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Entre Teoremas e Chocolates: Extremismo

segunda-feira, novembro 03, 2008

Extremismo

É capaz de ser uma associação lógica falaciosa, mas ainda assim deixo aqui o meu primeiro pensamento quando li esta notícia chocante: ainda há quem defenda, como é o caso do cheché Mário Soares e mais alguns ilustres da esquerda do caviar, que os governos dos países ocidentais devem combater o terrorismo tentando sentar-se à mesa com esta gente, para com eles negociar. 

5 comentários:

Anónimo disse...

Eu curiosamente gosto desta "esquerda de caviar" :)
E o que se defende é mais "guerra" como último recurso. Aliás, a política dos últimos anos dos EUA vem-nos dar razão, ou não?

David disse...

Aquilo que eu ouvi o Mário Soares defender foi, literalmente, a negociação com estes grupos extremistas. Pelo modo como ele falava no assunto há uns tempos (agora não o tenho visto tanto na comunicação social), pareceu-me que ele acreditava que podíamos negociar com terroristas quase do mesmo modo como negociamos com países aliados. E há gente à esquerda que se revê neste género de opiniões. Há quem defenda que a culpa do terrorismo é dos países ocidentais, porque oprimem os países islâmicos. E dizem que se a opressão acabar, os terroristas vão estar dispostos a negociar conosco. Mas será possível negociar com gente que não defende nem o seu próprio povo? Gente que vive com base em leis religiosas que chocam com a nossa noção de direitos humanos?

Também acho que a guerra deve ser encarada como último recurso e isso nem sempre se verificou, como é o caso do Iraque. Já no caso do Afeganistão tenho sérias dúvidas de que, sabendo que foi aquele regime que promoveu o 11 de Setembro, houvesse alternativa à guerra. Os americanos não iriam tolerar que o 11 de Setembro não tivesse resposta pronta. Eu, mesmo não sendo americano, ficaria ainda mais preocupado se vivesse num mundo em que um ataque terrorista como o 11 de Setembro (que é por si só um acto de guerra) ficasse sem resposta. E não vejo nenhuma resposta alternativa à invasão que visava deitar por terra o regime Talibã, com a esperança de que, no processo, fossem encontrados alguns dos responsáveis da Al-Qaeda.

Mas independentemente da guerra ser ou não a resposta adequada, tenho uma convicção: não se negoceia com gente desta. Não há nada para negociar. Há sanções económicas e diplomáticas que podem ser aplicadas. Deve haver uma pressão internacional contínua sobre os governos dos países que dão qualquer tipo de apoio a grupos terroristas e a ONU deve, sempre que possível, impor a sua presença nestes países para missões quer humanitárias, quer de controle e manutenção de paz. E se todas estas pressões falharem e os terroristas continuarem a ter actos de guerra apoiados por regimes dos países islâmicos, esses actos não podem ficar impunes.

O mundo islâmico extremista precisa daquilo que o mundo ocidental já teve há séculos: uma espécie de época do Renascimento.

Anónimo disse...

"Há quem defenda que a culpa do terrorismo é dos países ocidentais, porque oprimem os países islâmicos."

Eu diria sim e não. Sim no sentido em que têm bastante culpa, não porque obviamente não têm a culpa toda.
Quando falo do mundo ocidental, até falo mais dos Estados Unidos (a ONU, globalmente, acho que tem feito um bom trabalho - justo, principalmente).
O caso dos Talibãs, por exemplo, que eram insignificantes antigamente, e pelo que li foram armados pelos americanos, por conveniência, após a Guerra Fria.

O que não posso aceitar é um mundo feito por "bons" e por "maus", e em que certas guerras são começadas nitidamente por interesses económicos encobertos por uma política de medo (por coerência, deveria atacar-se o Irão, a Coreia do Norte, etc).

O caso do Afeganistão é o único que aceito como um trabalho bem feito, rápido, eficaz e necessário. Agora não acho que democratizar à força países islâmicos seja a solução. Nem sequer sanções económicas, onde o povo é que sofre (veja-se o caso de Cuba, onde Fidel quanto a mim ainda ganhou mais o apoio do povo com os embargos).

Enervo-me bastante com estas coisas já que percebo que a informação que nos chega nunca é 100% verdadeira. Há sempre histórias mal contadas, jogadas de bastidores (tenho um pouco de teoria da conspiração no meu sangue :P). E nós para aqui a discutir as coisas no geral, preto ou branco.

Acho que muita gente de esquerda exagera, claro. Mas eu costumo ler esses comentários como um aviso para tentar perceber que as coisas não são assim tão fáceis de perceber.

Carlos Paulo disse...

Eu concordo que negociemos uma vez com os terroristas. Mandamos para a mesa das negociações as pessoas mais dispensáveis da sociedade (grande parte da nossa classe política). E depois quando a mesa explodir, temos um pretexto para não voltar a negociar, e perdemos um conjunto de inúteis.
[Se alguém começar a levar a sério os meus disparates deve ser interpretado como terrorista]

David disse...

Carlos, eu voto em ti!