«Se eu pudesse recomeçar minha vida, tentaria cometer mais erros. Encontraria tempo para relaxar. Seria mais transigente. Seria mais tolo do que tenho sido. Levaria poucas coisas a sério. Viajaria mais. Escalaria mais montanhas, nadaria mais e contemplaria mais crepúsculos. Faria mais caminhadas e observaria a natureza. Tomaria mais sorvetes e comeria menos feijão. Teria mais problemas reais e menos problemas imaginários. Sou uma daquelas pessoas que vive de maneira regrada, sensata e racional, hora após hora, dia após dia. Oh, já tive bons momentos; e, se eu recomeçasse minha vida, teria muitos outros. Na verdade, eu não tentaria ter mais nada. Apenas viveria um momento após o outro, em vez de viver diariamente os anos seguintes. Sou aquele tipo de pessoa que não sai de casa sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um anti-séptico bucal, uma aspirina, uma capa e um guarda-chuva. Se eu tivesse que começar de novo, passearia bastante, faria muitas coisas e levaria a vida de maneira mais amena.
Se eu tivesse que recomeçar minha vida, rodaria mais vezes no carrocel - colheria mais margaridas.»
Este texto aparece em vários livros escrito de formas um pouco diferentes e não se conhece ao certo o seu autor. Em muitas versões aparece como tendo sido escrito por alguém a quem chamavam Irmão Jeremiah.
Será que não estamos condenados a fazer nossas estas palavras a certa altura da vida? Parece-me que a diferença entre as pessoas que chegam a conclusões semelhantes às deste texto e aquelas que não chegam lá é apenas uma questão de lucidez. Se conseguissemos fazer uma autoavaliação lúcida das nossas vidas, a grande maioria de nós, a certa altura, concordaria com o autor do texto.
Depois há ainda um grupo de pessoas raras. Aqueles que nunca teriam que escrever ou dizer algo deste género. Aqueles que sabem viver apenas um momento de cada vez. Aqueles que vivem a vida de um modo ameno. Aqueles cuja presença parece encher os nossos dias de frescura e de esperança. Não me considero uma destas pessoas, mas conheço algumas delas. E o exemplo delas faz-me acreditar que se elas conseguem, eu também posso conseguir...
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