Cada vez mais me convenço que a estratégia do governo para a saude é simplesmente não ter estratégia nenhuma! É encerrar compulsivamente tudo o que houver para encerrar e pedir a Deus que os portugueses não adoeçam... e dos que adoecerem uns vão para Espanha, outros para Cuba, outros para os 2 ou 3 hospitais publicos que ainda estão abertos (e sobrelotados) e outros, os que podem, vão para os privados. O ministro da saude diz que o problema é de comunicação e que nós é que não estamos a entender os planos do governo. Mas quando até o Cavaco dá sinais de não os entender, parece-me que o problema não é de comunicação. O problema é mesmo falta de planos.
Para combater esta falta de estratégia e na sequência desta ideia, hoje tive uma outra brilhante ideia: assim que receber o meu MBA em cirurgia, vou abrir um S.A.P. no meu quarto!
4 comentários:
Eu que não percebo muito do assunto, mas que infelizmente conheço meia dúzia de hospitais, dado as circunstâncias da vida. Parece-me que realmente não sabem mesmo o que fazem. Queixam-se que o país está cada vez mais deserto e que os grandes pólos populacionais são as grandes cidades, mas quem vive fora dos grandes centros que qualidade de vida é que tem? Fecham tudo o que podem e não podem, nunca ouvi tanta noticia de centros de saúde ou maternidades a fechar, como em 2007! Já não se fala das outras coisas, mas a saúde é daquelas que preocupa a todos! É que a bom ver, Lisboa está pejada de hospitais! Acredito que não sejam demais, mas parece-me injusto face à discrepância quanto ao resto do país.
Eu acho que a saude devia ser a prioridade numero 1 de qualquer governo neste país. Temos cada vez mais idosos e é preciso ter meios para cuidar deles de um modo digno! Neste post falo um pouco em tom de brincadeira, mas é muito grave o que se está a passar. Como dizes, nunca se ouviu tanto falar no encerramento dos serviços de saude. Para mim a questão não é o encerramento em si. Acho admissivel que se encerre uma maternidade (por exemplo) onde só acontece uma centena de partos por ano. O que não é admissivel é que para além destes encerramentos, o governo não mostra trabalho nenhum. Não há novas tecnologias ao serviço da medicina, não há hospitais especializados, não há condições mínimas nos hospitais publicos (tenho algum conhecimento do assunto porque a minha irmã está a tirar enfermagem e tem feito estágios em vários hospitais da zona de Lisboa). Não há mais médicos e enfermeiros onde são necessários. Só há corte na despesa e quem se lixa são os utentes. Por exemplo, o meu pai há pouco tempo precisou que lhe indicassem um médico de família. Ele normalmente utilizava os serviços de saude da minha mãe, aos quais tinha direito. Agora, quando precisou de um médico da caixa de previdência, ao fim de 30 anos a fazer descontos para a Segurança Social, não havia nenhum disponível. Os enfermeiros agora estão a começar a ter dificuldade em encontrar emprego. A minha irmã já se stressa um bocado com isso. E isto podia levar-nos a pensar que há excesso de enfermeiros. Mas basta estarmos 5 minutos num hospital para perceber que não é isso que acontece. O que se passa é que num serviço onde deviam estar 8 enfermeiros, estão 4. Os doentes não têm a atenção e os cuidados que precisam.
O que o governo devia fazer era meter os projectos megalomanos do TGV e do novo aeroporto no lixo e investir a sério na saude!
Beijinhos e obrigado pelos comentários! =)
Concordo inteiramente contigo! Não sei porque raio precisamos de um TGV ou de um novo aeroporto! Nunca percebi porque andavam a discutir onde ia ser colocado, quando ninguém discutiu a necessidade dele! Tudo bem pode ser necessário até e eu como cidadã mediana/pobre que sou, não lhe veja utilidade, pelo menos para mim e concluo com isso, que a maioria dos portugueses também não lha veja. O que vejo é que a nível de transportes diários estamos muito mal servidos e também ninguém vê, os preços andam exorbitantes!
Voltando à questão, o último médico a que fui, disse que consultava o dobro de doentes por dia e não ganhava mais por isso... O estado faz com que outros resolvam os seus problemas. E infelizmente o caso do eu pai não é único :( e custa-me pensar que os velhotes que vivem algures no interior se tenham de deslocar às grandes cidades para serem vistos por um médico, e alguns fazerem-no todas as semanas.
O aeroporto dizem que é necessário para quem viaja, porque a Portela está a ficar sem capacidade de resposta. É uma obra que parece obrigatória dentro de algum tempo, mas parece-me que não é urgente comparando com a questão da saude. Já o TGV é completamente desnecessário e só servirá para endividar o estado.
Enviar um comentário