Há uns minutos atrás, no telejornal da RTP, apresentaram uma reportagem acerca de uma operação de mudança de sexo que está a ocorrer, por esta altura, no hospital de Santa Maria. Esta é uma notícia que obviamente interessa a todos os portugueses e é relevante o suficiente para ter a honra de ser referida num telejornal da estação pública. É quase tão interessante como a história da evolução do preço do amendoim na Papua Nova-Guiné. Todos os dias são realizadas dezenas de operações complicadas nos hospitais portugueses, mas a qual é que interessa mesmo dar tempo de antena? A uma mudança de sexo! O que mais me chocou foi algo que ouvi na reportagem e que prova que já não há vergonha nenhuma e que quem governa este país não tem um pingo de bom-senso: as cirurgias para mudança de sexo são 100% comparticipadas pelo estado. Não, isto não é uma brincadeira, isto é a realidade em que vivemos. Um tipo qualquer anda frustrado porque gostava de ter um par de totós em vez de barba, e decide mudar de sexo. E quem é que paga? Nós, os contribuintes.
Há por aí muita gente a quem faltou um bom par de estalos em criança.
17 comentários:
"Um tipo qualquer anda frustrado porque gostava de ter um par de totós em vez de barba, e decide mudar de sexo."
A coisa é um pouquinho mais séria, quer-me parecer. E quem é que merecia uns tabefes, quem muda de sexo ou quem decidiu a comparticipação?
Eu sinceramente estou a borrifar-me para "a coisa". A minha opinião acerca do assunto já deve estar implícita, até pelo título que escolhi para o post, e agora não estou com pachorra para falar mais do assunto. Tenho que ir trabalhar.
Quanto aos tabefes, escrevi a última frase a pensar nos tipos que decidiram a comparticipação. Mas também percebi que podia ter um duplo sentido e deixei ficar assim de propósito.
...qualquer dia temos tipos que se sentem mal como seres humanos e querem mudar de espécie. Que tal para melga, piolho, ou então uma planta ou já agora, "quero ser uma rocha!"?
Façam o que quiserem com os vossos corpos, mas não esperem que eu concorde com tudo, muito menos com as comparticipações...
Acho que a malta leva tudo de ânimo muito leve. Não percebo muito da coisa, mas a transsexualidade é considerada até ver pela OMS como uma doença.
Porque é que a coisa tem de vir sempre enrolada com a conversa do dinheiro?
David, pintas a mudança de sexo como se fosse um capricho e não um problema que envolve sofrimento, perturba a vida do próprio e dos que lhe são próximos e abala o que de nós há de mais profundo: a nossa identidade.
Acho que tu não concordas com mudanças de sexo e por isso gostavas que não as houvesse. Por isso tentas dificultar às pessoas que as façam defendendo que não sejam comparticipadas.
Não deixes as tuas convicções morais serem um obstáculo à felicidade das outras pessoas. Sem dúvida que há actos que não podem ser permitidos nem em nome da felicidade: não podemos deixar um serial killer à solta porque ele é feliz a matar! Mas a mudança de sexo é um "crime sem vítima".
A mudança de sexo é um crime? Sem vítima?
Grande Jaime! Então, não continua a discussão?
Bom, a forma como dei a minha opinião é um pouco abrutalhada. Vamos lá tentar delinear aqui em poucas palavras uma opinião mais clara.
Em primeiro lugar, este tema, tal como o tema do aborto, está relacionado com assuntos que, na minha visão das coisas, nos ultrapassam. Escolher se somos um homem ou uma mulher é algo que não nos cabe a nós. É uma característica inata e que apenas Deus controla. Mas isto é a minha fé a falar e, como acontece sempre nestas questões, não vos vou conseguir convencer porque estamos em lados opostos no que à fé diz respeito.
Não vejo a mudança de sexo como um crime, mas como uma aberração. Algo que mexe com coisas muito mais profundas do que os problemas de identidade. Um homem que quer ser uma mulher, é mesmo isso: é um homem que quer ser uma mulher. Ou seja, É um homem. A meu ver a resolução do problema não passa por torná-lo uma mulher, mas por torná-lo um homem que gosta de ser homem. A operação até pode ser uma solução rápida, a saída mais fácil. Mas não é uma solução simplesmente porque ao tentar resolver um problema, levanta outros muito mais complexos. Problemas éticos, morais, chamem-lhe o que quiserem. Aquilo que acredito é que há coisas absolutas nas quais não podemos mexer. Acredito que o ser humano não é só corpo, não é só matéria. Até temos a ciência necessária para fazer com o nosso corpo aquilo que queremos, mas esquecemo-nos da outra parte de nós.
Como resolver então o problema? O amor pode fazer muito mais pela identidade de uma pessoa do que uma operação de mudança de sexo. Amar e ser amado é a melhor terapia. E talvez o amor humano não seja suficiente para resolver o problema, mas existe também o amor de Deus. Se Ele nos criou como um homem ou como uma mulher, Ele vai saber dar-nos as condições para vivermos felizes enquanto tal. Mas, lá está, isto entra no campo da fé e da crença de que Deus se preocupa conosco e quer ter um papel a desempenhar na nossa vida, contribuíndo para atingirmos o potencial que temos, para sermos seres humanos felizes e realizados.
Quanto à comparticipação, é óbvio que se eu não concordo com a mudança de sexo, também não concordo que ela seja comparticipada. A democracia é assim: elege-se um governo que, supostamente, representa a maioria e deixamos que ele tome medidas em nome dessa maioria. Temos que acatar as medidas, mas ainda assim temos direito a nos indignar quando não concordamos com elas.
Além disso, há que estabelecer prioridades na aplicação das verbas da segurança social. A comparticipação das cirurgias para mudança de sexo consome, com certeza, uma fatia ínfima dessa verba. No entanto, por muito pequena que seja a fatia, face a tanta necessidade, o dinheiro seria muito melhor aplicado noutras áreas.
Eu também acredito em Deus mas a ideia que Ele interfere no sexo de cada um de nós é um pouco incongruente. Então será que quando nascemos com uma deficiência também é um desígnio divino? E em vez de fazermos alguma operação ou assim, devemos procurar ajuda divina para vivermos felizes com a deficiência?
Dito isto, eu sou a favor das operações de mudança de sexo. Mas sou contra a discriminação face a outras operações não comparticipadas como, por exemplo, operações plásticas com motivos estéticos. Afinal a estética também pode mexer com a nossa identidade e podemos não ser felizes com o nariz que o código genético nos impõe.
"A meu ver a resolução do problema não passa por torná-lo uma mulher, mas por torná-lo um homem que gosta de ser homem."
Aplicarias o mesmo processo à homossexualidade? Sabes que antigamente (e ainda em alguns sítios nos dias de hoje) se proclamam "tratamentos" para esse "sintoma"?
Obviamente que a mudança de sexo, pelo que tenho lido, é o último recurso. Primeiro passa-se por muuuuita psicoterapia, para perceber o que se passa com o indivíduo.
"Ele vai saber dar-nos as condições para vivermos felizes enquanto tal. Mas, lá está, isto entra no campo da fé e da crença de que Deus se preocupa conosco e quer ter um papel a desempenhar na nossa vida, contribuíndo para atingirmos o potencial que temos, para sermos seres humanos felizes e realizados."
Na minha opinião, Deus (a existir em qualquer uma das formas que imaginamos) deixa-nos fazer o que muito bem nos apetece. Serão seria um Deus injusto e egoísta, que só ajudaria alguns (os que acreditam nele). Posso contra-argumentar que Deus nos deu a capacidade intelectual de fazermos operações de mudança de sexo.
E falando de Deus, que tal falamos sobre as nossas visões? Eu sou um ex-católico cristão, no sentido que fiz tudo até ao Crisma, aquando me deram umas crises existenciais, e abandonei tudo.
Acredito que há qualquer coisa que não compreendemos (chamemos-lhe Deus), e que provavelmente nunca iremos compreender (o que é bonito, a meu ver). Mas prefiro não acreditar no Deus católico, que acho um Deus demasiado egoísta. Porque deveria ele ajudar mais quem reza, porque deveremos nós agradecer-lhe a todo o momento o facto de nos ter criado (que é feito do lema "ajudar os outros sem pedir nada em troca?). Muito se podia falar sobre isto...
Abraço.(e desculpa o desvio do tema)
Joulopa,
levantaste uma questão lógica e óbvia. Uma questão que eu no teu lugar também levantaria. E é sem dúvida uma questão que pode causar problemas ao raciocíneo (ao raciocíneo, não à fé) de um cristão. Aliás quanto ao tema da mudança de sexo há um caso extremo que é o caso dos hermafroditas. Em muitos casos de hermafroditismo é necessário fazer uma escolha, que se pode revelar errada. E a questão óbvia é a seguinte: se cabe a Deus decidir se somos homem ou mulher porque é que Ele permite que nasçam pessoas com esse tipo de deficiência? A única resposta que sou capaz de dar a este tipo de questão é que o homem colhe aquilo que semeia. Não acredito que as deficiências, as mutações e os problemas de identidade façam parte do plano que Deus tem para os homens. Deus deu ao homem a consciência e a capacidade de decidir o que fazer com a sua vida. O livre arbítrio. Os homens nem sempre decidem bem e as más decisões têm consequências. Vou dar como exemplo um caso extremo: o acidente nuclear de Chernobyl. Após o acidente nasceram na região muitas crianças deficientes. Será que Deus queria que essas crianças nascessem assim? Não. Seria de esperar que Ele, uma vez que o concebo como um Deus poderoso para o fazer, evitasse essas deficiências? Não. Deus permitiu que o homem descobrisse a energia nuclear e que fizesse uso dela. Mas é uma energia que nós não controlamos e que, ao mínimo erro humano, pode causar catástrofes. Antes de dar um passo o homem deve ponderar se tem não só o conhecimento necessário para o dar, mas também se conhece as consequências e se está preparado para lidar com elas. Ao longo da história, muitas vezes o homem comportou-se como um pseudo-cientista que está no seu laboratório a fazer experiências mirabolantes, a fazer misturas sem saber o que dali vai sair e essas experiências acabam por dar em tragédia. Não será um pouco hiprocisia da nossa parte se depois das coisas correrem mal questionarmos Deus por Ele não ter evitado as catástrofes?
Não tenho aquela ideia triste de que Deus despreza a ciência e que quer que o homem seja ignorante e não tente saber demais. Pelo contrário. Acredito que foi Ele quem criou a própria ciência. Acredito que Ele é o cientista por excelência, o arquitecto do mundo em que vivemos. E se Ele deu ao homem a capacidade para explorar o mundo físico, é porque Ele se agrada quando o homem descobre as maravilhas da natureza, do universo, do mundo microscópico, da anatomia humana, etc.
Só que os problemas começam quando o homem tenta substituir Deus, confia demais no conhecimento limitadíssimo que possui e avança sem medir as consequências. Esquecemo-nos que a nossa capacidade é finita e que aquilo que conhecemos, quando comparado com aquilo que desconhecemos, é nada. Quando tentamos invadir áreas que nos estão vedadas, quando tentamos derrubar as coisas absolutas, os axiomas segundo os quais Deus planeou a humanidade, não podemos culpar Deus pelas consequências. Bem sei que provavelmente vocês não acreditam e não aceitam os axiomas. Aí reside o cerne da nossa divergência de opiniões.
Bom, tudo isto para dizer que acredito que as deficiências são consequência dos erros do homem e não dos desígnios de Deus.
Quanto à questão directa que colocas, a minha resposta é que cada caso é um caso. Mas digo também que não aceito que os problemas de identidade quanto ao sexo sejam uma deficiência. Diria que são o resultado de uma crise psicológica, que pode ter reflexos a nível fisiológico. A medicina existe para benefício do homem e o homem deve usufruir dela. Mas, mais uma vez repito, acredito que existem limites que o homem não deve ultrapassar... porque resultam dos tais axiomas, chamemos-lhes assim.
Anónimo,
no próximo comentário respondo-te. Entretanto se quiseres podes dar um salto ao meu outro blog, que criei recentemente para abordar temas relacionados com a minha fé cristã. Lá podes ficar a conhecer melhor no que é que eu acredito:
you-thought-of-me.blogspot.com
O anónimo era eu, desculpam, esqueci-me de assinar :)
"Não acredito que as deficiências, as mutações e os problemas de identidade façam parte do plano que Deus tem para os homens."
Mas acabaste por não responder à questão dos hermafroditas, quantas e quantas crianças não nascem assim sem "culpa" de ninguém. Também não acho que se deva colocar as culpas em deus, bem como não se deve agradecer sempre que algo de bom acontece. Acho que "a tal coisa que não compreendemos" nos deixa... sossegados :)
Bom, não metam Deus no assunto... Deus criou os axiomas de funcionamento do universo.
Nós somos os Matemáticos que pegámos nos axiomas e deduzimos alguns teoremas, anexamos uns axiomas nossos, e vivemos com eles.
Os hermafroditas, se existem é porque não violam nenhum dos axiomas.
Porque é que eles surgem? Bom! Não vou dizer "a culpa é de Deus" nem "a culpa é do homem". Deus não é obrigado a corrigir todos os problemas do mundo, nem ser responsabilizado por eles.
Os hermafroditas ocorrem em várias espécies. Há todo o tipo de motivos.
Por outro lado, ... pá nunca estudaram biologia? Se não, podem ver os filmes X-Men. A teoria apresentada está correcta: por vezes a natureza "dá um salto na evolução" .. isto é, a própria natureza encarrega-se de criar mutações, de fazer experiências com os seres vivos (não com tanta frequência como nos filmes...)
"Aberrações", criadas pela natureza, sempre existiram!
O grande problema é que toda a gente assume que o sexo é uma dádiva de Deus, e portanto, quando alguém quer mudar de sexo está a insinuar que "Deus se enganou".
Pá... não acredito que Deus seja o ditador que muitas religiões/seitas impõem nem um tipo tão permissivo que permita tudo.
Mas sei que não sou eu que mando na vida das outras pessoas, nem tenho autoridade nem moralidade para concordar ou não que queiram mudar de sexo, de espécie, que queiram viver ou morrer.
Como seres humanos temos a má tendência a julgar as pessoas pelos seus actos, de acordo com os nossos valores.
Deus não é responsável pelos "males" deste mundo. Só pelas regras que criou.
Se as aberrações existem, é porque foram criadas condições para isso, e nós homens podemos não ser os responsáveis por isso.
Se um tipo quer mudar de sexo... que mude. Mas não obrigue o resto do mundo a seguir a moda, nem o faça à custa dos outros
David obrigada por teres colocado no teu blog um post para os mais distraídos poderem participar nesta interessantíssima conversa!
Confesso que quando li este post uma primeira vez aquilo que eu considerei uma grande aberração foi exactamente o facto do nosso governo comparticipar 100% este tipo de cirurgias. Há pessoas que nem dinheiro têm para comprar medicamentos essenciais para viver…! Acho que as prioridades no nosso país deveriam ser revistas não só neste mas em muitos outros aspectos!
Mas bom, caros senhores (será que não há mais senhoras/meninas a ler este blog??) já que a conversa tomou estas dimensões gostava de vos questionar sobre o seguinte: algum de vocês escolheu nascer? Escolheram ser homem ou mulher? Escolheram a cor dos olhos, do cabelo ou da pele? Nenhum de nós escolheu viver, assim como não escolhemos o género a que pertencemos, nem nenhuma das características que temos. Deram-nos uma vida (fruto do amor dos nossos pais) e somos essa vida, por isso cabe-nos cuidar dela. O corpo que cada um de nós possui não foi adquirido por nós, pois não? Além de muitas outras coisas, nós também somos o corpo que temos. O nosso corpo faz parte de um conjunto de dimensões que nos caracterizam e diferenciam de todas as outras espécies. E uma coisa que é comum a todos os seres humanos (à nossa espécie) é a procura da felicidade plena. É isto que todos nós procuramos a cada dia: ser pessoas felizes e realizadas.
Muitas vezes, devido a certas e diversas circunstâncias, pode acontecer que alguém ache que seria mais feliz se mudasse de sexo, talvez por pensar que se identifica mais com a forma de ser e de estar das pessoas do sexo oposto… claro que está no direito de o pensar e de o sentir! Mas atrás de tudo o que uma pessoa assim possa pensar deve estar todo um conjunto de acontecimentos e vivências que a levam a ter uma falta de amor próprio que acha que se sentirá mais feliz se mudar… Eu sei que todos nós quando nos sentimos infelizes procuramos mudar alguma coisa e às vezes acontece que por mais coisas que façamos, por mais mudanças a que nos sujeitamos a sensação de felicidade parece ser é só momentânea (pode durar umas horas, uns dias, uns meses até talvez uns anos até ao momento em que alguma coisa já nos parece que não está tão bem e que dentro de nós há uma insatisfação geral que muitas vezes nem conseguimos associar a nada…). É claro que muitas vezes algumas mudanças são essenciais ao nosso crescimento e desenvolvimento e sem dúvida que serão muito bem vindas se contribuírem para construir em nós e com os outros algo positivo…
Mas o que eu queria dizer com isto tudo é que (maioritariamente e segundo o meu ponto de vista) o problema reside mesmo nesta procura de felicidade. Será que alguém que se submete a uma cirurgia destas é capaz de algum dia ser realmente feliz? Eu acho que não. E tu David dás uma resposta, sugestão (ou o lhe que quiserem chamar) “lindíssima” sobre como se pode resolver este problema (bem como a maior parte dos problemas da humanidade) e, segundo o meu ponto de vista, o como se pode ser feliz:
“Como resolver então o problema? O amor pode fazer muito mais pela identidade de uma pessoa do que uma operação de mudança de sexo. Amar e ser amado é a melhor terapia. E talvez o amor humano não seja suficiente para resolver o problema, mas existe também o amor de Deus. Se Ele nos criou como um homem ou como uma mulher, Ele vai saber dar-nos as condições para vivermos felizes enquanto tal”.
A felicidade de cada um nós passa pelo quanto damos e recebemos nesta vida!
Desculpem a extensão do texto e a possível confusão de ideias!
A crença num deus bom esbarra com a realidade nem sempre boa: guerras, doenças, desastres naturais, etc. Cria-se então uma contradição: como pode um deus bom permitir coisas más?
Face a esta contradição, algumas pessoas ficam satisfeitas com a explicação "os caminhos do Senhor são misteriosos". Mas os presentes exigem uma explicação mais satisfatória pelo que constroem teorias:
1. o mal que se abate sobre a humanidade é um castigo de um deus;
2. não foi um deus que provocou esse mal mas sim o próprio Homem;
3. deus deu ao Homem os meios para evitar o mal, pelo que se o mal acontece é por inacção do Homem e não por culpa desse deus;
4. etc.
É surpreendente que as pessoas optem por fazer construções para conciliar a existência de um deus com a realidade?
Imaginemos que adicionamos um novo axioma a uma teoria e em resultado disso começam a surgir paradoxos. Não seria natural pensar que o axioma é inconsistente com a teoria, ao invés de fazer construções para tentar conciliar os dois?
Segundo a mesma lógica, se adicionarmos à realidade o "axioma" da existência de um deus e em resultado começarem a surgir contradições, não é natural pensar que a existência de um deus é inconsistente com a realidade?
O meu ponto é que tudo isto não é uma questão de lógica mas de educação:
1. quem acredita num deus fá-lo porque foi educado para isso, foi-lhe gravado no cérebro a ideia de que existe um deus;
2. quem não acredita fá-lo porque não foi educado a acreditar e a experiência de vida não lhe deu razões para acreditar (no dia-a-dia não costumamos cruzar-nos com provas da existência de deus).
Para quem acredita num deus, essa ideia está de tal modo implantada no cérebro ao ponto de ser mais fácil acreditar em delicadas construções para resolverem contradições do que acreditar que possa não existir um deus.
Jaime pelo que escreves pressuponho que não tens qualquer tipo de crença religiosa... Não te consigo explicar com um raciocínio lógico e partindo dos mesmos pressupostos que tu que Deus existe! Eu creci numa família cristã e desde sempre procurei conhecer e compreender a existência de Deus (todas as questões que levantataste também já foram minhas), só a partir do momento em que procurei viver segundo tudo o que aprendi e vendo o exemplo de muitas outras pessoas é que descobri que Deus existe realmente. É uma verdade que só aqueles que a procuram verdadeiramente encontram!
Não faz muito sentido discutir-se a existência de Deus entre pessoas que não têm qualquer tipo de fé (ou que depositam toda a fé no ser humano...) e pessoas que fazem de Deus a escolha da sua vida.
Acho, que essas divergências não devem provocar conflitos ou inimizades entre as pessoas. E depois existem valores universais e absolutos que são comuns a todas as pessoas (com ou sem religião), os quais devem reger a nossa sociedade.
Bom resto de semana!
E agora a minha frase preferida retirada do dr. House (que nao e para ofender ninguem, so para brincar):
Se falas com Deus, isso chama-se fe'. Se ele te responde, isso chama-se esquizofrenia :P
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