Já uma vez por aqui escrevi acerca do meu ligeiro fascínio pela monarquia. Sou a favor da monarquia e por uma razão simples: entre ter um presidente que não faz nada e um rei que não faz nada, prefiro um rei! É muito mais... romântico! Além disso há o outro motivo muito forte: a princesa Ranya da Jordânia passaria a visitar Portugal com mais frequência! Mas este fim de semana finalmente percebi porque não podemos ter monarquia em Portugal: o Duartezinho nunca mandaria calar o Hugo Chavez e um rei sério tem que ter coragem para isso. Imaginem que um dia numa cimeira dos países de língua oficial portuguesa, ou algo do género, o Lula da Silva ou o José Eduardo dos Santos começam a chamar incompetente ao Santana Lopes. Estão a ver o Duarte a intervir com um irritado "Porque não te calas!?!"? Pois, eu também não. No caso do nosso Duarte-mascote, lá em casa deve ser a Isabelinha que o manda calar!
P.S. se bem que no caso de algum gajo chamar incompetente ao Santana, o rei só cairia nas boas graças do povo se o aplaudisse!
9 comentários:
E o rei era eleito (como o presidente) ou o título passava de pai para filho? E para filha? Ou é só para homens? :-)
Ora não conhecia o teu post "A favor da monarquia". É esse que vou comentar.
Sinceramente, a monarquia faz-me muita comichão... ter ali um tipo(a)-concordo com a pergunta do Jaime- que está ali simplesmente porque é filho de A e B é uma coisa que nunca iria aceitar.
"o pessimismo dos portugueses diminuiria(...)todo o encanto que envolve uma família real acabaria por elevar o povo a uma certa condição de nobreza(ainda que ilusória) como se todos participassemos da vida dessa família;"
Nunca percebi a estupidificação das pessoas que adoram saber os boatos das princesas ou das pessoas do social. Mais valia, sinceramente, continuarmos pessimistas (realistas?) do que a viver enganados ou entretidos com um faz-de-conta;
"- caso a monarquia substituisse rapidamente a república, nãocorreríamos o risco de um dia destes o Santana Lopes ganhar umas eleições presidenciais;"
Em última análise, é o povo que escolhe ter ou não o Santana. E se as coisas correm muito mal, ao fim de 4 anos está na rua (ou antes, como se viu). Já um rei... só com um regicídio :) (que tal um Santanissídio e Menezissídio? :P)
"- confesso que o Duartezinho de Bragança não é o protótipo ideal de um rei... Mas fugindo a essas linhagens que vêm duma história já ultrapassada, sugiro que os portugueses possam escolher como querem dar início à próxima dinastia,"
Lá está, querias ESCOLHER, uma coisa que choca e contradiz um pouco com o conceito de monarquia. E se na família que escolhesses, umas gerações depois, aparecesse outro "duarte"? Escolhia-se outra vez?
"- Portugal foi grande durante a monarquia! A república só nos trouxe desgraças e apertos de cintos!"
Só até certo ponto. No tempo do D. Carlos, a coisa já não era nada famosa, como deves saber. Além disso, na monarquia não me parece que fosse tudo assim tão fácil. Não parece que o povo em geral não tivesse que apertar o cinto...
Xi, que comentário longo! (já vinha altura de ser a minha vez de o fazer)
Parece que o meu post "A favor da monarquia" não foi muito bem entendido... É que os meus argumentos a favor da monarquia não passam de piadas - pelos vistos tenho que melhorar as minhas capacidades humorísticas =)
Para que fique bem clara a minha posição é esta: para mim seria inaceitável que Portugal voltasse a ter monarquia. Tendo em conta o modo como hoje concebemos a democracia e o que é a governação de um país, isso seria regredir.
Por outro lado, julgo que se vivesse num país com monarquia, não sentiria necessidade de mudar.
Talvez isto tenha a ver com o meu fascínio pela história da Inglaterra durante a segunda guerra mundial e pelo papel importante (senão mesmo fulcral) que a família real teve na moralização dos britânicos.
"o pessimismo dos portugueses diminuiria(...)todo o encanto que envolve uma família real acabaria por elevar o povo a uma certa condição de nobreza(ainda que ilusória) como se todos participassemos da vida dessa família;"
O que queria dizer com isto não tem tanto a ver com exploração da vida pessoal das princesas e príncipes. O que acontece é que pelo facto de o rei ser uma figura fora dos partidos políticos, isso permite-lhe uma tomada de posições mais populares. Isso faz com que nas monarquias as pessoas se possam rever numa pessoa que é o chefe supremo de estado. Na república isso acontece (quando acontece) de um modo muito mais ténue, porque o presidentes estão sempre sujeitos aos partidos. E acho (sem grande conhecimento de causa) que talvez esta identificação das pessoas com o rei seja moralizadora para um país em geral.
"Só até certo ponto. No tempo do D. Carlos, a coisa já não era nada famosa, como deves saber. Além disso, na monarquia não me parece que fosse tudo assim tão fácil. Não parece que o povo em geral não tivesse que apertar o cinto..."
Sim, eu li o Equador! =)
É claro que a monarquia tem muitos problemas, como a legitimidade para se ser chefe de estado apenas porque o pai já o era... Voltando ao tom de piada e tentando responder ao Jaime: a minha sugestão seria que sempre que o rei morresse o seu lugar fosse ocupado pelo membro da família real com mais nomes (se for uma "membra" melhor). E o Duarte deve concordar comigo, a julgar pelos nomes que deu aos rebentos.
Eu gostei da piada da princesa da Jordânia vir a Portugal mais vezes. De tal modo que tratei de procurar uma fotografia dela, para melhor ajuizar a vantagem de termos cá a dita realeza. :-)
Ora bolas, pensei que o post era sério, mas com umas piadas no meio. É que os teus argumentos são usados por algumas pessoas, mesmo como "argumentos"... :P
Concordo com o Epsilon quando ele diz que um rei é mais romântico. Mas numa democracia como a nossa não podemos permitir que um cargo político do estado seja ocupado por alguém não (directa ou indirectamente) eleito. Mas lá que uma princesa Diana dá muito glamour, dá.
Pois, acredito que se usem os meus "argumentos" para defender a monarquia. Mas não me parece que os que o fazem tenham sucesso!
A Ranya é gira! Aliás, das 7 novas maravilhas do mundo uma fica na Jordânia há quem lhe chame Petra, mas eu chamo-lhe Ranya! =)
«Mas numa democracia como a nossa não podemos permitir que um cargo político do estado seja ocupado por alguém não (directa ou indirectamente) eleito. »
Quando o Durão Barroso se "pirou" e o Santana o substituiu a pasta de primeiro ministro ficou entregue a alguém que não foi eleito. Nem sequer podemos considerar que foi indirectamente eleito porque julgo que a maioria dos eleitores vota na pessoa e não no partido (isto é, votaram no Durão Barroso e não no PSD). Por isso duvido da legitimidade do Santana para formar governo.
Epsilon, e muita gente na altura duvidou da legitimidade moral do governo de Santana Lopes. Lembro-me que havia uns autocolantes do Bloco de Esquerda com a fotografia do Santana Lopes e o dizer «Foi você que escolheu este primeiro-ministro?» (ou algo do género).
Acontece que, ao olhos da lei, as pessoas votam num partido e não numa pessoa, pelo que o PSD tinha legitimidade formal para formar governo com outro primeiro-ministro que não o que deu a cara pelo PSD durante as eleições.
Pois, eu sei que aos olhos da lei é assim (de que cor serão os olhos da lei?). Mas ninguém me tira da cabeça que na prática a maioria das pessoas votam na pessoa e não no partido (pelo menos é isso que eu faço). Se bem que o se o Santana Lopes tivesse ido a eleições logo a seguir à saída do Durão, se calhar até as ganhava. A população feminina ainda não sabia o desastre que ele ía ser e elas dizem que ele é sexy... vá-se lá entender estas mulheres!
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