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Entre Teoremas e Chocolates: O Menino Alemão

quinta-feira, abril 13, 2006

O Menino Alemão

Estou a ler um livro chamado "O Menino Alemão", autobiografia de um rapaz que no início de 1945 tinha 10 anos e viu-se forçado a fugir da alemanha oriental, para escapar ao horror que o Exército Vermelho trazia consigo à medida que se aproximava de Berlim. O livro narra o modo como esse rapaz, a sua mãe e a sua irmã, conseguiram alcançar a zona da alemanha administrada pelo Reino Unido e como acabaram por emigrar para os EUA. É extraordinário o fascínio que os livros acerca da segunda guerra mundial criam em mim! Mesmo depois de já ter lido de tudo um pouco acerca deste período histórico, quando pego num livro que relata o sofrimento dos judeus nos campos de concentração ou nos ghettos, as políticas loucas e assassinas do Hitler e dos seus ministros, o desenrolar da guerra nas várias frentes, o desembarque na Normandia (naquele que foi, provavelmente, o dia mais importante do século XX), a luta da resistência francesa, as jogadas políticas que aconteciam nos bastidores da guerra, a espectacular postura de Churchill nos dias negros em que Londres era constatemente bombardeada, a guerra no Pacífico, o ataque de Pearl Harbour e a resposta americana, a bomba atómica, a destruição de Hiroshima e Nagasaqui, o fim da guerra, os julgamentos de Nuremberga... parece que é sempre a primeira vez! Os cidadãos anónimos daquele tempo, o povo francês, os alemães, polacos, checos, holandeses, etc. viveram coisas que nós felizmente não sonhamos, nem nos nossos piores pesadelos! Conheceram o que de pior o homem é capaz de fazer! Entretanto, no meio do terror, há relatos fantásticos de gente nobre, gente sem nome, gente que apesar de não ter ficado na história desempenhou um papel relevante no desfecho da guerra, gente com coração que era fonte de esperança no meio do caos! Se por um lado a capacidade que o homem tem para fazer o mal é enorme, por outro lado, também é enorme a capacidade que o homem tem para amar e para se dedicar a quem está à sua volta, nas circunstâncias mais estranhas, mais tristes, mais desesperantes que podemos imaginar! É estranho como 60 anos depois, continuamos sem entender tudo aquilo que a segunda guerra mundial nos devia ter ensinado!

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