Nestes posts acerca dos meus livros preferidos, daqueles que realmente modificaram a minha vida, é provável que venha a referir vários livros da Bíblia. A Bíblia é um livro onde tenho aprendido muito. E não estou a falar apenas de aprender os princípios do cristianismo. A Bíblia é o melhor mapa que conheço para quem quer fazer da vida um caminho feliz que leve a uma realização plena. Acredito que Deus nos criou e nos dá saude, força e potencial para termos uma vida completa e de sucesso. Muitas vezes distorcemos a ideia do que é ter «sucesso». A Bíblia dá-nos uma ideia, nalguns pontos uma ideia implícita, noutros mais explícita, de como podemos chegar a esse sucesso e que tipo de sucesso nos pode tornar realmente felizes!
De entre os livros da Bíblia há alguns difíceis de compreender. Há outros que são simples, mas que podem não nos dizer muito. No meu caso, para além dos evangelhos onde podemos ler a biografia de Jesus e para além das epístolas de Paulo onde encontramos conselhos muito actuais, há três livros de que gosto particularmente e que leio repetidas vezes, aprendendo coisas novas de cada vez que os leio. Falo dos livros de Job, de Provérbios e de Eclesiastes (que aparece nalgumas traduções com o nome de Livro do Pregador).
A Bíblia por si só é um livro que merece estar na categoria "Um Livro, Um Amigo". Mas decidi referir separadamente alguns dos livros da Bíblia para poder falar deles com algum detalhe. Hoje quero falar do livro de Eclesiastes. É um livro atribuído ao Rei Salomão, um dos grandes reis de Israel segundo reza a história. Durante o seu reinado a nação de Israel tornou-se prospera como nunca, o que lhe permitiu ter uma vida luxuosa. Salomão pediu a Deus que lhe desse sabedoria e Deus respondeu a esse pedido, tornando-o um homem sábio. Salomão escreveu os livros de Provérbios, Eclesiastes e o Cântico dos Cânticos. Enquanto o Cântico dos Cânticos é um livro poético acerca do amor entre um noivo e uma noiva, o livro de Provérbios contém essencialmente breves conclusões acerca das coisas práticas da vida e o livro de Eclesiastes é uma reflexão acerca da condição humana e da realização do homem. São ambos ligeiramente filosóficos.
Eclesiastes é um livro que pode parecer triste, escrito por alguém que está desencantado com a vida. Mas essa é a ideia com que ficamos se fizermos apenas uma leitura superficial. Salomão escreve acerca da velocidade com que a vida passa e acerca da tolice que é o homem trabalhar em vão, acerca da morte, acerca da sorte e do destino de todos e pode parecer que ele estava desiludido com a vida. Mas ele não se limita a falar de uma sina triste que oprime o homem, ele apresenta também uma solução... Ficam aqui alguns versículos de Eclesiastes. No entanto, não sei se são os mais relevantes... fiquei muito indeciso em relação aos versículos que escolhi. Se alguém ler isto e ficar com curiosidade acerca do livro de Eclesiastes, sugiro que o leiam todo. Se não tiverem nenhuma Bíblia à mão, podem ler aqui.
«Que é afinal o que uma pessoa ganha de todo o labor que o fez penar? Apenas dias plenos de tristeza, amargura, fadiga, insónias. Não há dúvida que é algo que não tem lógica. Portanto cheguei à conclusão que não havia nada melhor para o ser humano do que comer, beber e beneficiar do resultado do seu esforço, do seu trabalho. Constatei assim que é Deus quem lhe oferece este prazer, porque quem é que pode comer ou gozar da vida se não lhe for concedido por ele?»
«O que é que uma pessoa realmente obtém com o seu esforço? Pensei nisto em relação às várias espécies de trabalho que Deus dá à humanidade. Tudo tem o seu tempo próprio. Mas ainda que Deus tenha posto no coração do ser humano a ideia de eternidade, mesmo assim o homem não consegue atingir inteiramente o propósito das obras de Deus, desde o princípio até ao fim. Por isso concluí que, primeiramente, não há nada melhor para o ser humano do que ser feliz e gozar da vida, tanto quanto puder; em segundo lugar, que deve comer, beber e disfrutar do fruto do seu trabalho, pois estas coisas são um dom Deus.»
Nota: os versículos foram retirados de uma Bíblia cuja tradução foi feita com uma linguagem mais acessível e actual do que aquela que encontramos na maior parte das Bíblias com traduções mais clássicas. À Bíblia traduzida deste modo, os editores deram o nome de O Livro- A Bíblia para Hoje. Julgo que esta tradução não está disponível na internet.
5 comentários:
Probabilisticamente isto começa a parecer-me estranho.
Eu penso num assunto, e tu ou escreves ou já escreveste sobre ele.
David, deixo como "provocação" amigável uma ideia, sem qualquer intenção de ofensa à tua fé: se pegarmos em qualquer livro e o analisarmos com tanto esforço e criatividade como fazemos com a Bíblia, também encontramos nele conselhos para muitos aspectos da vida.
De outro modo: se em vez de passarmos muito tempo a ler e interpretar a Bíblia, passássemos a ler e interpretar as canções dos Beatles, também havia de chegar a uma altura em que para qualquer situação da vida conseguíamos lembrar-nos de uma canção dos Beatles que interpretada de certa maneira aplicava-se a essa situação.
Não tem nada a ver, mas,
por acaso... fiz um comentário desse tipo quando há uns anos saiu o "código da Bíblia"...
Mickey Mouse, em relação à questão probabilística isso de facto é esquisito... Avisa-me se isso voltar a acontecer... temos que ir a uma consulta ao JM. Quanto ao Código da Bíblia, li o livro em diagonal. Não sei se foi isso que quiseste dizer, mas o que me parece é que há muito pouco rigor nos estudos matemáticos (envolvem probabilidades e criptografia) que deram origem ao livro. Ao cruzar as palavras das escrituras bíblicas originais para obter combinações de letras e tentar formar palavras ou expressões, parece-me que há uma probabilidade demasiado elevada de obter como resultado qualquer palavra ou expressão que queiramos. Por isso não dou crédito ao Código da Bíblia, pelo menos da forma que me foi apresentado no livro que li.
Jaime, por um lado dou-te razão. A questão é que para mim e para os cristãos em geral, a Bíblia não é só um livro que dá conselhos. A Bíblia, tendo sido escrita por pessoas inspiradas por Deus, é o livro que dá os conselhos certos. Já as canções dos Beatles por muito que se adequem a certas situações, não são comparáveis à Bíblia. Também aprendo imenso com livros que não têm nada de cristão (e não estou só a falar de matemática). Também retiro bons conselhos de outras fontes. Mas tenho fé (lá está, isto acaba por ser uma questão de fé) que quando leio a Bíblia não estou só a ler um livro vulgar que se possa comparar a outro, estou a ler uma mensagem de Deus para mim.
Por acaso o meu 2º comentário era em resposta ao comentário do Jaime (É o que acontece quando não se é rigoroso a escrever!).
A credibilidade que dou ao "código da Bíblia" é a mesma que dou a qualquer estudo do mesmo género feito sobre qualquer livro.
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