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Entre Teoremas e Chocolates: janeiro 2009

sábado, janeiro 31, 2009

A alegria ao serviço do futebol

Quando o Benfica marca um golo, a minha reacção normal é qualquer coisa entre o ficar impávido e sereno, porque o Benfica marcar golos é o mais normal que pode haver, ou gritar, festejar e passar-me, porque já estava a entrar em desespero. Quando o Mantorras marca um golo, a minha reacção é gritar, festejar e passar-me, como se o Benfica tivesse marcado 3 ou 4 golos de uma vez só! E não é só comigo que isto acontece. É uma reacção comum à grande maioria dos benfiquistas. Porquê? Porque o homem é a simplicidade em pessoa, um miudo que gosta de jogar à bola e que disfruta dos jogos com a alegria de uma criança. E também porque todos vimos que se as lesões graves não lhe tivessem lixado o joelho, ele teria sido um jogador do caneco. No último campeonato que ganhamos, o Mantorras foi uma espécie de talismã. Hoje voltou a sê-lo... Será que a história se repete?

Vamos Rafa!!

Hoje durante a manhã e o início da tarde (sim, porque o jogo durou 5 horas e 14 minutos, tornando-se o mais longo de sempre do Australian Open) o meu trabalho foi ciclicamente interrompido para visitas ao site da Eurosport e ao site oficial do Australian Open para acompanhar o score do duelo espanhol entre Rafael Nadal, o número 1 do mundo, e Fernando Verdasco, que sendo «apenas» o número 14 do mundo fez um torneio sensacional e está no melhor momento da sua carreira. Tendo em conta todos os comentários que fui lendo, deu para perceber que este foi um daqueles jogos épicos, jogado num nível estratosférico por ambos os tenistas, com pontos incríveis. É por causa destes jogos que gosto de ténis, mas infelizmente desta vez não deu para seguir em directo. Aqui fica uma amostra do que eu perdi!! Para domingo está agendada uma final entre Rafa e Raja, Rafael Nadal e Roger Federer. É um confronto que ameaça tornar-se o maior clássico de sempre do ténis. No passado outros tenistas proporcionaram rivalidades do mesmo género, mas agora na era da mediatização é normal que esta rivalidade (bastante saudável, diga-se) ganhe maiores contornos. Vamos ver como o Nadal recupera fisicamente. O Federer é favorito, porque foi sempre o mais forte dos dois nos pisos sintéticos e porque teve umas meias-finais tranquilas, resolvidas a 3 sets, e ainda por cima com direito a mais um dia de descanso. Mas o Nadal vai ter uma palavra a dizer... É curioso que o Federer é tido para muitos amantes da modalidade como o melhor tenista de sempre, mas tem um frente-a-frente negativo com o Nadal: apenas lhe ganhou 6 vezes, tendo perdido por 12 vezes (a maior parte em terra batida). Na minha opinião o Federer é um tenista do caraças, mas ver o Nadal jogar é muito mais empolgante. Talvez o Federer seja o melhor tenista de todos os tempos, mas teve o azar de aparecer na mesma época o melhor tenista em terra batida de todos os tempos. E acho que o espanhol ainda vai bem a tempo de "roubar" ao suiço o lugar mais alto da história do ténis. Tem apenas 22 anos, já conta com 5 torneios do grand-slam no seu palmarés, e continua a evoluir, melhorando os aspectos menos bons do seu jogo, tendo actualmente condições para bater qualquer adversário em qualquer superfície.

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Uma Aventura na Normandia


Ora no dia 14 de Fevereiro de manhã vou apanhar um comboio na Gare de St. Lazare que me levará até à vila de Bayeux na Normandia, uma vila que tem todo o ar de ser pitoresca. Vou aproveitar o dia 14 para passear em Bayeux, passo a noite neste hotel e no dia 15 vou fazer este Tour. Espero que a minha máquina fotográfica compreenda a importância do momento e que não me falhe nestes dias. O mês de Fevereiro promete... Será que quando os sonhos se realizam com muita força, podem aleijar-nos?

terça-feira, janeiro 27, 2009

Não há 2 sem 3

Tenho um novo blog. Desta vez numa parceria que me deixa muito contente. Uma parceria entre duas pessoas que um dia decidiram ser freaks revolucionários desregulados. Ainda está numa fase muito inicial e vão perceber qual é o propósito do blog, à medida que os posts forem aparecendo. Aproveito para dizer que ainda não desisti do meu segundo blog.

I could get used to this life

Há coisas no meu quotidiano aqui em Paris que estariam tão bem incluídas no meu quotidiano em Lisboa... Infelizmente não é possível transportar para Lisboa o Institute de Mathemàtiques de Jussieu. Trabalhar neste instituto ou trabalhar na minha sala da FCUL é tão, mas tão diferente. Lembro-me de alguns professores aconselharem vivamente o doutoramento no estrangeiro. Optei por uma co-orientação que me tem permitido até agora ficar a maior parte do tempo em Portugal, mas agora que aqui estou percebo o que esses professores quiseram dizer. Aqui há uma outra maneira de fazer matemática. Muito mais dinâmica, muito mais... científica. Também não sou daqueles que dizem que tudo no estrangeiro é uma maravilha e tudo em Portugal é mau. Acredito que existam por essa europa fora muitas universidades e centros de investigação bem piores que os nossos. Mas comparando as realidades que conheço, Paris e Lisboa, tenho que dizer que Paris é um outro mundo.

Hoje em conversa com o meu orientador percebi algo que já suspeitava. Os artigos científicos estão repletos de afirmações que os autores não verificaram. O que me parece é que muitas vezes eles já sabem à partida onde querem chegar e sabem que a conclusão é verdadeira porque tem que ser verdadeira e para lá chegar usam argumentos cujos detalhes nem sempre são verificados. E à pala disto, acredito que andam por aí muitos artigos cujos resultados principais estão certos, mas com detalhes errados.

No meu caso, preciso de construir um morfismo entre duas estruturas e provar que é um isomorfismo. Para tal é suficiente provar que obtemos um isomorfismo quando fazemos uma espécie de restrição do domínio (very roughly speaking). A ideia é que esse isomorfismo que resulta da restrição do domínio já é uma coisa conhecida, já foi construído por outros autores e eu posso usar esse facto desde que eu torne explícito que a restrição do meu morfismo dá precisamente o morfismo que esses autores estudaram. O problema é que a construção mais fácil é em abstracto: provo que existe o morfismo entre as estruturas que quero, mas não exibo nenhuma expressão para esse morfismo. Portanto torna-se impossível garantir que ao fazer a restrição vou obter o morfismo tratado pelos outros autores. O que o meu orientador me disse foi para eu simplesmente afirmar isso e arrumar o assunto...

Se algum dia derem de caras com um artigo escrito por mim, não se fiem...

sábado, janeiro 24, 2009

Impressionantes

Os números que o Barcelona tem na Liga Espanhola este ano. Com 20 jogos feitos, um a mais do que os adversários, leva 15 pontos de avanço e tem 63 (!!!) golos marcados! Futebol espectáculo cujo principal interprete dá pelo nome de Lionel Messi, mas que conta também com o Henry, um dos meus preferidos de sempre, e com o Samuel Eto'o, melhor marcador do campeonato. É uma equipa com muita juventude, que joga um futebol alegre, às vezes quase mágico. O treinador Guardiola é jovem, motivado e conhece bem os cantos à casa, porque enquanto jogador fez também a sua carreira no Barcelona (e foi um dos melhores médios dos anos 90). A equipa espanhola pela qual me habituei a torcer é o Real Madrid. Habituei-me a vê-los com grandes planteis, recheados de estrelas e habituei-me a vê-los ganhar competições, como quem muda de camisola. Vi o Raul e companhia erguerem 3 taças dos campeões e a espalhar espectáculo pelos relvados europeus. Além disso, de certo modo pode dizer-se que o Real Madrid é o equivalente espanhol do Benfica. Por tudo isto, tornei-me simpatizante do Real. Mas é impossível não gostar deste Barcelona. E agora dou por mim a torcer para que eles ganhem a Liga dos Campeões. E acho que ganhar essa competição seria um prémio justo para a brilhante carreira do Henry.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Séries que se vêem por aqui

(Bem sei que segundo o acordo ortográfico o título deste post contém um erro. Mas, ao contrário de alguma imprensa portuguesa, por exemplo o jornal Record, este blog não é, nem deseja ser, pioneiro na implementação desse acordo patético. Pelo contrário, este blog recusa-se a seguir esse acordo.)

Actualmente o meu pc é o meu ursinho de peluche. Levo-o comigo para a cama, sento-o ao meu lado e vejo séries descarregadas da net antes de adormecer (vá processem-me lá!). Ver séries é uma coisa que substitui a leitura quando estamos cansados. É menos exigente. Actualmente vejo quatro séries, por ordem de preferência: 24, Criminal Minds, Bones, Cold Case. Nunca tinha visto o Lost e aqui há umas semanas tentei começar a ver desde o início, mas não gostei. O 24 é o 24. Está aí a 7ª temporada e começou em grande. O Criminal Minds é de longe a melhor série policial. Mas de longe mesmo. A série Bones vejo-a porque acho-a divertida, mais do que pela parte policial ou científica. A série Cold Case comecei a vê-la quando não havia episódios novos das outras 3. É uma série policial muito simples, mas entretém.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

John Legend

Uma vez um amigo meu disse-me que o John Legend era uma versão masculina da Alicia Keys e eu apressei-me a analisar a música do fulano para decidir se me agradava ou não. A Alicia Keys tem uma das minhas vozes preferidas e quando decide dedicar-se ao Soul, em vez de perder tempo com o estupido do R&B, faz música inigualável. Só que no John Legend tive dificuldade em encontrar esse Soul mais puro e, apesar de gostar bastante da música Ordinary People, talvez a mais conhecida dele, não consegui encontrar música que me entusiasmasse e me tornasse um verdadeiro fã. Agora calhou incluir no meu leitor de mp3 o álbum Once Again e tenho-o ouvido com mais atenção. E há que dizer que apesar de ainda não o colocar ao nível da Alicia Keys, o John Legend é um músico de excelência e este tema é uma obra-prima.


Again - John_Legend

sábado, janeiro 17, 2009

O Encanto de Paris



Uma das partes boas de estar em Paris é uma pessoa chegar ao fim-de-semana e pensar: onde é que vou passear? Que parte da cidade vou descobrir? Que museu vou visitar? Já conheço uma boa parte da cidade e das atracções turísticas, mas acredito que Paris é muito mais do que a soma de todas as atracções turísticas. É uma cidade onde sabe bem estar. Sabe bem andar sem pressa pelas avenidas deixando que a cidade se apodere de nós. Talvez seja por isto, e não só pela enorme quantidade de sítios esplêndidos, que tanta gente ao falar em Paris refere: "Paris é uma cidade maravilhosa!". Hoje, pela primeira vez, tive um encontro com essa Paris que não é só uma cidade linda, é uma cidade que encanta. E não é fácil explicar que encanto é esse, porque não é algo que seja racional. Foi um dia muito bem passado! Começando pela visita ao Musée D'Orsay repleto de quadros impressionistas, de entre os quais gosto particularmente de Monet e Renoir e hoje passei também a gostar de Paul Signac - não sou grande entendido em matérias artísticas, nem tenho pretensão de o ser; apenas gosto de ver pintura, gosto quando um quadro me cativa, não porque eu perceba nele uma qualidade ou técnica invulgar, mas simplesmente porque sim! Depois um passeio que durou toda a tarde e me levou da Boulevard St. Germain até ao Forum des Halles, onde, por estes dias, se vive a loucura dos saldos, passando por Notre Dame e por diversas ruelas catitas que desconhecia. E para terminar o dia, uma ida aos Champs-Elysées para ver a iluminação nocturna, herança do Natal. O momento alto do dia foi quando em plena Place St. Germain-des-Prés chegam 6 fulanos e começam a tocar jazz ao estilo New Orleans... 5 estrelas! Foram 20 minutos de jazz que deram muita cor ao meu dia.

terça-feira, janeiro 13, 2009

Paris Weather by Google


5°C
Actual: Nublado
Vento: S a 2 km/h
Humidade: 84%
ter
Possibilidade de chuva
4°C | 1°C
qua
Possibilidade de chuva
5°C | -2°C
qui
Possibilidade de neve
6°C | -1°C
sex
Nublado
5°C | 0°C






O meu comentário a isto: olha, chegou o calor!

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Aniversários

Sou um grande despistado no que diz respeito aos aniversários das pessoas. Normalmente conto com a ajuda dos amigos para, no próprio dia, me lembrarem que fulano tal faz anos. O problema não é decorar as datas. Até tenho algumas bem memorizadas e bem arrumadinhas no meu cérebro. O problema maior é que no dia-a-dia não faço a mim próprio a pergunta: "Que dia é hoje?". A minha vida é um bocado independente da data. Se tiver que dizer que dia é hoje, vou ter que perder uns segundos a pensar no assunto. Por isso parece-me natural que não pare para pensar que por ser dia tal do mês tal o fulano tal faz anos. Ninguém me pode levar a mal por isto, acho eu. Mas entretanto encontrei um meio eficaz de me lembrar de boa parte dos aniversários que importam: fazer login no hi5 todos os dias para dar uma espreitadela à lista de aniversários. E assim um gajo aproveita logo e deixa lá uma mensagem de parabéns (o saldo do telemóvel agradece). Finalmente descobri uma utilidade no hi5 para além das outras duas que lhe reconheço: permitir encontrar amigos de infância que não vemos há séculos e alimentar o nosso ego.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Metros

Ora visto que aqui não tenho nem meios, nem vontade para fazer desporto (o mais viável seria ir correr para os jardins do Luxemburgo, mas com este frio isso seria algo suicída) descobri uma outra forma de exercício físico que consiste em viajar na linha 13 do metro de Paris. A linha com destino a Saint-Denis tem problemas dia sim e dia não, o que implica que os metros estejam constantemente a abarrotar. A França é um país cuja lei desde sempre favoreceu a imigração e o contacto entre povos. Nos metros da linha 13 esse espírito inter-cultural é levado ao limite: o contacto torna-se físico e é possível ver pessoas de diferentes países, raças e línguas bem aconchegadinhas umas às outras! Nos metros da linha 13 o ar é rarefeito e o espaço é pouco, obrigado a uma grande ginástica e a um esforço físico considerável. Em suma, fazer o percurso de metro que tenho que fazer todos os dias entre Garibaldi e Montparnasse é equivalente a fazer uns 10 Km de bicicleta numa montanha colombiana.

terça-feira, janeiro 06, 2009

Dia de Estreias

Foi o dia em que o meu organismo se estreou em ambientes com temperaturas na ordem dos 8 graus negativos, algo que me fez indagar se eu aterrei em Paris ou na Sibéria.

Foi também o dia em que eu me estreei a beber cafés a 2 euros (Porque é que tudo é tão caro nos aeroportos? Quem é que ganha com isso?)

Foi ainda o dia em que me estreei a ler Gabriel Garcia Marquez (infelizmente tive que deixar a Ana Karenine em Portugal porque só o livro pesaria quase os 20 Kg de bagagem que podia trazer comigo) e tenho a dizer que o senhor tem uma escrita muito... qual é a palavra? ... esquisita! À primeira leitura, a ideia com que fico é que existem por ali umas psicoses por resolver. (Mas quem não tem psicoses por resolver, que atire a primeira pedra.)

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Dejavu

Vou para Paris e isso é bom! É um desafio que encaro com a expectativa de avançar significativamente na tese e que me parece divertido. E também é bom porque vou para longe do Benfica. Este Benfica está a provocar-me um dejavu do caraças.

A parte má de ir para Paris é a hora a que o meu telemóvel me vai despertar amanhã: 04h45m! =S

sábado, janeiro 03, 2009

Edelweiss

Passei boa parte do dia 31 a trabalhar, no dia 1, apesar dos horários trocados, também ocupei alguns minutos a resolver exercícios de análise 3 para as minhas explicandas, ontem também foi dia de trabalho... Talvez este seja o mote para um 2009 cheio de trabalho. Mas enquanto encontrar prazer nesse trabalho, não me importo nada! Agora não há tempo para respirar. É fazer as malas, preparar-me com todos os apetrechos necessários e preparar-me também psicologicamente para umas semanas longe de casa. Entretanto, hoje acordei com uma vontade irresistível de recordar as músicas do filme Música no Coração ou, segundo o acordo ortográfico, A Noviça Rebelde. Adoro esta música e o significado dela.