Hoje cruzo uma barreira que tem o seu quê de perturbadora... Completo a minha vigésima quinta translação em torno do Sol. Vejo a casa dos 30 subitamente aproximar-se por aproximação às dezenas, enquanto os anos de teenager parecem mais longíquos. É engraçado olhar para trás e perceber que eu sou um tipo cheio de contradições e muito pouco definido. Parece que, em certas áreas da minha vida, a indefinição é a minha melhor definição. Se eu pudesse ter determinado há uns anos atrás aquilo que eu queria ser, fazer, viver aos 25 anos, tenho a certeza que teria escolhido uma vida muito diferente daquela que tenho hoje. E mais, essa escolha podia ter divergido daquilo que sou hoje em diversos sentidos, consoante a época em que fosse feita. É difícil olhar para trás e reconhecer-me no meu passado... Encontro retalhos de mim espalhados pelas várias idades, talvez com maior frequência entre os 15 e os 16 anos e, sobretudo, por altura dos meus 18 anos. É nessa fase que eu mais me encontro e que eu mais me reconcilio com o meu passado. Aos 18 anos sonhei ser alguém que nunca fui e que talvez nunca chegue a ser... Mas o que é giro é que depois disso andei durante muito tempo esquecido desse sonho, sonhando outras coisas que, mesmo que não fossem diametralmente opostas ao meu sonho dos 18 anos, eram, no mínimo, incompatíveis. E hoje olho para trás e reparo que, seguindo um caminho muito sinuoso e pouco ortodoxo, chego a uma fase da minha vida em que sonho exactamente aquilo que sonhava quando tinha 18 anos e estou, pela primeira vez desde então, mais perto de o realizar. É como se tivesse começado a percorrer um caminho, trocando várias vezes de destino, acreditanto que ía chegar a qualquer lado, e, de repente, dou por mim no ponto de partida e tendo como objectivo o destino original. Se calhar devia entrar em depressão por sentir que desperdicei uma parte da minha juventude a sonhar os sonhos errados. Mas por outro lado, se não tivesse sonhado os sonhos errados, não tinha voltado a sonhar os sonhos certos com tanta convicção de que eles são mesmo os certos... E a verdade é que, para rematar este post antes que isto se torne demasiado pessoal e ponha a nu todas as minhas psicoses, ao completar um quarto de século sou um gajo feliz. Dou-me bem comigo próprio (o que nem sempre aconteceu ao longo dos últimos anos) e estou feliz (às vezes até ligeiramente orgulhoso - será que tem mal?) por ser quem sou, embora algumas das minhas características e erros me entristeçam ciclicamente.
Posto isto, tenho a pedir-vos que sejam originais e não respondam a este post com o clássico «muitos parabéns» na caixa de comentários! Em vez disso, podem contribuir para realizar algum dos meus desejos de aniversário:
Posto isto, tenho a pedir-vos que sejam originais e não respondam a este post com o clássico «muitos parabéns» na caixa de comentários! Em vez disso, podem contribuir para realizar algum dos meus desejos de aniversário:
- que o Benfica comece a jogar futebol
- que a Norah Jones venha cá cantar-me os parabéns
- que nasça uma verruga ao José Socrates na ponta do nariz, dando-lhe o ar de Pinóquio (já não há pachorra para o gajo)
- que eu, por inspiração súbita, comece a tocar guitarra como o Eric Clapton
- que eu consiga demonstrar os detalhes nos quais estou preso há duas semanas e que são necessários para o artigo ficar praticamente pronto
- uma mesa rodeada de amigos, um bom vinho, muita saúde e muito riso
6 comentários:
Ai David... Já estás tão velhinho...
Quando chegar à tua idade vai ser tão dificil...
Pá! Está calado! És um puto!
Quando tivermos a mesma idade partilhamos experiências.
"quando tivermos a mesma idade" <-isto são efeitos do meu blog
Parabéns (eu aproximo-me dos 26 :P)
Eu aproximo-me dos 76.
Parabéns atrasados!
Obrigado a todos pelos comentários e pelos parabéns. O que é giro é que agora quando digo às pessoas que tenho 25 anos o espanto delas torna-se mais notório... É que só com muito esforço alguém me dá mais de 20!
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