O preço dos combustíveis está a aumentar em exponencial (bom, este termo não é nada rigoroso, mas vamos hiperbolizar como faz a comunicação social) e perguntam vocês: David, qual a tua posição em relação a esta escalada do preço do petróleo? Achas que o governo devia baixar o imposto sobre os combustíveis? Achas que o governo devia obrigar as gasolineiras a ter, no mínimo, um pingo de decência? E a minha resposta desilude-vos: estou-me a marimbar para o preço dos combustíveis. Raramente conduzo (o que, convenhamos, é um serviço que eu presto à sociedade) e o combustível que uso no meu dia-a-dia não é feito com produtos derivados do petróleo. Falo, claro, do café!!! Portanto se o governo decidir aumentar o imposto sobre o café, aí sim ficarei preocupado e participarei activamente em medidas de protesto. Mas nunca sob a forma de greve, que isso de estar sem ingerir cafeína - o néctar da vida - não se deseja a ninguém.
E o que dizer da rábula do primeiro ministro ter dito que ía deixar de fumar?! O que é que isso interessa aos portugueses? Que forma tão estúpida que o homem conseguiu arranjar para se livrar das questões incómodas sobre ter fumado a bordo do avião para a Venezuela. O facto de essa história se ter tornado pública e a forma como isso aconteceu só servem para umas piadas fáceis, como aquela que ouvi no outro dia: parece que finalmente o Socrates vai cumprir uma promessa!
Por esta altura do ano já é costume a temperatura subir até perto dos 30º e nós estarmos a tentar trabalhar sob um calor que incomoda. Começamos a pensar nas férias, a sonhar com os dias passados ao Sol, os mergulhos e as viagens e a produtividade começa a baixar. A moleza depois de almoço torna-se uma constante e o trabalho começa a ser feito de um modo mais desleixado. Depois o anseio que sentimos pelas férias é tão grande que torna-se quase insuportável continuar a trabalhar. E a produtividade continua a cair a pique atingindo talvez os mínimos anuais. Mas este ano o clima está a trair esse hábito dos portugueses. O calor ainda não chegou e não temos desculpas para trabalhar menos ou com menos vontade. Estamos em Maio, mas é como se estivessemos em Março. E este clima mantém-nos mais produtivos. Por isso, se as eleições fossem hoje, eu votava no anticiclone dos Açores. Fez mais pela economia portuguesa em algumas semanas, do que os sucessivos governos PS e PSD ao longo dos anos.
3 comentários:
"E a produtividade continua a cair a pique atingindo talvez os mínimos anuais. Mas este ano o clima está a trair esse hábito dos portugueses. O calor ainda não chegou e não temos desculpas para trabalhar menos ou com menos vontade."
Esta frase parece-me uma boa desculpa...
Mas não me parece que ninguém a engula... por isso vamos lá ver se consigo me concentrar e fazer alguma coisa que preste!
Falando em termos gerais, quando o líder exemplifica como se desrespeitam as regras, os seguidores têm ainda menos uma razão para as cumprir.
Carlos,
Por acaso não tinha dado conta que essa frase também podia funcionar ao contrário, servindo de desculpa. De facto, os portugueses são peritos em desculpar-se com tretas!
Jaime,
é como eu sempre digo (ou melhor, não sou eu, é o ditado popular): fraco rei faz fraca a forte gente.
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