o tempo necessário para preencher um questionário sobre o nosso estado de saúde, se sentimos ou não sintomas de gripe, se fomos ou não ao médico, esse tipo de coisas... Participem!

Afinal eles são humanos!


Roger Federer e Rafael Nadal desistiram ambos do torneio Masters Series de Paris por motivos físicos. O suiço por culpa dos já crónicos problemas de costas e o espanhol por causa de dores nos joelhos. Estas desistências, ainda por cima em simultâneo, vêm dar consistência à tese de que estes dois super-tenista afinal não são seres de outro planeta com capacidades que excedam as do humano comum. São "apenas" os melhores do mundo naquilo que fazem. Por outro lado, estas desistências, acompanhadas por outras recentes prestações dos dois tenistas, parecem indicar que eles se andam a evitar. Assim de cabeça, julgo que o último confronto entre eles foi mesmo na final de Wimbledon (é possível que me esteja a esquecer de algum outro confronto) e diria que por um lado o Federer deve andar receoso de voltar a enfrentar o jogador que tem o antídoto perfeito para o seu jogo e por outro lado o Nadal anda a evitar jogar contra o Federer porque não quer perder a vantagem psicológica que tem sobre ele e sabe que não está na mesma forma de Maio e Junho, quando se jogaram Wimbledon e Roland Garros. Mas eles não podem andar a evitar-se por muito mais tempo... a final dos Masters Series está aí à porta e ambos vão querer ganhar. E em 2009, quem será o rei dos courts? Será que o Nadal se afirma como número 1 que veio para ficar? Será que o Federer recupera o estatuto? Será que o Andrew Murray continua a melhorar e ultrapassa os outros dois? Será que vai ser o ano do Djokovic? Aceitam-se apostas. Eu espero que estejam todos no seu melhor, porque quem fica a ganhar é quem gosta de ténis. 2009 promete ser um grande ano para os fãs da modalidade. E quanto a torcer por algum deles, torço pelo Nadal, claro!


Nota: não sei quem ganhou o jogo da foto, mas tendo em conta que foi em terra batida, a probabilidade de ter sido o Nadal a ganhar é elevadíssima.

quarta-feira, outubro 29, 2008

Vai de mal a pior

Isto é o cúmulo da doidice... Mas como doidice até parece simpático, deixem-me usar uma expressão mais forte: isto é o cúmulo da estupidez! Digo mais, da burrice! Não sei quem dirige o CNE, não sei que raio de gente é esta, não sei que raio de filosofia eles seguem, não sei que raio de futuro querem dar aos jovens portugueses, só sei uma coisa: ao longo das décadas, reprovar um ano na escola foi o bem de muita gente. Diz o secretário de estado Valter Lemos que têm que existir "mecanismos de alternativa" para os que têm mais dificuldade. E digo eu: alternativa? A única alternativa que deve existir para não se reprovar é adquirir os conhecimentos necessários para passar para o nível de aprendizagem seguinte e isso demonstra-se tendo bom aproveitamento. Andam os professores a esforçar-se para ensinar alguma coisa aos miudos e depois aparecem estes teóricos da treta a brincar às estatísticas, a tentar fazer-nos acreditar que vivemos na Finlândia e a facilitar, facilitar e facilitar. Se os miudos não estiverem nas escolas para aprender, então estão lá a perder tempo... e a fazer os professores perderem tempo e a prejudicarem aqueles que querem aprender. Com este tipo de medidas, o que nós vamos criar são novas gerações indecisas, sem rumo, sem conhecimentos e que perdem a infância e a adolescência a encher a cabeça com vento.

terça-feira, outubro 28, 2008

PC ou Mac?


A páginas tantas, estou a pensar comprar um novo portátil. Estou muito satisfeito com o meu Toshiba que tem apenas um ano e pouco, mas acontece que brevemente ele deverá passar para as mãos da minha irmã e eu aproveitarei para comprar um portátil mais leve. Estou portanto à procura de um portátil que não pese muito, mas que tenha a mesma qualidade, fiabilidade e resistência do Toshiba Tecra, uma vez que não quero passar de cavalo para burro. E apesar de sempre ter usado PC com Windows, estou fortemente inclinado para passar para a comunidade Mac, porque quem faz parte dela só conta maravilhas. De modos que talvez o rapaz da imagem seja a minha escolha. 

Qualidade de Vida


O passeio pedonal entre Vila Franca de Xira e Alhandra é uma recente mais valia para os habitantes destas localidades. Agora ao acordar de manhã, e na falta de gente para uma partida de futebol, podemos pegar no mp3 e ir correr à beira do Tejo desfrutando de uma boa vista e um ambiente propício à prática de desporto. É saudável e tem consequências benéficas. Critico a câmara municipal de Vila Franca de Xira por ter como principal amostra de trabalho a quantidade absurda de buracos que estão abertos pela cidade. São obras por tudo quanto é rua ou ruela. Buracos abertos e reabertos, porque as obras ficam mal feitas, construções paradas há anos, obras públicas prometidas há décadas pelas sucessivas câmaras comunistas e socialistas e que só agora começam a ser realizadas, etc.. Há um projecto para um novo hospital que está na gaveta há décadas. No entanto, quando se tratou de construir um museu do neo-realismo, existiram verbas e a obra foi executada com relativa rapidez e eficácia. Prioridades... 

Mas há que aplaudir quando isso é merecido. E o passeio pedonal é motivo para eu aplaudir e para dizer: Maria da Luz Rosinha, finalmente fizeste alguma coisa de jeito! 

A norte de Lisboa, se excluirmos algumas zonas dos Olivais e da Portela (que na prática podem considerar-se como sendo a periferia de Lisboa) e se não quisermos ir para tão longe como Azambuja ou o Cartaxo, Vila Franca de Xira é a melhor cidade para viver. 

De qualquer modo, nas próximas autárquicas vou votar PSD, porque esta câmara sempre esteve muito à esquerda e seria interessante que a direita ganhasse mais força no concelho. 

segunda-feira, outubro 27, 2008

Bolonhices

Hoje descobri que o doutoramento que estou a fazer não é nem o programa doutoral de Bolonha, nem o doutoramento pré-Bolonha. É um híbrido, baseado num decreto de lei de 2006. Desconfio que há muito pouca gente neste limbo. O mais engraçado é que o processo de Bolonha veio virar os serviços académicos das universidades de pernas para o ar e ninguém entende ao certo o que andamos a fazer. Aconteceram coisas surreais, incluíndo processos de equivalência anedóticos. Houve gente mal aconselhada e, no meio da confusão, apenas uma ou outra pessoa dos serviços académicos sabe realmente o que se passa e sabe o que diz. É o que dá terem implementado este processo às três pancadas. Por causa do tal decreto de lei de 2006, esta semana tenho que fazer um seminário que servirá para avaliação e é uma espécie de pro-forma para terminar o 1º ano do doutoramento. O título é "Index Theorems for D-modules" e será uma oportunidade não só para falar daquilo que ando a estudar mas também para testar a minha capacidade de improvisar em inglês.

domingo, outubro 26, 2008

Falta pouco mais de uma semana

Uma sondagem interessante, para ir acompanhando. Votem também! É interessante constatar que a mensagem de Obama parece passar melhor para fora das fronteiras dos EUA. O mundo, cansado dos disparates e da incapacidade de Bush para lidar com as questões internacionais, quer uma mudança e um novo rumo para a política e a conduta daquela que, quer queiramos quer não, continua a ser a maior potência do globo. Nos EUA há uma grande parte da sociedade que é conservadora e que tradicionalmente garante uma boa base de votos aos republicanos (um pouco como acontecia cá com o PSD, antes do Santana ascender a primeiro ministro e deitar por terra a reputação do partido, criando uma crise à direita que ainda está por resolver). Por isso, seria sempre muito difícil que os democratas conseguissem uma vitória esmagadora, cujos números fossem semelhantes aos desta sondagem. Mesmo assim Barack Obama continua na frente e parece certo que será o próxima presidente dos USA. Oxalá a sua política seja mesmo de mudança e permita que a economia americana recupere um pouco do fulgor do passado, já que andamos todos um bocado a reboque dela.


quarta-feira, outubro 22, 2008

Above All

O doutoramento que estou a fazer deixa-me algum tempo livre. Na verdade, tenho neste momento muito mais tempo livre do que tinha na altura da licenciatura, porque trabalhar mais que 6 ou 7 horas por dia torna-se esgotante e nada produtivo. Há sempre alguns trabalhos paralelos para ir fazendo que dão para desanuviar, mas mesmo assim sobra-me muito tempo e sinto-me feliz por poder usufruir desse tempo nesta fase da minha vida. Tenho lido imenso, tenho visto muitas séries que, de outro modo, seria impossível acompanhar e tenho feito algum desporto (se bem que podia e quero fazer mais). Estas são aquelas que eu chamo as minhas actividades extracurriculares actuais. Podia aproveitar o tempo livre para ganhar mais uns trocos na mina das explicações, mas não sinto essa necessidade e julgo que o melhor é aproveitar enquanto me posso dar ao luxo de ocupar tempo com as tais actividades extracurriculares. Um dia terei outras responsabilidades, emprego, filhos e o caneco, e é provável que o tempo livre se torne uma miragem. Entretanto, decidi aumentar as minhas actividades extracurriculares criando outro blog, com um cariz diferente deste. Lá passarei a falar de assuntos relacionados com a minha fé cristã e também a opinar acerca de temas que, de algum modo, apelem aos valores e princípios que, como cristão, defendo. Nem sei ao certo como vou fazer a divisão de alguns assuntos pelos dois blogs, mas isso vai surgindo naturalmente. As razões que me impelem a criar este blog podem ser lidas lá, num dos primeiros posts. Para espreitaram este blog recém-nascido, é só clicar aqui em baixo:
Convido-vos a ler e comentar, mesmo que seja para criticar, para duvidar ou para contrariar o que escrevo, desde que haja moderação.

terça-feira, outubro 21, 2008

Aconteceu cá em casa

Estava a dar aquele concurso do Malato e aparece uma pergunta do género: "Quem foi o presidente da republica portuguesa entre Maio e Setembro de 1974". As opções eram António de Spínola, Francisco da Costa Gomes e Américo Tomás. A minha irmã responde "Américo Tomás" e diz a minha mãe "Então achas que era o Américo Tomás, depois do 25 de Abril?" e responde a minha irmã pensativa "Pois, eu sei que o 25 de Abril foi nesse ano, mas não sei em que mês foi."


(Convém dizer, em defesa da rapariga, que ela é inteligente e sabe umas coisas e que estava com sono e anda a estudar demais.)

36


Foi o número de golos que se marcaram na jornada da champions de hoje. Um dia em cheio para quem gosta de futebol de ataque. Houve resultados loucos, fazendo lembrar tempos antigos, quando o futebol não estava tão amarrado a tácticas defensivas. Só não foi um dia bom para os portistas, porque nenhum dos 36 golos foi do FCP. Estou a ver os resumos na RTP e diz o jornalista que o Dinamo Kiev marcou num livre duvidoso. Enquanto ele diz isso, passa uma imagem clara do jogador do FCP a fazer falta. E eu pergunto-me: o jornalista está a ser irónico ou quer fazer de nós parvos? Bem, vou ver os resumos dos outros jogos na RTP! Deixem-me lá disfrutar, porque 36 não acontece todos os dias!

(Disseram-me que devia escrever acerca da selecção e do Queiroz, mas em relação a esse assunto, mantenho-me em blackout. Querem ver que ainda tenho que engolir uns sapos? Afinal o Scolari percebia de futebol? Nããã!! Depois de ter visto aquelas cenas que passaram na Sic mostrando as conversas do Scolari no balneário antes dos jogos do mundial de 2006, não consigo acreditar nisso. Mas de qualquer modo, mantenho o blackout.)

quarta-feira, outubro 15, 2008

Cacos com cor

És rapariga? Perdes a cabeça por causa de bujigangas fofas? Então dá um saltinho a este espaço. Se és rapaz e queres oferecer alguma coisa a uma rapariga que perde a cabeça por causa de bujigangas fofas, podes saltar também. Lá podem ver uma exposição dos trabalhos de uma amiga minha e podem até encomendar coisinhas (não, não ganho comissão). 

(Se és rapaz e perdes a cabeça por causa de bujigangas fofas, então há aí qualquer coisa de errado...)

Katie Melua e Jamie Cullum

Desculpem lá isto não ser escrito nem cantado por mim (até porque eu cantar bem é algo tão impossível como, por exemplo, o Pauleta marcar um golo numa fase final de uma competição internacional ao serviço da selecção) mas a Patrícia mandou-me postar hoje e eu, compreendendo a necessidade homeostática de verem aqui coisas novas, decidi deixar aqui duas músicas. Não quero estar sempre a bater na mesma tecla, mas digam-me lá se isto




 e isto 




não são dois belos exemplares de coisas que dá gosto ver/ouvir?

É isto que se lê por aqui

Eu sei que não tem grande jeito deixar aqui coisas que não foram escritas ou cantadas (credo!) por mim, até porque defraudo imperdoavelmente as expectativas dos meus leitores, que vivem para ler os meus textos de sobeja qualidade e as minhas opiniões pertinentes e comummente aceites como verdades absolutas. Mas o tempo não abunda, até porque por estes dias tenho preferido entreter-me a ler a autobiografia do Colin Powell em vez de escrever aqui no blog. E também a National Geographic de Outubro que tem um artigo interessantíssimo acerca da memória, essa gaja que tantas vezes me trái. Se me lembrar onde pus a revista, logo à tarde hei-de continuar a ler o artigo. Quanto à autobiografia de Colin Powell é um livro enorme que relata grande parte da história dos USA pós-segunda guerra vista pelos olhos de um filho de emigrantes jamaicanos que cresceu nos bairros pobres de Nova Iorque, tornou-se soldado e chegou a general 4 estrelas e a chefe do estado-maior conjunto dos USA, a mais alta posição militar fardada do país (só abaixo do próprio presidente, que, lá como cá, é o chefe supremo das forças armadas). A história de Colin Powell é um exemplo de que o modelo americano, tendo decerto inúmeras falhas, tem também muitas virtudes. A família de Colin Powell foi para as terras do Tio Sam viver o sonho americano, tal como milhares de emigrantes ao longo da história e Colin Powell personifica o próprio sonho americano. Apesar de seguir uma linha um pouco gabarolas, Colin Powell conta-nos a sua ascensão no exército ao mesmo tempo que nos dá a sua visão da política externa dos USA ao longo da sua carreira. Quando Powell começa a ocupar cargos importantes no Pentágono e como conselheiro de segurança de Reagan, começam a fazer parte da história diversas personagens marcantes do último quarto do século XX. Fascinou-me principalmente a forma como Powell caracterizou Gorbachev e a própria União Soviética, enquanto a guerra fria chegava ao fim. A autobiografia contém também em detalhe a preparação e o desenvolvimento da operação Tempestade no Deserto. Eu confesso que gosto de ler acerca dos bastidores da política, porque quase sempre aquilo que passa cá para fora não corresponde ao modo como as coisas de facto aconteceram. Powell conta como muitas das decisões foram tomadas dando a impressão de que o Bush pai era incomparavelmente mais lúcido que o Bush filho. A grande falha do livro é ter sido publicado em 1995 e, por isso, não aborda o 11 de Setembro e o seu período como secretário de estado de George W. Bush, quando teve que defender a invasão no Iraque na ONU, mostrando provas de que o regime de Saddam possuía armas de destruição massiça, provas essas que, ao que tudo indica, terão sido forjadas. Ainda assim, para quem gosta de autobiografias e/ou história do século XX, recomendo a leitura de A Minha Jornada Americana.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Dormir... Há alguma coisa melhor?

Sinto uma certa obrigação de escrever qualquer coisa. Tenho um blog porque gosto de escrever e de partilhar opiniões através da escrita. E essa partilha, por vezes, mais do que um gosto é uma necessidade. E assuntos não me faltam. Mas hoje não tenho nada a declarar. Apenas tenho um profundo cansaço que me faz lembrar o Álvaro de Campos: "O que há em mim é sobretudo cansaço". Vou dormir.

terça-feira, outubro 07, 2008

Crise?


O que sei é que à conta desta suposta crise devem andar uns quantos chico-espertos (provavelmente aqueles que menos precisam) a meter milhões ao bolso. Ainda não percebi a crise, nem sequer detecto os efeitos do seu agravemento na minha bolsa. O que percebo, e não é preciso ser nenhum especialista em economia para perceber isto, é que há muita especulação e há gente que está a criar propositadamente um clima de pânico que, ao contaminar o cidadão comum, não trará nada de bom!

Entretanto vou planear uma viagem para entrar em 2009 no Luxemburgo, na linda Cidade do Luxemburgo. Desconfio que é um daqueles planos que não vai dar em nada, mas mesmo assim vou pesquisar, pensar num itinerário e esperar que o pessoal não desista da ideia! E como estamos em crise, vou ser muito poupadinho no orçamento, para não chatear os senhores do Dow Jones.

Neste post fala-se de trabalho

Hoje tive um dia de trabalho daqueles que dão prazer e uma sensação não só de dever cumprido mas de felicidade, como há meses não tinha. Habituei-me a ter com a matemática uma relação de dádivas recíprocas: eu dou-lhe o tempo e o empenho necessários para a entender e ela retribui dando-me essa tal sensação de felicidade, um gozo intelectual que não é facilmente explicável a quem nunca o experimentou. Trabalhar com matemática pode ser extremamente gratificante e este foi um segredo que eu aprendi quando andava no 7º ano (um dia conto qual foi o catalisador para eu no 7º ano ter ficado apanhado pela matemática, uma história oportuna numa altura em que há tanto facilitismo no ensino). Durante o curso a minha relação de intimidade com a matemática fortaleceu-se. Eu dediquei-me a estudá-la, a abrir caminho para a conhecer através de teorias nem sempre fáceis. E valeu a pena. A matemática não me desiludiu, pois no fim do caminho ela está lá apresentando-se bela e sorrindo (às vezes o sorriso é traiçoeiro, indicando que aquele não foi o caminho certo!). No primeiro ano do doutoramento esta sensação de reciprocidade alterou-se. Pela dificuldade dos assuntos que tive que estudar, por falta de empenho, por não ter tido a melhor abordagem ou por todas estas razões, o primeiro ano do doutoramento teve momentos penosos em que por mais que tentasse abrir caminho nunca encontrava a beleza da coisa. Agora parece que a sensação está a regressar e hoje foi o dia em que mais o senti. Caramba pá! Afinal a Teoria dos D-Módulos tem ponta por onde se lhe pegue!

segunda-feira, outubro 06, 2008

Jamie Cullum e Katie Melua



Ele faz-me esquecer que a Diana Krall existe. É um pianista e cantor de jazz genial. E ela é tão gira que eu era capaz de ver o vídeo até ao fim, mesmo que ela cantasse pior que a Ronalda. Mas depois de ver o vídeo pela décima vez, comecei a reparar na voz e deu para perceber que a rapariga canta.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Está a ser bonito


Finalmente. Após anos e anos de naufrágio, o futebol do Benfica parece ter chegado a bom porto. É claro que no futebol tudo pode ser passageiro e as variáveis são demasiadas e demasiado oscilantes para podermos analisar o futebol como se de uma ciência exacta se tratasse. Mas desta vez há uma base sólida, há trabalho a ser feito, há um treinador que dá sinais de saber muito bem o que está a fazer, há jogadores que dão sinais de serem grandes jogadores e há, finalmente, uma equipa. Uma equipa que dá sinais de ser mesmo equipa... vocês entendem. Como diz o nosso treinador (que suspeito tratar-se de um grande treinador) é bom que os adeptos tenham ilusão e é bom que a equipa alimente essa ilusão. E isso está a acontecer. Acredito numa grande época do Benfica. Talvez não seja coroada com títulos em todas as competições em que participarmos, mas no futebol o mais importante não são os títulos. O mais importante (e este é uma lição que as equipas inglesas aprenderam bem e por isso é em Inglaterra que se joga a melhor liga do mundo) é que os jogadores façam todo o possível para ganhar. Que a equipa dê o seu melhor de modo a sair de cabeça erguida e de modo a que os adeptos entendam que se o resultado não foi o melhor, foi porque não deu mesmo. Esta é um princípio básico do desporto que falta no futebol português. Num jogo de futebol ou numa competição de futebol alguém tem que perder e o mais importante é cada equipa fazer tudo para que isso não aconteça. A única equipa portuguesa com uma cultura de vitórias nos últimos anos tem sido  o Futebol Clube do Porto. Têm sido os seus jogadores aqueles que mais vezes deixam tudo o que têm em campo para ganhar os jogos (se bem que o FCP não é bom exemplo, uma vez que na sua tentativa de vencer ultrapassa a fronteira do que é lícito; ao mesmo tempo que os jogadores deixam tudo dentro do campo, o presidente joga também nos bastidores e nas casas de alterne). Este ano acredito que Quique Flores conseguirá desenvolver no Benfica esta cultura. Acredito que no final de cada jogo os adeptos estarão satisfeitos com o rendimento da equipa, independentemente do resultado. 

Não sei se já disse, mas o Quique tem pinta de grande treinador. Gostei especialmente do modo efusivo como ele festejou o primeiro golo do Benfica frente ao Sporting. E gosto do discurso sereno e lúcido, da rotação que tem dado ao plantel, das rotinas que está a criar no jogo da equipa e das boas exibições individuais de alguns jogadores, algo que tem obviamente o dedo do treinador e do preparador físico.

A História Não Se Repete?

Numa altura em que se compara a actual crise económica (que eu confesso não perceber, nem querer perceber) à crise de 1929, surge por analogia uma solução para a mesma: o que os USA precisam é que apareça um Franklin Roosevelt (que para mim, um grande ignorante no assunto, foi um dos maiores estadistas de sempre da história das democracias ocidentais) e um New Deal. Esperemos é que o início do New Deal não tenha sido este plano que o Bush conseguiu que fosse aprovado. Porque comparar o Bush a um grande estadista arruina totalmente e logo à partida esta minha analogia.  

quarta-feira, outubro 01, 2008

As fotos que uma pessoa encontra


Andava ontem a organizar fotos no pc "velho" e a passá-las para o portátil novo e encontrei esta. Não sei se algum de vocês lê ou algum dia vai ler este blog (embora saiba de pelo menos uma pessoa que não está na foto, mas que lê o blog e vai reconhecer esta gente!). Prova-se que já nesta altura (isto deve ter sido há uns 5 ou 6 anos) os meus melhores momentos eram patrocinados pelo café! Belos tempos! =) Caso algum dia vejam isto aqui ficam beijinhos e abraços para todos!

Greves

O direito à greve é muito bonito, mas devia ser usado apenas como último recurso. A greve devia ser (e penso que é neste sentido que está prevista nos estatutos) uma arma dos trabalhadores utilizada quando as negociações entre os seus representantes e os empregadores (ou o estado, no caso) estão a descambar para um final que prejudicará inegavelmente os trabalhadores. Nos últimos anos em Portugal temos assistido a uma banalização absurda do direito à greve. Ele é greves por tudo e por nada, habilmente convocadas para vésperas de feriados ou fim de semanas (vá lá, hoje não foi o caso).  Além disso, sempre ouvi dizer que a greve se faz no local de trabalho. Mas isso é daquelas frases feitas que todos dizem e ninguém parece cumprir. Não sei se os sindicatos tinham ou não razão para convocar a greve de hoje. Não estou minimamente a par de mais este braço de ferro com o governo. Andava mesmo alheado da situação, ao ponto de só hoje ter percebido que havia greve. Até porque vindo da CGTP o melhor é já nem passar cartão. Acho que boa parte dos tipos que estão à frente dos sindicatos sofrem de autismo. Vivem num mundo isolado, exigem e protestam de um modo irritante, como se os problemas pelos quais se batem fossem os únicos a merecer atenção do governo e da opinião pública. Como disse atrás, não sei se há ou não motivo para a greve de hoje. O que sei é que a greve em Portugal começa a ser tratada não como um direito, mas como uma tradição. É feita de ânimo leve e para muitos trabalhadores deixar de trabalhar por umas horas por ser dia de greve ou por ser dia de magusto, é exactamente a mesma coisa.

terça-feira, setembro 30, 2008

Um pedaço de boa música

Recordando...

Foto de grupo da escola e conferência em Buenos Aires. Por ter sido tirada no último dia, quando já muita gente estava a caminho de casa, é uma foto muito incompleta. Ainda assim dá para recordar boa parte daquela gente gira que por lá andou.

sexta-feira, setembro 26, 2008

As Regras da Sensatez

O fim de semana será passado num lugar que me traz muitas recordações. Onde passei alguns dos melhores momentos da minha vida e onde nasceram algumas das amizades mais marcantes. Diz a canção do Rui Veloso "Nunca voltes ao lugar onde já foste feliz". Mas nesta questão não posso concordar com o Carlos Tê. Até segunda.

quinta-feira, setembro 25, 2008

L'Avenir

Está quase a chegar ao fim o primeiro ano do doutoramento e a sensação que tenho é que durante este ano o doutoramento não andou para a frente nem para trás. Andou para os lados. Isto cria em mim um certo desconforto e dúvida. Será que é um passo demasiado ambicioso para mim? Será que escolhi a área ideal? Sei que continuo a amar a matemática (eh lá, isto soa mesmo poético) e quero ser matemático. Mas enquanto não tiver matemática palpável feita por mim, não poderei chamar a mim mesmo matemático. E enquanto for matemático a sério, este desconforto vai persistir... 


Se as coisas fossem como nos sonhos, daqui a 3 anos terminaria o doutoramento e depois iria uma temporada para os PALOP... para dar aulas, ou para fazer voluntariado. A ideia de ir para África é antiga. A pancada de ir a seguir ao doutoramento é recente. Deixo isto aqui escrito para daqui a uns tempos reler e verificar se foi uma ideia duradoura ou um disparate passageiro, prova da minha inconstância.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Brilhante

Foi-me contado por uma pessoa a quem agradeço por, sem intenção, contribuir para este blog (e agradeço mesmo sabendo que essa pessoa é portista ferrenha, o que abona muito a meu favor demonstrando a minha tolerância e a minha gratidão mesmo para com seres de categoria mais baixa) e aconteceu  hoje na cantina 1 da Universidade de Lisboa, mais conhecida por cantina velha: 


os caloiros de medicina a gritar para os caloiros de farmácia "Foi por um décima!".

terça-feira, setembro 23, 2008

Magalhães

A publicidade e euforia em torno do Magalhães é patética. Um computador portátil que é apresentado como se fosse a grande solução para o ensino português... Para a cena ser perfeita só faltaria dizerem que o Magalhães chegou montado num cavalo branco, numa manhã de nevoeiro. Hoje ouvi uma entrevista ao Engenheiro Sócrates na RCP, na qual o nosso primeiro disse o seguinte: "Com o Magalhães, as nossas crianças e os nossos jovens vão estar mais info-incluídos." E o jornalista, tal qual uma criança que acaba de aprender uma nova palavra, remata com: "Aqui fica então a opinião de José Sócrates, dizendo que o Magalhães vai contribuir para a info-inclusão de Portugal." Eu não sei o que é a info-inclusão, mas pelo sim pelo não amanhã vou ao centro de saúde perguntar se há vacinas contra isso! O que vale é que esta história do Magalhães vai dando para os humoristas inventarem piadas a bom ritmo. Eu não sou humorista, mas também tenho o meu bitaite. Acho muito mal que não exista uma versão feminina do Magalhães e preocupam-me as consequências que isso poderá ter. Não quero ter um filho a chegar a casa e a dizer-me: "Ó pai, eles lá na escola andam a dar Magalhães a toda a gente e eu também quero um Magalhães!". Que as meninas tenham Magalhães, isso é lá com elas. Mas para os rapazes devia existir uma versão chamada Ana Ivanovic ou, se tem que ser uma coisa fabricada em Portugal, Carla Matadinho.

sábado, setembro 20, 2008

Empate Técnico?







Entretanto deixo-vos aqui uma dúvida que me tem assaltado e que considero pertinente e merecedora de atenção por parte das autoridades na matéria (eu): os Beatles trouxeram-nos grandes músicas (e isso é inegável) e foram o apogeu musical de uma certa época

(a)  por causa das drogas, do álcool e do John Lennon. 
ou
(b) apesar das drogas , do álcool e do John Lennon.


Bom fim de semana.

Jogo

Vou fazer um jogo comigo próprio:

«David, diz lá assim de repente meia duzia de palavras que te venham à mente.»

«Lagrangiano, subanalítico, Euler, micro-suporte, tensor, 
...
caraças.

Preciso mesmo de um fim de semana com pouca matemática!»

quinta-feira, setembro 18, 2008

Incompetência

A cada dia que passa tenho mais vontade de insultar a CP e o Metro pelo péssimo serviço que prestam aos clientes. Ele é chips que não funcionam e que obrigam a comprar bilhetes enquanto se espera pelo novo passe, ele é bilhetes magnéticos que se estragam, ele é máquinas de venda de bilhetes que avariam de repente depois de estarmos na fila à espera durante horas, ele é revisores antipáticos e otários (nem todos), ele é atrasos constantes e esperas prolongadas por incompetência (ou por motivos alheios, como eles gostam de dizer), etc... Mas talvez o melhor seja respirar fundo e não deixar que estas coisas, que são vão tornando corriqueiras, estraguem o dia. Talvez o melhor seja adoptar a expressão brasileira "deixa prá lá cara!" e não perder tempo com isto.

terça-feira, setembro 16, 2008

Crescer

Provoca dor e provoca momentos de completo esgotamento. 
É uma revolução lenta que abre feridas e revela imensos defeitos. 
É bom.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Gostos não se discutem?


Aviso prévio: este é um post extremamente preconceituoso e intolerante em relação aos gostos musicais dos outros. Estou ciente disso, mas não estou disposto a abdicar da minha visão porque, como em tudo na vida, eu tenho razão!... Após este preâmbulo, cujo objectivo era deixar bem claro quem manda aqui, avancemos.

Estou seriamente preocupado com a nossa tendência para a deseducação musical. Reparem nisto:

De um lado temos uma pseudo-artista que mal consegue chegar ao fim de uma música sem desafinar uma meia duzia de vezes.  Tem a estranha capacidade de, não sendo bonita, atrair muitos fãs que a acham sensual. Dizem que tem um QI elevadíssimo, mas isso não transparece na música excessivamente empacotada que faz. Aliás, o pop é um estilo musical muito pobre (se o meu antigo maestro lesse isto, eu teria de aturar um sermão intitulado: toda a música é música e merece respeito e mais uma panóplia de tretas). A juntar a isto é uma pessoa com inclinações para as polémicas parvas (suspeito mesmo que é uma pessoa parva), como por exemplo a recente dedicatória de Like a Virgin ao Papa. Apesar disto, a Madonna veio a Portugal dar um concerto num ambiente de histeria (para o qual muito contribuiram os meios de comunicação; chegámos mesmo ao triste cúmulo de ter a Madonna como notícia de abertura do Telejornal da RTP1, a televisão pública para a qual todos contribuímos) para uma plateia de 75.000 pessoas.

Do outro lado temos Eva Cassidy. E perguntam vocês: quem é Eva Cassidy e o que é que ela tem a ver com a Madonna? Pois bem, eu não sabia quem era a Eva Cassidy até há umas semanas atrás quando, por acaso, dei por mim a ouvir atentamente uma das suas músicas no Youtube. E ela não tem nada a ver com a Madonna. Foi uma cantora talentosa norte-americana que se distinguiu por interpretar clássicos de vários estilos musicais. Tinha uma voz lindíssima, aquele tipo de voz raro que é capaz de arrancar um sorriso ao mesmo tempo que as lágrimas ameaçam rolar. Uma voz que não se limitava a interpretar as músicas. Interpretava-as com emoção - e com afinação! Morreu aos 33 anos vítima de cancro da pele e deixou-nos um legado do qual não me parece que sejamos dignos, uma vez que continuamos a preferir Madonnas. Nos cd's dela encontramos as melhores versões de algumas músicas muito conhecidas, como Time After Time, Imagine, Cheek to Cheek. Não me vou alongar mais em detalhes. Podem ler acerca dela aqui. Gostava era de perceber porque raio é que eu nunca tinha ouvido falar nela, ou, se já tinha ouvido, porque é que não prestei atenção. Os meios de comunicação gastam tanto tempo com Madonnas e não arranjam espaço e tempo para nos dar a conhecer aqueles que realmente merecem ser conhecidos... Dizem que gostos não se discutem, mas há limites para tudo, até para a falta de gosto. Se a Eva Cassidy fosse viva e viesse a Portugal dar um concerto, ela não conseguiria ter uma plateia de 75.000 pessoas nem que a entrada fosse grátis. E isto é algo que me dá que pensar... 

Ideia do Dia 17 - Só p'ra ser do contra

Estou a pensar que quando um dia me casar não quero que no meu casamento seja tocada a marcha nupcial. Para já o próprio nome indica que se trata de uma marcha, um dos géneros clássicos mais enfadonhos. Além disso, a melodia da marcha de Mendelssohn não tem piada nenhuma, enquanto a de Wagner até é bonita mas só quando o instrumental é acompanhado por um enorme coro ao vivo. Os casamentos são uma grande chatice porque não revelam imaginação nenhuma. Parece que tudo tem que acontecer segundo um protocolo implícito e monótono. Então tenho estado a pensar numa alternativa à marcha nupcial e lembrei-me disto. Bastante apropriado!

domingo, setembro 14, 2008

De repente, uma vontade de ir fazer óó

Epah vocês lembram-se disto? Isto era tão fixe!!!! =)

quinta-feira, setembro 11, 2008

09/11


Era demasiado novo e ingénuo para perceber o que estava a acontecer. Inicialmente pensava que era um acidente, mas as dúvidas dissiparam-se quando vi, em directo, o segundo avião a furar a torre. Lembro-me que estava de férias e tinha combinado ir jogar ping-pong com um amigo, depois de almoçar. Acabámos por ficar os dois estupefactos e nervosos em frente à tv durante um grande bocado. Chocados, mas sem ter a noção da monstruosidade a que estavámos a assistir. Mais tarde acabámos por ir mesmo jogar ping-pong, o que serviu para aliviar as nossas mentes consternadas.

Hoje olho para trás e parece-me que o mundo mudou naquele dia. Mas não sei se isto é verdade ou se é só uma impressão provocada pelo facto de esse dia me ter mudado muito. 

quarta-feira, setembro 10, 2008

Jackpot


Afinal o jackpot do euromilhões não foi sorteado na sexta feira passada e não saiu a um português e a um espanhol. Foi sorteado hoje e o prémio foi inteirinho para a Escandinávia, mais precisamente para um conjunto de dinamarqueses, jogadores e treinador de futebol. 

Também podia referir que quem anda com muita sorte ao jogo são os lituanos. Mas tendo o Couceiro como treinador, as duas espectaculares vitórias consecutivas sobre a Roménia e a Austria já nem podem ser  apelidadas de sorte. Aquilo é um acontecimento de probabilidade zero. E como dizia o meu professor de Probabilidades e Estatística, um acontecimento de probabilidade zero não é um acontecimento impossível, mas sim um acontecimento quase impossível. O Couceiro anda com tanta sorte que ainda começa a acreditar que é mesmo um treinador de futebol a sério. 

Olha qui coiza máis linda


Ao contrário do que muita gente pensa, o melhor do Brasil não são as praias, nem o carnaval, nem o futebol, nem o café. Não se deixem enganar! O melhor do Brasil é o bossanova. E o positivo disto é não termos que lá ir para ficar a conhecer o melhor do Brasil. Basta ouvir o Vinicius, o Tom Jobin, a Elis, o Ivan Linz, etc...

sábado, setembro 06, 2008

Miopia

aqui d'onde vejo as coisas
a vida parece
um caleidoscópio
de acontecimentos 
aleatórios
em choque constante
aglomerados num espaço e num tempo
que não escolhemos
provocando leves cócegas 
nas emoções
oferecendo a ilusão
de felicidade

mas isto é da miopia.
aqui d'onde vejo as coisas
vejo tudo
desfocado.

e se fecho os olhos 
reparo que 
aqui onde tento ver as coisas
o Sol sempre aquece 
o corpo
as memórias sempre aquecem 
a alma
o calor não é ilusão

e de olhos fechados 
concluo que
a vida é mais 
do que a soma de todas as partes
é mais 
do que aquilo que a minha vista míope 
pode alcançar.


(escrito enquanto ouvia um álbum desta senhora)

Coisas Realmente Importantes




Os argumentistas da 7ª temporada do 24 devem ser os mesmos das novelas da TVI.

Trocadilho Fácil *

Aos sábados de manhã a malta costuma juntar-se, por volta das 10, para passar umas horas em futebolada. Hoje não dá, porque mais logo, às 19, a malta joga contra Portugal.


* Ou: como este blog se está a tornar decadente

Passé Composé

Mrs Van der Tramp

quinta-feira, setembro 04, 2008

Isto não interessa a ninguém

Esta semana é assim:

9 hrs: levanto-me
9 hrs e 5 mts: entro no duche 
9 hrs e 20 mts: acordo, saio do duche e visto-me
9 hrs e 30 mts: como os cereais (excepto nos dias em que estou enjoadinho e fico com vómitos só de olhar para o leite)
9 hrs e 40 mts: lavo os dentes
9 hrs e 50 mts: saio de casa e bebo um carioca (que brevemente pode passar a café)
10 hrs: apanho o suburbano e depois o metro e aproveito a viagem para fazer qualquer coisa útil. Coisa essa que pode consistir em ler um jornal ou um livro, estudar francês ou trabalhar nas matemáticas (saco um artigo com fórmulas gigantescas que nem eu percebo, mas que dá para impressionar quem viaja por perto) ou ainda fingir-me distraído enquanto reparo nas raparigas da carruagem ou enquanto olho para as pessoas e, preconceituosamente, adivinho os seus defeitos baseando-me apenas no aspecto delas
11 hrs: chego à faculdade e começo a trabalhar
13 hrs: almoço
13 hrs e 45 mts: bebo café
13 hrs e 50 mts: recomeço o trabalho
17 hrs: faço uma pausa no trabalho para petiscar qualquer coisa (um compal vital a esta hora sabe muito bem)
17 hrs e algo: volto ao trabalho
18 hrs e 30 mts: lancho pela segunda vez  
18 hrs e 40 mts: já chega de trabalho e é hora de me pôr a andar
19 hrs: aula de francês no Cambridge
21 hrs: termina a aula e tenho o motorista à minha espera para me levar a casa
21 hrs e 30 mts: chego a casa e vou papar enquanto vejo o US Open. Com sorte apanho um jogo de jeito.
22 hrs: vejo o  mail, procuro as novidades do Benfica (nomeadamente, é preciso saber qual foi o último jogador a ser suspenso pela Liga, por ter agredido ou tentado agredir um adversário ou por ser feio ou por ter um nome esquisito), conversar com a família, fazer zapping e fazer mais uma montanha de pequenas coisas que surgem a esta hora
23 hrs: comer qualquer coisa, porque o jantar foi fraco, e continuar a fazer as coisas que comecei a fazer às 22 hrs
24 hrs: ver um episódio do 24 (neste momento, estou na 5ª temporada, a melhor de todas)
24 hrs e 40 mts: apagar a luz e deitar. E é aqui que a história ganha interesse. Quando me deito e tento adormecer fico involuntariamente às voltas na cama a conjugar quase inconscientemente verbos em francês para chamar o sono. E o sono anda a fazer-se difícil e eu conjugo e conjugo... E a minha cabeça não há meio de desligar. Foi nestes minutos de ligeiras insónias que tenho vivido esta semana que eu percebi aquilo que precisamos em dias como estes. Aquilo que me levaria a dormir mais e a ser mais produtivo quando estou acordado. E, consequentemente, aquilo que levaria este país para a frente, aquilo que nos colocaria definitivamente nos trilhos do desenvolvimento. Não é só a questão de um gerador eólico em cada casa e automóveis movidos a energia eólica. Aquilo que os portugueses precisam é simples: uma Norah Jones e um Wurlitzer à beira de cada cama a conduzir-nos carinhosamente para o planeta dos sonhos! Isto é que era! Proponho até que o orçamento de estado seja revisto e que a importação de 10.000.000 de Norah Jones seja considerada uma prioridade, já que me parece deveras mais importante que, por exemplo, a renovação da frota dos F 16. 

É tão bom quando fazem o trabalho por mim!*

Sobre o castigo ao Luisão (que entretanto será adiado, segundo dizem as notícias mais recentes):


Sobre os Jogos Olímpicos e a interpretação do medalheiro final:

Acerca da existência de Deus e da compatibilidade entre fé e ciência:


* E com uma qualidade infinitamente superior àquela que um trabalho meu teria