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Entre Teoremas e Chocolates: Gostos não se discutem?

segunda-feira, setembro 15, 2008

Gostos não se discutem?


Aviso prévio: este é um post extremamente preconceituoso e intolerante em relação aos gostos musicais dos outros. Estou ciente disso, mas não estou disposto a abdicar da minha visão porque, como em tudo na vida, eu tenho razão!... Após este preâmbulo, cujo objectivo era deixar bem claro quem manda aqui, avancemos.

Estou seriamente preocupado com a nossa tendência para a deseducação musical. Reparem nisto:

De um lado temos uma pseudo-artista que mal consegue chegar ao fim de uma música sem desafinar uma meia duzia de vezes.  Tem a estranha capacidade de, não sendo bonita, atrair muitos fãs que a acham sensual. Dizem que tem um QI elevadíssimo, mas isso não transparece na música excessivamente empacotada que faz. Aliás, o pop é um estilo musical muito pobre (se o meu antigo maestro lesse isto, eu teria de aturar um sermão intitulado: toda a música é música e merece respeito e mais uma panóplia de tretas). A juntar a isto é uma pessoa com inclinações para as polémicas parvas (suspeito mesmo que é uma pessoa parva), como por exemplo a recente dedicatória de Like a Virgin ao Papa. Apesar disto, a Madonna veio a Portugal dar um concerto num ambiente de histeria (para o qual muito contribuiram os meios de comunicação; chegámos mesmo ao triste cúmulo de ter a Madonna como notícia de abertura do Telejornal da RTP1, a televisão pública para a qual todos contribuímos) para uma plateia de 75.000 pessoas.

Do outro lado temos Eva Cassidy. E perguntam vocês: quem é Eva Cassidy e o que é que ela tem a ver com a Madonna? Pois bem, eu não sabia quem era a Eva Cassidy até há umas semanas atrás quando, por acaso, dei por mim a ouvir atentamente uma das suas músicas no Youtube. E ela não tem nada a ver com a Madonna. Foi uma cantora talentosa norte-americana que se distinguiu por interpretar clássicos de vários estilos musicais. Tinha uma voz lindíssima, aquele tipo de voz raro que é capaz de arrancar um sorriso ao mesmo tempo que as lágrimas ameaçam rolar. Uma voz que não se limitava a interpretar as músicas. Interpretava-as com emoção - e com afinação! Morreu aos 33 anos vítima de cancro da pele e deixou-nos um legado do qual não me parece que sejamos dignos, uma vez que continuamos a preferir Madonnas. Nos cd's dela encontramos as melhores versões de algumas músicas muito conhecidas, como Time After Time, Imagine, Cheek to Cheek. Não me vou alongar mais em detalhes. Podem ler acerca dela aqui. Gostava era de perceber porque raio é que eu nunca tinha ouvido falar nela, ou, se já tinha ouvido, porque é que não prestei atenção. Os meios de comunicação gastam tanto tempo com Madonnas e não arranjam espaço e tempo para nos dar a conhecer aqueles que realmente merecem ser conhecidos... Dizem que gostos não se discutem, mas há limites para tudo, até para a falta de gosto. Se a Eva Cassidy fosse viva e viesse a Portugal dar um concerto, ela não conseguiria ter uma plateia de 75.000 pessoas nem que a entrada fosse grátis. E isto é algo que me dá que pensar... 

10 comentários:

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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Anónimo disse...

Eu sou dos que gosta da madonna! Mas eu não percebo nada de música. Ao ler o teu post fico com a sensação de que pertenço a um grupo de mentecarpos... (Será que deveria fazer alguma terapia?). Mas também sei vejo a Madonna numa outra prespectiva que não as duas mais observadas.

David disse...

Epah, o que é que se passou aqui?! introduzi a palavra Virgin num post e de imediato tenho 6 comentários de spam. Tá bonito tá! Ainda vou ter que activar a verificação de palavras, coisa de que não gosto nada.

Joulopa,
o texto está propositadamente exagerado e a ideia não é criticar quem gosta da Madonna. A ideia é fazer a comparação entre a Madonna e a Eva Cassidy. A Madonna é sobretudo um produto de marketing e da era da comunicação, mas está longe de ser caso único. Eu também gostei de grupos e artistas do género. Mas tornei-me mais selectivo, talvez por ter estudado música durante alguns anos. Acabei por adoptar a minha própria definição de música de qualidade e hoje é-me difícil reconhecer qualidade em muitos dos artistas mais comerciais e é-me difícil perceber porque é que os melhores músicos são muitas vezes desconhecidos.

Anónimo disse...

É pá, o teu blogue anda altamente comentado! :-)

David disse...

É verdade Jaime. São comentários de uma categoria tal, que eu nem consigo ter resposta à altura!