Saudade

Este fim de semana estive aqui. E lembrei-me constantemente de um grupo de amigos que tive numa fase da minha vida. Gente que me influenciou mais do que eles imaginam. Gente de quem eu gosto imenso. Se eles soubessem as saudades que sinto... Se eles soubessem como, em alguns momentos, essas saudades me consomem, me magoam, me ferem... Crescemos tanto juntos! Sonhámos tanto juntos nas margens da lagoa do CB! Vivemos amizades tão fortes e tão marcantes... Em que cruzamento da estrada nos separámos? Em que instante é que voltámos as costas uns aos outros e seguimos cada um o seu caminho? Será que todas as coisas que fizémos juntos se transformaram em recordações vagas e melancólicas? Será a vida cruel ao ponto de limitar as amizades a espaços e tempos tão rígidos? 

Resta-nos aquela esperança que é comum a todos os homens, aquela esperança que é o motor das nossas vidas, que nos puxa da cama de manhã e nos obriga a encarar um novo dia, aquela esperança que nos sussura ao coração que aquilo que está para vir é pelo menos tão bom como aquilo que já passou. 

Mas no auge da minha tristeza há momentos em que a minha alma parece sangrar. Dos meus olhos soltam-se lágrimas porque os sonhos foram abandonados e eu não sei em que ponto da estrada os deixámos. E, nesses momentos, desejo tanto que o tempo volte atrás para os podermos recuperar...