A ministra da educação esteve em directo no telejornal da RTP a tentar defender o indefensável. Tenho que admitir que simpatizo com o modo como a senhora expõe as suas opiniões, com calma e conversando como as pessoas, em vez de falar com ar emproado como se estivesse num alto de um poleiro, tipo o Socrates. Mas ela tem feito borrada da grossa no ensino, sobretudo desde há uns 2 anos para cá. E hoje mereceu que o José Rodrigues dos Santos tenha estado ao ataque. Espremeu-a de tal modo que toda a gente percebeu que nem ela acredita no que disse.
Para quem não sabe o que está em jogo, a história é esta: a média dos exames do 12º ano de Matemática A subiu mais de 3 valores do ano passado para este ano lectivo e a ministra quer que nós acreditemos que isso se deve exclusivamente a um melhor trabalho dos professores e não ao facilitismo.
Podem ver o vídeo aqui e tirar as vossas ilações.
4 comentários:
Assinale uma opção correcta: a função identidade de R toma, entre outros, o valor...
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Mais a sério, não vi o exame do 12.º, pelo que não posso dizer se é fácil ou não. Vi um do 9.º ano (se não me engano) e não me pareceu demasiado fácil. Mas também já não me lembro bem do que era exigido ao nível do 9.º ano.
Eu também não vi os exames, apenas me falaram de algumas questões soltas. E não adianta muito ver, porque não tenho como os comparar com os de anos anteriores. Mas dá para medir facilmente o grau de dificuldade do exame ouvindo as opiniões de quem o fez. A maior parte dos alunos achou-os fáceis. Alguns disseram que foi mais fácil do que os testes que fizeram durante o ano, algo que antigamente acontecia ao contrário. E dá para medir o facilitismo do ensino no contacto com os alunos. Tu também tiveste a dar práticas no primeiro semestre, deves ter reparado que há gente que faz matemática no secundário sem perceber nada do que se dá por lá. Pelo menos na turma que apanhei foi essa a conclusão a que cheguei.
E a mim basta-me a subida de 3 valores nas notas do exame do 12º ano para concluir que o exame deste ano é mais fácil que o do ano passado. O argumento de que o trabalho dos professores este ano foi melhor, não me convence nada. 3 valores é muita coisa! Seria preciso uma melhoria notável das capacidades dos alunos aliada a uma qualquer conjugação cósmica de probabilidade muito baixa.
Mas vão ver os exames, é uma experiência agradável: procurem "gave" no google. Ah, e não se esqueçam dos critérios de correcção.
Fui agora dar uma olhadela aos critérios de correcção do exame de Matemática A e de facto são engraçados. Aconselha-se a valorização de respostas que, do ponto de vista matemático, estão completamente erradas. Se ainda admito que isso aconteça num teste realizado numa turma e corrigido por um professor que trabalha diariamente com os alunos e que os conhece, já num exame nacional acho descabido. A falta de rigor nos exames não traz bem a ninguém.
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