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Entre Teoremas e Chocolates: outubro 2006

terça-feira, outubro 03, 2006

Relativo ao post anterior

Em relação ao meu último post, tenho ainda a dizer que a nossa tendência para resolver o problema de escrever a vida é fazer o mesmo que faziamos quando não estudavamos o suficiente para um exame: copiar pelos colegas que estavam mais perto. Assim, ficavamos todos com o exame resolvido e tinhamos sempre a esperança de que os nossos colegas soubessem alguma coisa do assunto, para podermos passar todos. Mas julgo que prefiro ter as páginas em branco, do que escrever a vida dessa maneira! (Acho que estou a ser coerente, porque nas escolas das letras e dos números não me lembro de alguma vez ter copiado... bom, aquela vez não conta... nem aquela... =) )

Páginas em branco

Abro o caderno para escrever a vida
Olho para as páginas em branco
E reparo que não sei como começar!...
A vida escreve-se em prosa ou em poesia?
Os românticos diriam poesia,
Os pragmáticos talvez prosa!
Eu julgo que preferia escrevê-la em poesia!...
Mas poderá ser uma poesia com rimas?
Por exemplo, será que a vida pode ser um soneto?
Será uma poesia sem forma ou do género barroco?
Fico indeciso... talvez o melhor seja tentar a prosa!
Mas a primeira letra não aparece,
Nem para prosa, nem para poesia!
Só então noto que não sei o alfabeto!
Conheço as letras e os números,
Mas não sei em que alfabeto se escreve a vida!
Posso estudar as línguas dos homens,
Mas não sei em que língua fala o coração!
Não há quem ensine estas matérias
Nas escolas das letras e dos números.
E não sei onde as posso aprender!
Entretanto, as páginas continuam em branco...