A esta altura a maior parte dos meus leitores, ou por algum conteúdo do blog ou por me conhecerem pessoalmente, sabem que sou cristão. Para mim não é uma tarefa nada fácil explicar a minha fé, falar daquilo em que acredito! A minha mente teima em criar confusões! Não é fácil gerir as minhas convicções entre aquilo que os outros dizem e aquilo em que eu próprio sinto que devo acreditar! Na minha mente as doutrinas, os dogmas, os princípios de vida, as tradições religiosas entram facilmente em conflito. Daí resulta que me seja complicado expôr de um modo lógico e aprofundado aquilo em que acredito.
Mas a fé não é meramente lógica e aí entra em jogo aquilo sentimos, aquilo que vivemos, aquilo que experimentamos, aquilo que somos no mais íntimo do nosso ser. Por isso vou limitar-me a explicar aquilo em que acredito baseado naquilo que sinto e que tenho vivido.
Acredito que existe um Deus que é o grande arquitecto do universo e da vida e que nos ama muito. Acredito que a medida do amor que Deus tem por nós ultrapassa todas as medidas que a nossa mente pode entender. Acredito que Deus preocupa-se realmente conosco, quer que sejamos felizes, alegra-se com os nossos sucessos e entristece-se com as nossas derrotas! Acredito que há um padrão moral que devemos seguir e que está na nossa consciência de modo inato. Há quem diga que a sociedade é que impõe os padrões morais e por isso eles não são absolutos. Eu acredito que o que acontece é precisamente o contrário: a sociedade destrói ou, pelo menos, inibe os padrões morais que nascem conosco e obriga-nos, a uns mais do que a outros, a adoptar outros padrões.
Antes que me afaste do propósito deste post, voltemos ao amor de Deus. Acredito que Ele nos ama de tal modo que se sujeitou a viver entre nós através de Jesus Cristo. Acredito na descrição que a Bíblia faz da vida de Jesus e do propósito que Ele tinha! Acredito que ser cristão é aceitar que Jesus morreu por mim e esforçar-me por seguir o exemplo de vida dele. O exemplo que Ele deu assenta na essência do cristianismo: o Amor! Foi o próprio Jesus que resumiu o que é ser cristão em apenas dois versículos: "Amarás ao Senhor teu Deus com todas as tuas forças, com todo o teu entendimento, com toda a tua alma e amarás ao teu próximo como a ti mesmo". Para lá de todas as confusões mentais, é nisto que acredito!
Este post serve sobretudo como introdução para o meu post seguinte. No próximo post vou transcrever alguns excertos de um dos livros que mais contribuiu para solidificar o meu cristianismo! O livro chama-se o Aplauso do Céu e o autor é Max Lucado.
Julgo que vou ter vontade de voltar a escrever acerca disto. Por exemplo, hei-de escrever um dia acerca da compatibilidade entre a fé e a ciência e acerca de outras questões igualmente pertinentes.
5 comentários:
Casualmente entrei no teu blog e há 3 pequenas grandes coisas que gostaria de te dizer:
Tb sou cristão, mais velhinho, sempre crente;
Sou benfiquista de alma e coração;
E...
gosto de Matemática, adorei, ao longo destes anos que já passaram, ensinar e aprender matemática com os meus pequeninos(foram centenas).
Adicionei o teu blog aos meus favoritos, gostei dos teus textos(excelentes para um matemático).
Força aí meu caro,
Felicidades
Caro anónimo, obrigado pela passagem aqui pelo meu cantinho. Vejo que és uma pessoa com bom gosto! =) Volta sempre e retribuo os votos de felicidades!
A minha relacao com a religiao e estranha: fiz tudo ate ao crisma, e depois sai de repente, por estar farto de certas coisas. Nao percebo o proposito das missas, nao percebo o proposito de pedir qquer coisa a deus, nao percebo o proposito das confissoes, nao percebo a "obrigacao" de lhe agradecer as coisas boas que nos acontecem.
Para mim, o deus que o cristianismo "vende" e um deus egoista e um pouco tirano: cria-nos, mas depois temos que lhe dedicar oracoes e pedir desculpa pelos nossos "pecados".
As rezas, por exemplo. Rezas para que uma pessoa fique bem. Qual e o proposito? Deus so ajuda a pessoa se rezares? E quantas oracoes e que sao precisas.
Passando as criticas, acredito que todas as religioes (va, quase todas) ensinam bons valores, de amor e de uniao. Acredito num deus/entidade/whatever, que nunca irei ter certezas do que e ou se existe. Mas acreditar ajuda-me, e acho que faz bastante sentido existir.
Para terminar, sou bastante tolerante e acho que as religioes tem um optimo papel na sociedade. Fanatismo e a unica coisa que nao suporto.
Abraco!
Ola Hugo. Obrigado pela tua contribuição!
Eu frequento uma igreja cristã evangélica e não uma igreja católica e não conheço o suficiente da igreja católica para saber ao certo se as críticas que fazes também se podem estender à minha igreja. Mas aceito que parte delas se possam estender. Eu próprio por vezes dou por mim a ter pensamentos desses.
Eu tenho uma visão muito pessoal do cristianismo, e esforço-me por viver um cristianismo simples e prático, sem muitos ornamentos de teologia ou crenças que nada me dizem.
Basicamente para mim ser cristão é aquilo que eu disse no post e ponto final. Para mim ser cristão não é ir sempre à igreja, nem é ser muito "bonzinho", nem é rezar muito, nem é qualquer outra coisa que os líderes das igrejas possam dizer.
O que acontece é que a partir da altura em que a pessoa acredita, passa por livre vontade (ou pelo menos é assim que devia ser) a procurar maior proximidade de Deus. Não por obrigação, mas por necessidade e por conforto.
Para mim falar com Deus não é um tédio, é uma oportunidade para falar com aquele que eu considero o meu melhor amigo.
Não gosto de me sentir obrigado a fazer o que quer que seja. Detesto que me pressionem. E às vezes sinto que as pessoas que estão à frente da igreja tem tendência para o fazer. Por isso, ir à igreja pode ser uma experiência muito frustrante. Não gosto quando lá vou e ouço um sermão sobre o que devemos ou não devemos fazer.
No entanto, gosto imenso de lá ir e ouvir uma mensagem de esperança e de incentivo. Por causa dessas ocasiões, para mim vale a pena frequentar assiduamente a igreja.
Para finalizar poderia dizer o mesmo que tu: as religiões têm um papel importante na sociedade e há coisa que podemos aprender com cada uma delas. Os fanatismos (em particular os fanatismos religiosos) são a causa de muitos dos piores problemas da sociedade.
Procuro ser tolerante e para mim é muito bom discutir estes assuntos de um modo aberto e saudável com pessoas com fé/opinião diferente.
Obrigado! Abraço
Sobre estes assuntos muita coisa podia ser dita. Nem sei ao certo se aquilo que disse no post e nos comentários é o mais relevante.
Não tenho muita vontade de escrever muito mais acerca disto neste momento. Mas é possível que daqui a uns tempos volte a falar disto!
Enviar um comentário